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S/n Menezes POV
Guarujá, São Paulo
22 de junho de 2022

Hoje é quarta-feira, um dia antes de embarcarmos para L.A atrás de Margot e para iniciar o maior projeto da minha vida ao lado da minha maior inspiração. Como prometido por mim, no dia seguinte à ligação da Scarlett e a descoberta sobre o paradeiro da minha esposa, enviei uma mensagem para a mesma aceitando o seu convite. Passamos a manhã e a tarde discutindo sobre alguns lugares bons para podermos ficar durante os meses que passaríamos lá, e uma escola para o meu filho. A escola do Matteo foi o que menos deu trabalho, já que a escola que ele estuda no Brasil tem uma sede em LA e o mesmo foi transferido para lá.

Sobre a acomodação, Scarlett insistiu para podermos ficar na casa dela, para ficar mais fácil para nós duas trabalharmos no projeto e ela conseguir me “jogar” para cima da minha esposa desmemoriada. É engraçado o quanto ela está empenhada em fazer nós duas voltarmos a ficar juntas ou fazê-la lembrar de mim, pelo menos com a Scarlett no comando disso tudo as coisas podem dar certo. Aliás, meus pais ficaram muito felizes ao saber que encontramos a Margot e íamos viajar atrás dela, chegou em um momento que eles iam soltar fogos de artifícios no meio da sala de estar de tanta felicidade. Meus pais nunca esconderam o quanto amam a minha esposa. Acho que eles preferem mais ela do que eu.

Quando contei para o meu filho que íamos viajar para L.A para podermos encontrar a Margot, ele ficou muito feliz o suficiente para não dar a mínima que está indo para outro país morar por meses lá, deixando seus amigos e sua família no Brasil. Mas a alegria dele é compreensiva. Fazem mais de cinco meses que não a vemos, que não temos nenhuma notícia da mesma, então estar feliz e ansioso para encontrá-la.

Se a Ava for realmente a Margot…

Enquanto o pessoal resolve os últimos preparativos da nossa viagem, como deixar uma lista de comandos para o pessoal que irá comandar as duas empresas durante o período de tempo que ficaríamos fora. Matteo está aproveitando o último dia no Brasil junto com as avós e os avôs em um passeio divertido por São Paulo. Após deixá-lo com os meus pais e sogros, me arrumei para poder encontrar minha irmã, na qual não via desde o Natal, na nossa cafeteria preferida.

Desde que todo esse caos começou, não teve um dia sequer que eu me sentisse disposta o suficiente para sair de casa. E hoje, pela primeira vez em 5 meses, acordei disposta o suficiente para sair de casa. Estaciono o carro em frente a cafeteria, sendo inundada por boas lembranças dela durante a minha fase do Ensino Médio, de todas as vezes que passei horas e horas enfurnada dentro do estabelecimento estudando para as provas ou estudando para me tornar uma arquiteta renomada. Saio do carro após pegar minha bolsa, travo o mesmo e vou até a porta antiga do estabelecimento, abrindo-a escutando o barulho do sino indicar minha entrada. No mesmo momento em que o cheiro de café fresco misturado com o cheiro dos pães sendo preparados na chapa, invadiram minhas vias respiratórias ativando várias memórias afetivas do lugar.

Céus, como senti falta daqui…

— Menina S/n — olho ao redor a procura da voz masculina conhecida por mim. Encontro Alejandro saindo atrás do balcão vestindo um avental na cor de café com o nome The Coffee Emporium. Sorrio para o mesmo, indo na sua direção.

— Tio Ale, saudades! — passo os braços ao redor do corpo robusto dele, sentindo o cheiro dos grãos de café impregnados em seu corpo.

— Saudades também, menina S/n — sinto seus lábios encostar no topo da minha cabeça deixando um beijo estalado — Senti falta da minha cliente preferida, nunca mais suma dessa forma! Estou acostumado a te ver como um enfeite deste estabelecimento de tanto que passava tempo aqui — gargalho alto com seu comentário, desfazendo o abraço.

Jura Juradinho - Margot/YouOnde histórias criam vida. Descubra agora