Comentem muito por favor, sou muito fácil de perder ânimo se não tiver incentivo.
Já sentia meu coração disparado no peito quando paramos subitamente de andar. Esperei o dummy terminar de desamarrar a venda em meus olhos, respirei o mais fundo que consegui e enfim abri os olhos, dando de cara com uma porta completamente diferente e ainda assim muito familiar.
- Imagino que tu não possa me falar se minha mulher já entrou né - perguntei de maneira retórica ao dummy antes de colocar a mão na maçaneta, eu já tinha quase certeza de qual seria sua resposta.
Ele só fez um barulho em negação com a garganta e saiu andando, esperei até parar de ouvir seus passos e inspirei profundamente mais uma vez, tomando coragem, e girei a maçaneta, dando de cara com o gramado da tal casa mais vigiada do brasil pela primeira vez em quase 4 anos.
- E aqui vamos nós - murmurei pra mim mesma, segurando com força nas alças da minha mochila enquanto mentalmente perguntava a mim mesma o que diabos eu estava fazendo ali novamente.
A parte do meu cérebro que não estava se afogando em nervosismo e ansiedade rapidamente me apresentou uma lista gigantesca de coisas que 3 milhões de reais nos possibilitariam fazer e adquirir. Por mais que tivesse tentado gastar meu próprio prêmio com sabedoria, não tem muito o que se possa fazer com 150 mil reais uma vez que nem casa própria pronta meus pais tinham ainda. Só pra finalizar a construção tínhamos gastado quase 2\3 do valor. Felizmente eu tinha ganhado 2 carros e uma porrada de prêmios menores ao longo do programa e com isso consegui juntar um pezinho de meia pra me manter sem preocupações pelos próximos anos.
O role era que agora eu fazia parte de outra família, e família é bagulho caro, meus amigos. A possibilidade de vir e competir novamente por alguns milhões de reais não poderia ser ignorada e foi por isso que nós decidimos que tínhamos uma obrigação moral de aceitar.
E aqui estou eu.
Tomei um susto quando uma menina levemente familiar surgiu me agarrando num abraço bem apertado do mais absoluto nada e levei alguns segundos até abraça-la de volta. Quando nos afastamos a encarei e reconheci como ninguém menos do que Vanessa Lopez, uma tik toker que tinha participado da mesma edição da minha mulher, mas tinha apertado o botão de desistência. Fiquei surpresa pois não imaginava que o Boninho levava com muita esportiva quando alguém desistia do programa, mas imagino que não esteja sendo nada fácil convencer participantes a voltar pro jogo depois de terem saído e experimentado o gostinho da rejeição popular uma primeira vez.
Eu também já tinha visto Vanessa por aí em alguns eventos e até tínhamos conversado brevemente vez ou outra, mas ainda assim, nada justificava a animação excessiva da menina ao me ver.
- Foi mal - ela se afastou rindo alto - A galera tá toda lá dentro e eu acho que nunca vi o rosto de uma única dessas pessoas que seja em toda a minha vida. Tava me dando mó ruim - explicou simplesmente, ainda risonha. Sorri de volta, entendendo o sentimento acho que até melhor do que a própria Vanessa.
A minha timidez e dificuldade de me entrosar tinha sido um puta problema quando eu tinha participado da primeira vez. Todo rosto familiar seria muitíssimo bem vindo.
- Eu entendo o sentimento - sorri fraco pra ela - Já separaram os quartos? - perguntei preocupada, precisava conseguir uma cama de casal pra dormir com a minha mulher ou provavelmente surtaria num piscar de olhos.
- Tem nenhum cheio ainda - ela respondeu - quer ir lá ver?
- Bora - ajeitei a mochila em meus ombros, meu estomago chegava estar revirando de nervoso. Eu tinha esquecido quão aterrorizante esse começo do programa era. Preciso urgentemente da calma que só estando com a minha mulher me trás. Já foi tempo demais passar as semanas de confinamento pré-programa separada dela. E já to explodindo de saudades das crianças e da nossa namorada também, pelo menos a minha loba eu preciso encontrar logo.
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Amadurecendo nosso nós
FanficS/n Skarlett Alekseeva, 27 anos, filha de mãe brasileira e pai russo, passou quase toda sua vida na Rússia, onde cresceu uma jovem reprimida e depressiva. Aos 21, os pais se separam e a mãe decidi voltar para o Brasil. Skarlett a acompanha. Aqui ten...