Eu amo você

Pov: Natália

Depois da minha conversa com Carol, senti um misto de sentimentos: alívio, por enfim conseguir dizer o que vinha guardando por todos esses anos e inegavelmente, uma imensa tristeza, mas com total consciência de que, como havia dito a ela, essa era uma questão minha, um sentimento meu, embora ainda existisse uma pequena esperança de que ela sentisse o mesmo. Seu olho azul me encarando e eu implorando seu beijo, em silêncio.

Depois de chorar horrores, me encontro deitada de barriga para cima, escutando Djavan e refletindo sobre toda ''nossa'' história. Eu sempre amei a Carol, não dá para negar. Mas lá no passado, a Natália adolescente e completamente confusa não sabia lidar com isso e por isso adiou ao máximo falar sobre o assunto, até comigo mesma. O medo de estar confundindo as coisas ou o mesmo ela não entender e ficar um clima ruim entre a gente, era o que mais me paralisava.

Mas o tempo passou, o grupo se distanciou e cada um de nós seguiu seu próprio caminho. Ainda assim, vez ou outra eu me pegava pensando em Carol. O que estava fazendo da vida, se havia outras amigas...eu nunca a esqueci completamente. O inesperado reencontro do grupo, só confirmou isso. Quando a vi, parecia que nada tinha mudado: o mesmo jeito, o mesmo sorriso, o mesmo sentimento que eu tinha antes e permaneceu.

Eu sempre soube que era praticamente impossível resistir aos encantos de Ana Carolina. Seus olhos, sua boca, sua inteligência, seu estilo, seu sorriso...ela toda. Quem não se apaixonaria?

Escutar ela dizer que nunca percebeu nada e que só me vê como amiga, doeu, mas entendo. Também demorei muito tempo para processar e entender esse sentimento. Mas depois de também ouvi-la dizer que estava confusa, me fez supor tantas coisas que não sei se é à minha vontade fazendo a dela.

Mas agora ela vai embora, mais uma vez. Eu queria tanto ser capaz de fazer com que ela ficasse...mas o jeito é deixar ela ir embora e recomeçar.

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Seguem outras músicas que inspiraram esse capítulo: