Capítulo 10

2.8K 229 111
                                    

— Por que?

Foi Beatriz quem perguntou, obviamente curiosa. Fernanda olhou feio para ela e a menina se encolheu, constrangida.

— Vamos Alane?

De olhos arregalados, a menina confirmou quase como um robô. Fernanda deu um olhar fulminante para Vanessa e Beatriz e saiu conduzindo Alane para fora. Trocando olhares, as duas decidiram segui-las.

Alane sequer sabia o próprio endereço naquele momento. Fernanda, muito tranquila, a conduzia calmamente pelos corredores até a mesma saída que as levaria para fora da escola. O porteiro novamente fingiu que não viu sob o olhar fulminante da professora. Vanessa e Beatriz, frustradas, voltaram para dentro da escola. A morena piscou ao dar de cara com o mesmo restaurante que foram no outro dia. A garçonete simplesmente deixou o cardápio e saiu correndo.

— Senhora? — a menina chamou assustada, vendo a calma que Fernanda olhava o papel com atenção. A professora levantou seus olhos para ela. — P-pode me dizer o que viemos fazer aqui?

— Aparentemente as pessoas comem nesse lugar.

— Não. — a menina disse frustrada. — Digo, a senhora me trouxe até aqui depois da aula, não é muito ético para um professor.

Fernanda ficou olhando para ela por longos segundos, fazendo a timidez de Alane voltar com tudo.

— Você acha que algo que venha de mim tem ética, Alane? — ela perguntou, se recostando calmamente na cadeira.

— B-bem, e-eu...

— Obrigada por responder. — Alane fez um sinal para a garçonete. — Dois croissant de chocolate com café.

A garota novamente saiu correndo, deixando Alane naquele momento constrangedor com sua professora. A menina abaixou a cabeça, brincando com os dedos.

— Quer dizer que a primeira vez que você fala comigo pelas redes socias é por suas... amigas?

Alane não deixou de notar o leve tom de desprezo na voz dela, mas não ousou levantar o rosto enquanto suas bochechas esquentavam. Fernanda, por outro lado, tentou reprimir o sorriso ao vê-la corar. Achou extremamente adorável.

— Sinto muito, não queria incomodar a senhora. Prometo que não faço mais.

Fernanda suspirou. Realmente, Yasmin tinha razão, mas ela preferia dar um tiro em si própria do que admitir isso para a morena.

— Eu gosto de você, Alane. É muito diferente daqueles abutres da sua sala.

— Eu também gosto da senhora, senhora Bande. — Fernanda abriu um sorriso gigantesco, quase fechando os olhos. — É uma professora excelente.

O sorriso caiu do rosto de Fernanda e ela limpou a garganta, desviando o olhar. Ela quase podia ouvir Yasmin rindo.

— Eu agradeço o elogio, Alane. É bom saber que alguém dá valor ao meu profissionalismo. — Alane queria muito dizer que ela não era muito profissional, mas ficou em silêncio e assentiu.

— Bom, a senhora quer almoçar comigo e as meninas amanhã? Tenho certeza que vai ser legal se ficar conosco.

O coração de Fernanda começou a bater mais forte. Ela nem se importou que Alane lhe estivesse pondo na mesma mesa que aquelas duas outras garotas.

— Suas amigas não vão gostar da minha presença. — Alane a espiou pelo canto dos olhos. Ela tinha um sorriso irônico no rosto. — Estarei lá.

— Isso é bom. — ela sorriu tímida. — Podemos conversar como amigas, é um começo, não?

teacher's pet - ferlane.Onde histórias criam vida. Descubra agora