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Segunda
6:32
Rio de Janeiro, Copacabana.

Hanna

Acordei desnorteada pelo som do despertador, levantei na hora e me sentei na cama.

Olhei ao redor vendo que já era dia, levantei a muito custo e fui pro banheiro fazer minha higienes. Assim que terminei sai do quarto e fui para a cozinha para fazer meu café atrasado.

Peguei uma xícara e fui para a sacada olhar a manhã. Todo dia eu faço isso, gosto de olhar o sol e as pessoas, é algo relaxante para mim. Algumas vezes fico tão presa a visão que eu tenho, que acabo me perdendo em meus pensamentos, como agora por exemplo. Balanço a cabeça ao ouvir uma voz.

- Bom dia hanna!- uma senhora, bastante simpática me cumprimenta, o nome dela é Maria, ela é uma tiazinha legal, gosto dela.

- Bom dia!- respondo de volta, vejo a mesma sorri e continuar seu caminho sabe-se lá pra onde.

Começo a sorri olhando para o povo que a todo momento passava. Decidi fazer algo para comer, então lá fui eu dá uma de cozinheira, coisa que eu não sou mas cá entre nós, eu cozinho muito bem, só espero não botar fogo na cozinha.

Peguei o necessário e comecei a minha grande obra de arte.

Enquanto cortava alguns temperos para botar na comida, sentir alguém se aproximar de mim, segurei a faca com mais força e esperei a pessoa chegar mais perto, assim que estava perto o suficiente, me virei com a faca em mão. Mas antes de acerta a faca bem no crânio da pessoa, parei com tudo. Quem estava atrás de mim era o meu amor, Victor.

Victor estava parado imóvel com as mãos pra cima.

- Vc ficou maluco?! Eu ia te enfiar uma faca!- falo virando de volta para onde eu cortava os temperos e botei a mão no peito. Ouço uma risada vim dele.

- Como minha mulher é perigosa!- vem até mim abraçando minha cintura e deixando um beijo na minha nuca. O beijo fez com que eu me arrepiasse. Logo ele se afasta e se encosta na bancada onde eu estava.- Vc é linda!- comecei a sorri.

- Já é a oitava vez que vc fala isso, desde a noite até agora sabia?!

- Não posso fazer nada se minha mulher é linda, e eu faço questão que ela saiba disso.- fui até ele ficando na sua frente. Ele colocou as mãos na minha cintura e me puxou para si, botei minhas mãos envolta do seu pescoço e fiquei o encarando, admirando aquele rosto perfeito que eu conhecia cada traços, seus lábios perfeitamente desenhados e cheios, o nariz arrebitado e bem alinhado, os olhos castanhos tão profundos que faziam eu me perder completamente, aquele bigode sempre tão perfeito. Ele também fazia o mesmo, e eu sabia disso, sabia que ele me admirava e amava como nenhuma outra pessoa.

Isso é uma coisa bacana entre nós, mesmo sem falar sequer uma palavra, sabíamos o que se passava na cabeça do outro. Eu sabia que podia contar com ele para qualquer coisa, e ele também podia contar comigo.

Ficamos longos minutos nos encarando até que ele juntou nossos lábios, como que um pedido para me beijar. Segurei seu rosto e o beijei profundamente, ele pediu passagem com a língua e eu claro dei.

O beijo dele era algo muito intenso e cheio de sentimentos e desejos, assim como o dono.

Logo ele passa os beijos para meu pescoço, deixando leves mordidas no local, enquanto passava a mão primeiro pela minha cintura a acariciando pra depois ele descer para minha bunda, Victor deu um tapa estalado no local me fazendo gemer enquanto nos beijavamos, ele sorriu e segurou minhas nádegas como se fossem brinquedos de apertar, logo ele me puxou pra cima fazendo com que eu entrelaçasse minhas pernas em sua cintura.

Antes de qualquer outra coisa, ele me pois sentada na bancada ficando entre minhas pernas ainda me beijando. Depois que faltou o ar, nos separamos e começamos a nos olhar.

O olhei com grande sorriso maroto, retribuindo o sorriso ladino que tinha nos lábios.

Ele lambeu os beiços me fazendo aumentar o sorriso, logo veio se aproximando até que...

- Hanna...hanna...tá me ouvindo?- balancei a cabeça saindo dos meus pensamentos e voltando para o presente.

- Oi, o que foi?- perguntei olhando para a direção do meu marido.

- Estou te chamando já faz tempo e vc não ouviu nenhuma palavra!- me olha com a sombracelha franzida.

- Me desculpa Ícaro, é que acabei me perdendo nos meus pensamentos.

- De novo!- fala suspirando.- Enfim, são 6:45, se não sairmos agora, vamos nos atrasar. - concordei com a cabeça e me levantei.

Deixei minha xícara na pia e me encostei na mesma. Mais uma vez eu fiz isso, mais uma vez eu me torturei com as lembranças do Victor, ele é passado e ele tem que ficar no passado, não vou deixar que uma sombra que nem vive mais na minha vida atrapalhe tudo. Hoje eu estou casada, estou fazendo a faculdade dos meus sonhos e tenho uma amiga incrível, uma vida incrível, então não tem pq ficar presa a essas lembranças.

Balancei a cabeça duas vezes e me recompus, respirei fundo e fui para onde meu marido estava.

- Vamos?- perguntei com um sorriso no rosto.

- Vamos!- fala vindo beijar minha bochecha.

Saímos de casa. Eu fui direto para a faculdade onde eu estudava, já Ícaro foi para a empresa onde ele trabalhava. Dei um beijo de despedida nele, antes que entrasse no carro, ele sorriu e deu partida saindo logo em seguida e eu fiz o mesmo.

Hoje em dia é assim que eu vivo minha vida, e eu estou feliz com ela, Ícaro me ama e cuida de mim e eu também o amo. Ele me ajudou quando eu mais precisei e estava do meu lado o tempo inteiro, uma pessoa como ele é difícil de achar, então pq me torturar com o passado sendo que tudo o que eu tenho é incrível? Exato, não tem pq, como eu sempre disse pra mim mesma ao longo desses seis anos, o passado está no passado e eu estou no presente, então é nele que eu tenho que ficar.

Victor é passado, Ícaro é presente, e entre passado e presente, eu escolho o presente.

Amor no morroOnde histórias criam vida. Descubra agora