Capítulo 2.

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- Por favor, não deixe de ligar e mandar mensagens.  - disse minha mãe, entre lágrimas, na frente do portão de embarque.

- Pode deixar, ma. - limpei uma lágrima que escorria em meu rosto. - Mandarei notícias sempre que possível.  

- Você não vai se esquecer de mim, né? - disse Leo, minha irmã mais nova. - Juro que se você esquecer e não trouxer nada quando voltar eu deixo de ser sua irmã. - ela estava segurando suas lágrimas, por mais que estivesse com os olhos marejados. 

- Pode deixar, leo bonita. - me abaixei para abraçá-la. - Trago muitas coisas pra você quando voltar. não vou esquecer. - tirei seu boné para bagunçar de leve seu cabelo.

O alto falante do aeroporto anunciou a última chamada para embarque do meu voo, peguei minha mala de mão, olhei para minha família e dei um leve sorriso. Acenei para todos e fui em direção ao meu portão. enquanto caminhava pelo corredor que me levaria até o avião, suspirei e senti que tudo daria certo. Minha poltrona era do lado da janela, então dividi o tempo de voo entre dormir e olhar pro lado de fora. Tirei um bom cochilo e quando acordei faltava pouco para o avião pousar, então dei uma breve passada no banheiro para escovar meus dentes e lavar o rosto. Desci do avião um pouco acoado e nervoso, estava em um lugar completamente diferente onde as pessoas falavam e se vestiam esquisito, cabelos e roupas diversificadas. Olhei ao redor  em busca de Bagi ou de alguém da família que irá me recepcionar, caminhei até o guichê de informações, já notei que vai ser meio complicado achar algum deles por aqui.

- Ei! - falei e logo a moça do balcão virou-se para mim.

Vi que em seu crachá estava escrito 'Mariana', provavelmente seu nome. Ela viu meu uniforme de intercambista e um broche com a bandeira do México em minha mochila.

- Méxicano? - perguntou e eu assenti, então ela se virou chamando por alguém, Pedro, pelo o que eu ouvi.

- Oi! Precisa de alguma ajuda? - Por um momento eu quis chorar por encontrar alguém que falasse minha língua.

O pedi para que chamasse no alto falante pela minha "host family", assim que o fez, fiquei olhando para os lados a procura de algum deles. Em seguida, um pequeno garotinho se aproximou arriscando um espanhol.

- Hola! Soy Richas, bienvenido ao Brasil.

Sorri levemente para ele e notei que se aproximavam uma menina bem bonita junto com um casal com a aparência também linda. Nos abraçamos e trocamos alguns sorrisos.

- Nos perdoe por te deixar esperando, não sabíamos exatamente onde você estaria depois que pousasse. -  Elena disse apreensiva, falando pausadamente para que eu compreendesse. 

- Não tem problema, desembarquei fazem poucos minutos. - sorri.

- Você gosta de sorvete? - Richas disse bem pausadamente.

- Gosto sim. 

- Nós temos sorvete. - ele sorriu e segurou minha mão já pronto para me levar em direção a sorveteria. 

- Ei, vai aonde, mocinho? - Bagi disse o repreendendo. - Desculpa, é que ele tá muito animado com a ideia de morar com uma pessoa nova. 

Fiquei um tempo olhando para todos. Ainda estava me acostumando com o ambiente.

- Não acham uma boa ideia sairmos do meio do aeroporto? - Bruno disse sorrindo.

Todos concordamos. Quando me abaixei para pegar minha mala, Bruno foi mais rápido.

- Não precisa, eu levo. - disse sorrindo meio sem jeito.

- Deixa de ser bobo, meu pai leva. - Bagi disse me puxando.

Preferi não insistir. Bagi segurava em meu braço me mostrando as lojas brasileiras e estrangeiras dentro do aeroporto enquanto caminhávamos pra fora. Ela me contava tudo o que havia planejado para me mostrar na cidade.

No trajeto pra casa, eu olhava pela janela maravilhado. Apesar de estar de noite, ainda conseguia ter uma pequena noção da minha nova realidade. Quando chegamos em casa, Bagi e Richas me ajudaram com as malas. Era uma casa relativamente grande, com um quintal enorme.


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⏰ Última atualização: Mar 26 ⏰

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