Middle Of The Night

4.

Divirtam-se! (ou não)

Abro os olhos e a primeira coisa que eu vejo é Sadie. Ela deitada de lado, com o cotovelo apoiado no colchão e cabeça apoiada na mão esquerda. O lençol cobre apenas a parte inferior de seu corpo, parte de sua barriga e seios estão completamente descobertos. Não consigo evitar de olhar e quando encontro seus olhos, ela me lança um sorriso que me aquece, ao mesmo tempo que me deixa assustada.

Sadie segura o meu queixo e me dá um beijo singelo.

— Bom dia! — ela diz calmamente. — Dormiu bem?

— Dormi, sim. Tá acordada há muito tempo?

— Alguns minutos. — Sadie coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. — Eu gostei da nossa noite. E de acordar com você.

Sadie me olha da mesma forma que me olhou ontem a noite. Fico mexida com isso, ainda mais depois do que ela acabou de dizer. Mas como não consigo responder, apenas sorrio.

Retribuindo meu sorriso, ela se aproxima mais uma vez e me beija. Logo, ela está em cima de mim. O que vem depois é apenas uma Sadie extremamente carinhosa, que distribuiu pequenos beijos pelo meu rosto, que desliza a ponta de seu nariz pelo meu pescoço, que faz meu coração acelerar e um arrepio me atingir.

Eu não resisto a nada disso, embora eu acho que deveria.

— Você é linda, Saskia — diz quando olha em meus olhos. — Poderíamos fazer alguma coisa hoje.

— Não já estamos começando a fazer?

— Por mais que eu adore te beijar e transar com você, não é disso que estou falando.

— Não?

Ela balança a cabeça negando.

— Poderíamos fazer algo fora do quarto.

Não sei o fato dela está da nua me afeta e me impede de pensar direito, mas ela está sugerindo o que eu acho que está sugerindo?

— Algo fora do quarto? — Franzo o cenho.

— Bom, já está tarde para tomar café da manhã, então pensei que poderíamos almoçar juntas. Nunca fizemos isso.

— E-eu...

— Conheço um lugar legal — ela continua — e acho que você vai gostar. Além disso, eles têm ótimos vinhos e adoraria te sentir de novo o gosto de um vinho suave em seus lábios.

Sadie volta com a distribuição de beijos e ao mesmo tempo que meu corpo vai reagindo a isso, meu cérebro me diz para não ir adiante.

— Ou, podemos sair pra jantar e depois você pode ser a minha sobremesa. — Sorri ladeado.

Eu gostaria de rir dela ter tanta disposição de fazer suas gracinhas assim que acorda, mas não consigo. O fato dela estar planejando fazer algo comigo me deixa simplesmente apavorada o suficiente para não conseguir dar nenhuma resposta. De novo.

— Sakia? — Ela me encara. — Já tá ficando meio chato ficar falando sozinha. Aceita fazer algo comigo hoje?

— E-eu tenho muito trabalho, Sadie.

— Se é sobre aqueles papeis e a conta, eu posso continuar te ajudando.

— Não vai dar, McCarthy.

Não é mentira que tenho que trabalhar na minha defesa, mas isso não me impediria de ir a qualquer canto com ela. E por mais que meu coração me diga para aceitar o convite de Sadie, minha mente diz que eu não devo. Então, a desculpa do trabalho é a melhor resposta que encontro.