A quatro olhos?

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Pov Venus

  Observei o carro luxuoso adentrando o portão principal pela janela do cômodo escuro. O clima estava chuvoso e o céu estava em diferentes tons cinzas, parecia uma cena de filme de terror.
  - Já conheceu ela antes? - Pergunto ainda observando a janela.

  - Já a vi nos jornais, quase nenhuma notícia foi boa. - Alfredo diz também observando a janela um pouco distante, mantendo sempre sua postura retíssima com suas mãos atrás do corpo e sua aparência sofisticada e elegante. Apesar de ser um funcionário de confiança da minha família, ele também era como um segundo pai para mim. Ou melhor, um pai presente.

  - Quando estudei com ela em Gordonstoun, não foi lá muito legal também. - digo me lembrando de algumas coisas do colégio.

  - Garotas no colegial costumam ser cruéis, ainda mais as de alta classe.

Ficamos sem silêncio por alguns segundos, ainda observando o tempo lá fora. Eu e Alfredo ficávamos assim as vezes, em um silêncio confortável. - O que acha dela, Fred?

Alfredo soltou uma risada. - Não sou de julgar um livro pela capa, mas...- Alfredo colocou a mão na boca e pigarreou antes de começar a falar - Egocêntrica, infantil, mimada, egoísta, irresponsável, espoleta e... bonita, acima de tudo. Pelo menos nisso você deu sorte. - disse sincero.

Dessa vez fui eu quem ri ignorando seu último comentário. - Definiu tudo isso só de ver algumas notícias na tv e jornais?

  - Quem dera fosse, já tive o desprazer de conhece-lá pessoalmente também.

  - Achei que tinha dito que nunca tinha visto ela pessoalmente.

Alfredo riu fraco. - Eu não disse isso em nenhum momento.

  - Pois então termine, contar uma fofoca pela metade é quase um crime. - Digo me virando para Alfredo.

 Um empregado bem vestido bate na porta e entra - A família real O'Connell está a sua espera, senhorita. - avisa.

Alfredo se vira pra mim com um pequeno sorriso. - Vamos deixar essa história para outro dia.
Sorrio antes de começar a caminhar em direção à sala de reuniões.

- Droga!

- Olha a boca, menina.

- Foi mal - digo rindo.

Caminhamos por alguns corredores da casa em silêncio absoluto. Minha mente estava a milhões de perguntas e pensamentos, mas não sabia se teria resposta para todos.

- Alfredo, o que ela faz da vida?

Alfredo mantém seu semblante nêutro. - Ela sai pra festas, dança, pinta o cabelo de cores estranhas, dirige um Dodge Challenger e canta também, em eventos da nobres, mas nada muito sério, já que a realeza não permite. Em resumo, quebra milhares de regras reais.

- Ah legal, mas eu queria saber o que ela faz de útil.

Alfredo ri sarcástico. - Ela é uma princesa.- Diz simples como se fosse óbvio (realmente era).

Rio fraco - Sem personalidade. - digo divertida, eu já a conhecia bem, mas se passou um bom tempo e as pessoas mudam, né? Ou não?

- Ah não, pelo contrário, ela tem sim uma personalidade, mas faz você querer que ela não tivesse.

Porra, eu me ferrei tanto.

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Pov Billie Eilish

Faziam quase 30 minutos que estávamos em uma sala estranha esperando, em uma mesa rústica meio estranha também, pelo menos as cadeiras eram bem confortáveis, pareciam poltronas. Essa casa era meio medieval, sei lá, tudo escuro e meio assombrado. Tenho certeza que já morreram pelo menos umas 10 pessoas aqui e esse clima chuvoso só deixava tudo bem mais sombrio.

The Royal Blood - Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora