Cap 7

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Jennie

Uma coisa que odeio mais do que comida mexicana, é escuro, quando durmo não ligo, afinal estou com os olhos fechados, mas agora estou acordada, peguei me celular pra terminar de me vestir, um short de malha e uma regata estava ótimo, sai do quarto chamando pela Lalisa.

- Lalisa, onde você está? – a chamei.

- Bem atrás de você – ela disse me assustando.

Me virei de frente pra ela com a mão no peito.

- O que aconteceu com a luz? – falei assustada.

- Acho que não é uma simples chuva, está ventando muito, deve ter caído algum galho nos fios - respirei fundo, não gosto de escuro e acho que ela notou isso – Tem medo de escuro? – me perguntou o óbvio, eu apenas afirmei com a cabeça – Relaxa, eu estou aqui com você, vamos lá para baixo.

Ela foi na minha frente, e as únicas coisas que tinha nos iluminando era as lanternas do celular, mas a bateria do meu estava acabando e não demorou pra desligar.

- Ai que droga, logo agora? – falei irritada.

- Calma, deve ter velas em algum lugar – ela disse.

Fiquei sentada no sofá da sala e ela foi para a cozinha, logo voltou com um pacote de velas e uma caixinha de fósforo, acendemos algumas colocando em pequenos castiçais de vidro na mesa, balcão e mesa da cozinha.

- Ainda bem que os pais da Nay são precavidos – falei colocando uma das velas na escada.

- Sim, a casa ficou até bonitinha assim – ela riu.

Depois de espalharmos as velas pela casa me sentei no sofá, coloquei as pernas pra cima passando meus braços por elas, Lalisa tinha ido no andar de cima e logo voltou com um livro e uma coberta em mãos, ela se sentou ao meu lado colocando as pernas de lado e começou a ler numa pagina marcada, olhei a capa e vi o título.

- Caixa de pássaros – disse alto – É sobre o que?

- É muito complexo, o autor descreve como livro de terror, mas é mais um livro perturbador, os personagens não abrem os olhos fora da casa onde se abrigaram, a algo lá fora que se eles veem eles ficam loucos, matam pessoas e depois se matam, o livro é contado das duas formas, um capitulo fala do passado da Melanie que é a protagonista, e outro capitulo conta do presente dela e dos filhos gêmeos.

- Nossa, deve ser apavorante ficar com os olhos fechados o tempo todo.

Lalisa riu balançando a cabeça.

- Não é exatamente o tempo todo, e sim quando eles estão do lado de fora da casa, dentro eles colocam cobertas nas janelas e as deixam trancadas, as portas também, sobreviventes entram somente depois de uma espécie de entrevista com um dos moradores.

Fiquei curiosa sobre o livro.

- Pode me emprestar quando terminar? – perguntei.

- Claro, eu tenho outros livros assim se quiser – afirmei com a cabeça, e ela olhou nos meus braços, estavam arrepiados com o frio – Vem – ela disse abrindo o braço com a coberta em volta – Vai ficar ai no frio?

Era estranho isso, mas eu estava com frio, então me coloquei mais perto dela e me deitei no seu peito, Lalisa me cobriu e voltou a ler, fiquei olhando as pequenas letras do livro, e o pouco que li achei curioso, estava ansiosa para lê-lo.

- Acho que vou fazer um chocolate quente, você quer? – ela perguntou, e eu afirmei com a cabeça.

Ela se levantou e foi até a cozinha, por mais que estivéssemos na praia, o tempo realmente mudou, do nada estava um frio de quebrar os ossos, fiquei debaixo das cobertas e em minutos depois ela voltou com duas canecas saindo fumaça.

Uma rebelde na minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora