Capítulo 1

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Pov Roier

Não sei exatamente em que momento decidi que queria viajar, conhecer o mundo, se foi nas aulas de língua estrangeira, onde aprendia um pouco mais sobre a cultura dos diferentes países  ou se foi quando me dei conta de que estava crescendo e logo não teria mais a chance de realizar esse sonho de uma "vida nova". Conversei com meus pais sobre isso, essa idéia maluca de fazer um intercâmbio. meu destino? Brasil.

- Tem certeza que quer isso?  - perguntou pela milésima vez enquanto eu preenchia os papéis do programa.

- Mãe, já falamos sobre isso. - sorri.  - eu quero ir. tenho certeza absoluta.

- O Brasil não é tão longe... mas vamos sentir sua falta. - suspirou. - Um ano é muito tempo, Ro... - lamentou, olhei sobre seu ombro para a mulher a nossa frente já impaciente, já fazia meia hora que estávamos ali discutindo sobre algo já decidido. - Você nem terminou a escola ainda... está apenas no segundo ano.

-  MÃE. - falei sério. - Chega, já decidi. - falei entre os dentes.

Ela suspirou relutante e assinou os papéis. tanto eu, quanto a mulher que nos atendia sorrimos, finalmente. Em algum tempo eu receberia um e-mail da minha família provisória para que eu pudesse conhecer-los melhor. Voltamos pra casa entre suspiros e reclamações da minha mãe, mas eu estava feliz demais pra me importar com isso. Algumas horas mais tarde, naquele mesmo dia, meus amigos, Quackity e Foolish, vieram até minha casa para que pudéssemos conversar.

- Você vai mesmo? - sentou- se em minha cama. - Como eu vou aturar esse mala sem você? - apontou para Foolish que se divertia girando na cadeira do computador. 

- Eu juro que ligo pra vocês sempre que der.  - sorri. - Vai passar rápido, quackity. - o abracei. 

- Não precisa tentar me consolar, sei que não vai. - suspirou. - FOOSH, PARA COM ISSO. - gritou, irritado.

- Pra que isso? Eu hein. - Foolish questionou, vindo sentar do meu lado na cama.

- Ai, vou sentir tanta falta de vocês... - suspirei, os abraçando.

- Também iremos, Ro. - Foolish me abraçou de lado. - Pode deixar que do Quackity eu  cuido.

-  Você não cuida nem de si mesmo, foosh. - retrucou.

- Nossa, que humor ótimo... - ironizou.  - Se tem uma coisa que eu detesto é o quackity de tpm. - brincou.

- Vai se foder. - quackity jogou um dos meus travesseiros em foolish. 

- Ei. - disse, levantando  da cama. - Daqui a pouco e viajo e não quero partir com vocês discutindo. 

- Daqui a pouco quando? - perguntou quackity.

- Não sei, vão me ligar ainda. - sentei-me com as pernas cruzadas na cadeira do computador.

Levou um  bom tempo até que meu telefone tocasse. A família que vai me acolher no Brasil parece ser incrível. Elena e Bruno serão meus "pais adotivos", eles têm três filhos,  dois gêmeos, Cellbit e Bagi, que são apenas dois anos mais velhos que eu e Richas, que tem apenas 7 anos. Fiquei ansioso quando Bagi comecou a me enviar e-mails contando um pouco mais sobre a dinâmica da família e dizendo que todos estavam ansiosos com a minha chegada. Conforme o dia da viagem ia chegando, eu antecipava a saudade da minha família e dos meus amigos. Eu me pergunto se eu conseguirei passar um ano longe deles pra viver na casa de desconhecidos com outra cultura e outros costumes. No fim de tudo, continuo achando que essa foi uma das minhas melhores escolhas.

O Intercâmbio - Guapoduo.Onde histórias criam vida. Descubra agora