𝐂𝐀𝐏 001

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POV. AURORA GRACE

— Tem certeza que quer fazer isso? Tipo, isso é loucura — Millie disse enquanto fazia babyliss em uma peruca super realista.

— Verdade, tipo, e se você for pega? — Meu primo, Walker, perguntou enquanto olhava eu vendo os vestidos.

— Relaxa, gente. Eu só não tô afim de passar o resto da minha vida seguindo um sonho que não é meu — Falei.

— É, mas você entrar disfarçada em uma festa que a sua própria mãe vai fazer, sem ela saber que é você, não é o plano mais inteligente — Millie disse.

— Eu vou ficar bem, é só vocês me ignorarem e me tratarem como uma fotógrafa aleatória — Falei.

— Ainda assim é burrice — Walker disse me olhando.

— Olha, é fácil vocês falarem, Millie, você ama ser modelo, deixa sua autoestima alta e você sempre tá em capas e telões, e você, Walker, você sempre quis ser ator mesmo. Mas eu não quero ser estilista ou escritora como meus pais acham que eu vou ser.

— Mas se você for pega nessa festa, aí sim, você não vai ter escolha, porque vai estar morta — Walker disse brincalhão.

— Ah, é sério, eu vou conseguir. Depois que ela ver as minhas fotos, ela vai amar — Falei confiante e um telefone começou a tocar. — É o meu irmão, tenho que ir.

— Boa sorte, e cuidado com a peruca, ela é cara pra caramba — Millie disse me entregando uma grande bolsa onde tinha um terno feminino e uma peruca realista, mas eu ainda tinha que dar um jeito de achar a máscara elegante e outra câmera, porque se eu for com a minha, todos iriam me reconhecer.

Pode parecer loucura, e até seja. Mas essa provavelmente vai ser minha única oportunidade de poder sentir como ser uma fotógrafa. Pode ser um sonho bobo, que não dê dinheiro e reconhecimento, mas eu não me importo com isso, para ser sincera.

Entrei no carro, Jack, meu irmão mais novo de 15 anos, já estava lá, vidrado no celular como sempre.

— Que bolsa é essa? — Ele perguntou, desviando o olhar por alguns segundos.

— É só... algumas roupas que eu esqueci na casa da Millie, é... com licença, pode passar na casa da Leah Jeffries por gentileza? — Perguntei ao motorista e ele confirmou com a cabeça.

— Por que quer ir pra casa da Leah? — Jack perguntou.

— Eu tenho que pegar algumas coisinhas, não vai demorar — Falei e olhei pela janela, se eu pudesse, fotografava tudo aquilo, era lindo.

Depois de alguns minutos, chegamos na casa da Leah, desci do carro correndo e bati na porta da sua casa, não demorou muito para ela abrir.

— Aurora! Que surpresa, tá tudo bem? — Leah perguntou simpática em seu pijama quente e com um celular na mão, ela parecia estar em chamada com alguém.

— Oi! Tá tudo ótimo, e... a gente pode conversar? — Perguntei.

— Claro! Entra, por favor — Ela disse dando espaço para eu entrar, e sussurrou algo no telefone. "Um minuto Dior, te ligo de volta em um minuto." A voz da garota ecoou no viva-voz. "De boa, eu tô aguardando." Ela desligou e guardou seu celular em seus bolsos traseiros.

— Então, o que eu posso te ajudar? — Ela perguntou.

— Eu sei que pode parecer meio estranho, mas você ainda tem aquela câmera que você levou na festa de aniversário do Walker? — Perguntei.

— Tenho, era do meu irmão, mas ele me deu, tá lá no porão. Por que? — Ela perguntou confusa.

— Então... pode me emprestar ela? Só por uma noite, eu tenho um cartão de memória e você sabe, eu sou muito cuidadosa com as câmeras, nunca quebraria uma — Falei tentando convencê-la.

𝐌𝐘 𝐅𝐎𝐑𝐁𝐈𝐃𝐃𝐄𝐍 𝐆𝐈𝐑𝐋  - 𝓓ior 𝓖oodjohn Onde histórias criam vida. Descubra agora