Uma montanha repleta de histórias e mistérios. Desaparecimentos já foram relatados nessas montanhas e sempre é dito pelos moradores que parece existir uma força estranha lá, como se algo habitasse aquele local trazendo desgraça e terror a tudo que e...
[⚠️ Capítulos longos demora para ser escritos. ⚠️ ]
_______________________________________________
Passaram dias de caminhada, a solidão era a única companhia de Ava naquele momento. Os céus ultimamente têm ficado muito cinzentos, ao longe, ainda consegue ver apenas o volume enorme da montanha que parecia um desafio só de pensar em subir. A determinação da garota era inabalável, não seria uma grande montanha que iria lhe impedir, por mais que os obstáculos fossem muitos.
A pequena figura conseguiu parar perto de uma nascente com flores azuladas que deixavam o ambiente com uma aura até mágica. Tinham pequenas estátuas espalhadas entre aquelas plantas azuladas que mostravam que o local parecia já ter tido um dia construções enormes, mas o tempo acabou as engolindo fazendo elas caírem no esquecimento.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
A visão do local era bela, a pequenina caminhou para perto se sentando na borda da nascente e usando sua garrafa para pegar um pouco de água para beber, a sede era grande, mas logo foi encerrada assim que o líquido entrou em sua boca refrescando todo o seu ser que implorava por descanso pela longa caminhada que ainda teria pela frente. Seu corpo exausto não aguentou e logo acabou dormindo naquele lugar acolhedor, mesmo sabendo que acolhedor não era a palavra certa para se usar num local desconhecido e cheio de ruínas. Em sua mente, ava se encontrava em um lugar iluminado com árvores de flores roxas e criaturas redondas e rosadas andando de um lado para outro, um lugar alegre e cheio de cores.
Quando se agachou, uma grande sombra lhe cobriu como se fosse um manto, mesmo que o sentimento fosse estranho. Era como se o sol estivesse sendo engolido e as cores ao redor estivessem se tornando cinzentas, mesmo que estivessem do mesmo jeito. As flores pareciam sem graça e o céu azul parecia torturante de se olhar. Ao olhar para trás, Ava se deparou com a visão de si mesma, mas como se fosse uma adulta.
Seus cabelos bagunçados, suas roupas escuras e sua expressão cansada não lhe causou uma reação, apenas lhe fez pensar que se continuasse em sua casa estaria naquele estado antes mesmo de ser adulta, mas a pergunta que surgiu em sua cabeça era um pouco confusa: "Mesmo tendo saído daquela casa para viver nas montanhas, ainda me sentirei feliz com algo?"
Sonhos são algo em nossa cabeça que nos faz pensarmos no que realmente significa, às vezes é até mesmo seu próprio corpo avisando sobre algo que está incomodando ou seu subconsciente que quer lhe dar um aviso mais grave sobre algo ou alguém. Quando seus olhos se abriram voltando para realidade, acabou se vendo nos braços de uma grande mulher de longos cabelos loiros e asas negras que lhe segurava como uma filha. Sua preocupação em que ficasse confortável tocou o coração de Ava a fazendo apenas ficar quieta em seus braços aproveitando aquele momento de carinho, mesmo que fosse de um desconhecido.
— Você... Confia em mim? — A mulher perguntou ficando surpresa com a reação da garotinha que apenas se aconchegou em seus braços mostrando estar gostando da sua sincera preocupação. Era quase como estar no colo quentinho de sua mãe.
A criança apenas confirmou com a cabeça enquanto sentia as lágrimas escorrer pelo seu rosto redondo, suas roupas eram confortáveis, mas um pouco sujas devido a sua viagem. A mulher de aparência inexplicável suspirou e continuou a olha-lá com pena. O destino estava um pouco longe e estar sozinha era algo que assustava Ava. Ninguém em sua casa lhe ouvia e todos fingiam que não a via, apenas seu gato que parecia até mesmo fugir.
Por que ninguém me nota? — A garota perguntou para a mulher que ficou surpresa, parecia querer responder, mas sua boca se trancou como se fosse um túmulo que nunca pode ser aberto, uma pergunta sem resposta e o silêncio apenas reinando enquanto o vento passava entre as árvores fazendo as folhas se mexerem como leques desajeitados. O local parecia até mesmo vazio, mesmo que aquelas duas estivessem ali se abraçando.
As asas negras daquela mulher se abriram mostrando suas longas penas majestosas, mas traziam a sensação de parecer tão irreais. Ava as olhou mesmo ainda estando triste e levantou a cabeça para perguntar, mas antes mesmo que pudesse perguntar, a loira apenas colocou o dedo em sua boca impedindo que alguma palavra fosse proferida.
Não peça desculpas, você não tem culpa de estar triste. Continue seguindo teu caminho que as respostas vão ser respondidas assim que você chegar a montanha. — Foi as últimas palavras da mulher que colocou a garota no chão e logo sumindo entre as sombras, como o cervo que antes lhe ajudou. A pedra azul em seu bolso brilhava e de repente parte da mesma ficou da cor verde, como se estivesse acumulando algo, mas nem mesmo Ava iria entender.
Entre o silêncio daquela floresta, ela apenas pegou suas coisas e continuou a caminhar, mesmo estando triste em lembrar de seus momentos com sua família. A saudade de sua avó que já não está mais viva veio em seu coração, suas histórias sobre a montanha cheia de criaturas mágicas lhe reconforta, mas a sensação de vazio em seu peito fazia as grossas lágrimas escorrerem pelo seu rosto.
Era madrugada da noite, Ava continuou sua caminhada sem mesmo sentir cansaço, era como se a tristeza e o cansaço mental estivesse lhe obrigando a continuar naquele caminho, mesmo sem saber se é uma boa opção, sua avó poderia só ter dito aquilo para continuar deixando a felicidade morar em sua mente que antigamente era cheia de imaginação fértil, mas agora apenas habita confusões e lágrimas que constantemente saem de seus olhos como uma torneira sempre com vazamento. Em sua cabeça vinha pensamentos ruins, de que dia aventura sem sentido era realmente sem sentido, o que tanto iria encontrar na montanha que lhe fazia sentir esse desejo obrigatório de ir para lá?
Ava não entendia, mas apenas continuou caminhando na escuridão sentindo os olhares sobre a mesma. Os olhos da escuridão começam a lhe trazer medo do que pode ocorrer, mas seu cansaço apenas lhe fez ignorar continuando ir mais fundo naquele caminho que parecia sem fim...
