4. reatar a amizade.

28 5 8
                                    

HYUNJIN É EXAGERADO. Era algo dele sentir tudo sem qualquer tipo de moderação, independentemente do relacionamento, ele sempre foi assim. Não sempre tipo exatamente toda vez, mas na maior parte das vezes ele sentia exageradamente algo por alguém, e justamente por ser muito corriqueiro, ele já estava acostumado ao seu jeitinho de apressar ou dramatizar as coisas. Bem, ao menos deveria estar.

Naquele momento, Hyunjin estava prestes a ter um surto exagerado, diga-se de passagem, em relação aos demoníacos cabelos rosa que ainda giravam em torno de sua cabeça, como se ele fosse um personagem daqueles desenhos animados antigos quando bate a cabeça com força.

— Começa pelo começo e vá direto ao ponto, você fala demais e meu raciocínio é lento quando dirijo. — Min, a voz da sanidade, disse a Hyunjin. Hwang felizmente interceptou a Lee antes que ela conseguisse ir embora da faculdade e implorou por uma de suas sessões de terapia, então ela gentilmente ofereceu uma carona até sua casa para conversarem. Agora estavam no carro de Min.

Hyunjin respirou fundo. Ele sequer sabia direito o que era o começo para começar por ele.

— Eu acho que tô ficando maluco. — Murmurou meio gemendo.

— Eu falei pra ir direto ao ponto, não pra fazer eu tentar adivinhar o seu problema. — Min respondeu pacientemente, incentivando seu amigo a desabafar sem florear demais.

— Certo. - Hyunjin expirou com mais força, se concentrando para ser sucinto. — Em resumo: desenhei o Jeongin na minha atividade que era pra ser um auto-retrato, saí mais cedo da aula e achei ele tocando violão numa sala ali perto-

— Nossa, ele toca violão?

— Ele é impressionante! Mas melhor do que isso só a voz dele.

— E ele canta? — Min arqueou as sobrancelhas. Ela teve pouquíssimo contato direto com Jeongin, mas sabia que era algo impressionante pelo que Jisung, Felix e Hyunjin contavam do Yang.

— Acho que é a voz mais bonita que ouvi em toda minha vida. — Hyunjin comenta bobo, deitando a cabeça no encosto do banco, olhando para o lado de fora do vidro.

A Lee reconhecia no tom de voz de Hyunjin que este estava em mais um de seus devaneios sobre possibilidades de afeto.

Tinha que ter cuidado a partir daí, pois quando se tratava de aconselhar Hyunjin quanto aos seus exageros emocionais, sempre estava andando sobre um piso de vidro delicado. Não é como se o Hwang não fosse adulto o suficiente para gerir sozinho as suas frustrações, mas Lee era a última pessoa no mundo a querer que ele se machucasse por gostar demais dos outros. Admirava a facilidade com a qual Hyunjin se propunha a viver seus sentimentos com todas as fibras em seu corpo.

Por isso, ela suspirou alto antes de dizer, com um pequeno sorriso:

— Você quer reatar a amizade com ele, né?

— Tá muito óbvio? — Hwang manhou tão desesperado que Min riu baixinho.

— Pra mim, que acompanho sua vida como o grilo falante do Pinóquio, sim está bem óbvio. — Seu riso se limitou à apenas um sorriso pequeno. — E o que você vai fazer sobre isso?

— Não sei. - Hyunjin tirou seu tênis para poder colocar seus pés em cima do banco e abraçar suas pernas. Ele gostava de se sentar em poses nada saudáveis para sua coluna, porém que o ajudavam a pensar, como nesse caso. — Não é tão simples se aproximar de alguém que você já foi muito amigo.

— Não, mas não é impossível e nem é tão exaustivo. — A Lee complementou, franzindo o cenho levemente, mantendo seu olhar na estrada e seus ouvidos atentos ao Hwang. — Acho que às vezes é até mais simples se aproximar de alguém que você já conhece do que conhecer outra pessoa, dependendo de como vocês pararam de se falar.

lonely hearts club | hyuninOnde histórias criam vida. Descubra agora