Por quê?

20/3/24

A vida, a vida é difícil de entender. Eu gostaria de que tudo fosse normal, normal no sentido de que tudo seja fácil, que tudo que queremos tenhamos. Por que tudo é difícil? Por que temos problemas? Por que nos deprimimos?
Por que sentimos? Por que nos preocupamos? Será eu o problema? Por que não consigo me entender? Por que me culpo? Não deveria odiar-me, eu deveria amar-me, deveria me querer cada dia mais, devo pensar positivo. Mas sinto que não sou uma boa namorada, uma boa esposa, uma boa irmã, uma boa amiga. Eu minto, eu me escondo atrás da sombra, eu não sou fiel a minha família. Deus me perdoe por tudo que eu tenho feito, não quero que minha família sinta o que eu sinto, não quero que vejam quem eu sou, Deus, me perdoe. Minhas palavras do dia a dia não são em devoção a ti, será é a minha pouca fé?
Meu peito dói, minha garganta rasga, meu ar se acaba, minhas mãos tremem e continuo na sombra. O mundo tem regras, eu gostaria de ser a adolescente rebelde que as quebram todas, que eu não arrependa por fazer algo que me fez feliz, pensar em sorrir cada vez mais, amar cada vez mais, que meu brilho transmita a todo o mundo. Mas por que é difícil? Parece tão fácil, parece como cuidar de um bebê, olhar sua mãe o cuidar, é tão fácil, mas não é, será sou injusta? Oh mãe, me deu a vida, estou sendo ingrata? Eu te amo mãe. Mãe, uma pequena palavra, tão fácil de aprender, mas difícil de dar valor. Carregar nove meses e ainda sair vitoriosa no parto, é só coisa de mãe. Por que sou tão egoista? Eu choro toda vez que digo seu nome. Por quê? Eu poderia apenas esquecer o passado, mas não posso.

Céus, nuvens, mar, plantas, vida, essas palavras trazem calma, são maravilhas da vida que não sabemos olhar e valorizar, quão difícil é? Não mata você olhar para o céu e dizer você é lindo, hoje você está maravilhoso. Quão difícil é? Olhar para as nuvens negras e dizer obrigado pela chuva que nos dás, por nos hidratar com a sua ira. Somos ingratos não somos? Quão difícil é olhar para as plantas e dizer obrigado pelo ar que nos dás. Realmente o mundo está mais hipócrita, mais traiçoeiro que o próprio Judas.
Não sou eu, é o mundo em que vivemos, apenas me torno mais um deles, bebo do mesmo vinho que eles, é amargo, não tem sabor, apenas sinto desgosto tomando o vinho. Tenho desgosto na escória em que nos tornamos.
Sobrepenso todos os dias, penso no que faço, é correto? Mas que merda tem a ver correto ou errado?! Apenas devo viver!!! Não devo? Por quê?! O mundo grita por mim, meu subconsciente grita por mim!
Pai, por poucos anos você me ensinou a lutar, mesmo não se dirigindo as palavras a mim, mesmo eu lembrando de coisas ruins, você continua sendo meu pai. Mãe, pai, eu os perdoo por tudo, e quero que me perdoem, eu os amo.
Amor, meu amor, meu pequeno amor, talvez eu seja rude contigo, mas não sei me controlar, exijo muitas coisas de ti, mas te amo. Me perdoe, me perdoe, sei que não mereço tanto de ti, mas não me abandone, eu preciso de você, você é tudo para mim.
E outra vez me pergunto. Por que sou assim? Por que tenho medo? Por que não me atrevo?
Não devo dar ouvidos, devo olhar para frente e seguir, minhas mãos já não tremem, minha garganta já não dói, meu peito já não me sufoca. Não por enquanto, não até outra decepção aparecer e pensar que não tenho mais chão.
Minhas crisis não acabaram, só deram uma pausa, meus choros não terminaram só não tenho mais motivos de chorar, mas mesmo assim não deixo de carregar a culpa que sou mais uma entre muitos hipócritas.