Ela é tão ousada para uma plebeia! 2. O fim da minha batalha solitária.

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Da perspectiva de Lily Lilium. Autora: Inori.

Depois de conversarmos brevemente sobre como a igreja administra suas finanças e trabalha para aliviar a pobreza, Rei se levantou para fazer uma pausa. Lily continuou sua conversa com a Srta.Claire durante o chá, mas quando o chá acabou e as freiras encarregadas de nos servir nunca mais voltaram com um bule novo, Lily decidiu ir ver como estavam.

"Você ouviu sobre srta.Lily? Desta vez é a filha do ministro das finanças do nosso reino!"

"Que desagradável... Verdadeiramente repulsivo."

Lily encontrou as freiras responsáveis pelo chá, mas, depois de ouvir parte da conversa delas, entendeu o contexto e se escondeu.

"Eu sabia, ouvi dizer que a Srta.Lily é homossexual, mas afinal era verdade."

"Mesmo que ela já esteja noiva do Príncipe Yu, que escandaloso!"

Era exatamente como Lily temia. Era normal que os outros fofocassem assim pelas costas dela. Considerando sua idade, era uma irregularidade sem precedentes o fato de ela ocupar o posto de cardeal, então a inveja delas provavelmente também alimentava os rumores. Os rumores mais comuns se concentravam no gênero das pessoas que Lily gostava

Por alguma razão, Lily sempre só gostava de outras mulheres. Ela mesma reconhecia que isso não era normal e, no entanto.... Quando era apenas uma freira normal, incapaz de conter seus sentimentos, ela os confessou a uma sacerdotisa mais velha. O resultado – não era algo que Lily quisesse lembrar. Desde então, rotulada como herege, Lily sentiu como se tivesse vivido a vida em um fio de navalha.

"Apesar de suas perversões, ela conseguiu chegar ao posto de cardeal. Só porque é filha do primeiro-ministro. Realmente, ela deve ter tudo muito fácil!"

"E isso não é tudo. Ouvi dizer que há vozes pedindo que ela se torne o próximo papa!"

"Ela está arrastando a autoridade da igreja para sujeira."

Nem tudo o que elas disseram era verdade, mas pelo menos nessa parte acertaram em cheio. Se não fosse pelo pai de Lily, ela nunca teria se tornado cardeal na sua idade. Também era verdade que o seu conceito de amor não combinava bem com os valores da fé. Lily achava que não havia como evitar que os outros a olhassem com desprezo.

Era isso que Lily pensava, mas...

"Você não acha que dizer tudo isso é um pouco unilateral demais?"

Quem interrompeu a fofoca foi Rei.

"Uhm, e você é...?"

"A empregada da senhorita Claire."

As freiras pareciam confusas enquanto olhavam na direção da Rei.

"A homossexualidade é realmente tão errada?"

"Uhm..."

"No mínimo, eu não acredito que seja algo natural."

Ao perceber que não seria possível fugir do assunto, uma das freiras recuou enquanto a outra demonstrou não ter intenção de mudar de opinião. Talvez essa reação também fosse inevitável. As freiras não eram, de forma alguma, de baixo status social. No mínimo, elas estavam bem acima de uma plebeia que servia como criada de um nobre. Havia até mesmo moças de famílias renomadas que haviam caído devido a conflitos políticos e agora estavam aqui como freiras. Essas moças não tinham motivo para se calar.

"O que você quer dizer com natural?"

"Quero dizer, não é óbvio? Casais homossexuais não podem gerar filhos. Isso é um relacionamento que não dá frutos."

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