Cap 19 - Quero ser como ele

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Ao entardecer, com o Céu belo e alaranjado da Corte Outonal, Lucien e Andras haviam encerrado seus treinos de caça por hoje, não usaram armas dessa vez, e sim suas formas Bestiais. Estavam caminhando pelo gramado de uma colina um pouco afastada da cidade. Quem passasse por ali provavelmente levaria um susto ao se deparar com o Enorme lobo negro, acompanhado de uma Raposa pequena ao seu lado.

Andras- Você se saiu bem hoje.

Lucien- Mas eu não consegui peguei nada.

Andras- Você está aprendendo, não se preocupe, você vai melhorar cada vez mais. - O Grande lobo pareceu mostrar um pequeno sorriso ao ver os olhos vermelhos da Raposa, um lampejo de admiração brilhando neles.

Lucien sorriu para ele, era bem menor que o Lobo, por causa disso acabava andando um pouco mais rápido para não ficar para trás, apesar de Andras estar andando até devagar para Lucien poder o acompanhar.

Andras- Por que não volta ao normal? Eu levo você nas minhas costas.

Lucien- Sério?! - O olhar brilhando de empolgação, desde pequenininho ele sempre adorou montar nas costas do Lobo, correndo pra cá e pra lá dando infarto na sua mãe com medo de acabar caindo, mas isso nunca aconteceu.

Andras- Sobe aí, deve estar cansado.

Lucien estava prestes a dizer que não, já que Beron o instruiu a nunca mais se queixar de cansaço quando suas aulas começaram, mas não precisava negar dessa vez, ninguém além deles estavam ali.

Lucien- Quando vou ter um cavalo?

Andras- Ainda não. - Sorriu. - Sua mãe já tem pavor de ver você nas minhas costas, imagine um cavalo que é maior do que eu. Espere mais um tempinho.

Lucien- chato...

Agora que o gramado já não enrolava as patinhas de Lucien, ficou nas costas do lobo alto apenas sentindo o vento agradável contra o seu rosto. O campo se estendia em todas as direções, o que mais era visto era a terra e as árvores de folhas alaranjadas e amareladas, várias folhas secas pelo caminho trazidas com o vento.

As árvores pintadas em tons de amarelo, laranja e vermelho, Mais abaixo, à distância, as luzes da cidade começavam a brilhar, anunciando que estava mesmo ficando tarde, contudo, uma outra coisa na direção oposta a cidade chamou sua atenção.

Lucien-... Andras, olha ali. - Apontou a direção que se referia, Andras viu a sua sombra indicando e seguiu o gesto do Ruivo. Parou de caminhar e observou de longe uma pequenina árvore crescendo em meio às folhas secas da colina, alguns metros afastada da "estrada" de terra.

Mas o que chamou a atenção dos dois era o fato de que as folhas dela não eram das típicas cores de outono, mas sim tons leves de Rosa e branco.

Lucien, curioso como sempre, saltou de cima do lobo e correu até alcançar a planta, que tinha quase a altura da sua cintura. Andras não se preocupou em ver o garoto sair correndo de perto dele, apenas caminhou pacientemente atrás dele, Lucien logo pôde ver a sombra do Lobo parando um pouco ao seu lado.

Lucien-... O que é isso?

Andras-... É uma Cerejeira. - Disse após sentir o aroma doce dela. - Tem muitas na Corte Primaveril, algum pássaro deve ter deixado cair as sementes aqui - Imaginou, já que não tinha como essa árvore crescer na Corte Outonal de outra maneira. A cidade estava longe e nenhum dos fazendeiros que viviam "afastados" moravam ali perto.

Lucien encolheu os ombros, seu olhar ainda fixo na árvore planta. Nunca tinha saído da Corte Outonal, e não conhecia outras árvores além das que já existiam por lá, no máximo as viu em livros, mas nunca pessoalmente.

Corte De Pesadelos Do OutonoOnde histórias criam vida. Descubra agora