Descoberta

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O ano era 1995, em um dia de verão típico na cidade de Osaka, eram exatas seis e meia da tarde do dia 31 de Janeiro.
Neste exato dia, um homem adulto está sentado em uma poltrona, a frente de uma adolescente de cabelos longos e negros, aparentava uma adolescente de quinze a dezesseis anos, do qual usava roupas frescas e o encarava com certa raiva e ansiedade, se ajeitando e apertando o tecido e almofada do sofá. A jovem usava um short jeans, um par de pantufas de pelúcias rosas e uma blusa de mangas curtas branca.

? — Certo, quer saber o que aconteceu com a sua mãe, não é?

? — Eu preciso, ela sumiu tão derrepente... Por que você só não me fala?

? — Não é uma coisa tão simples. Eu não sabia onde sua mãe estava, só soube quando a polícia me entregou... Algumas filmagens.

? — Filmagens? Como assim?

O homem adulto se levantou e foi até um armário do mesmo cômodo onde estavam, de dentro desse móvel, ele tirou uma caixa de papelão do qual continha o nome de uma pessoa escrito bem na lateral da caixa.

? — Foi o que a polícia me entregou quando acharam sua mãe.

O mais velho então tirou fitas cassete da caixa e as deixou encima da mesa de centro do qual pai e filha estavam à volta.

? — Entenda, minha filha. Você era muito nova para simplesmente te dizer que sua mãe havia morrido e provavelmente seria perturbador para você, saber como e quando ela morreu, afinal, nós dois também éramos muito novos.

? — O que isso tem haver com a minha mãe?

O homem suspirou fortemente e logo pegou a primeira fita de duas que estava dentro da caixa e colocou no aparelho da TV, o que logo fez a imagem passar na mesma.
A primeira imagem que se passava no aparelho era uma moça jovem, loira, olhos castanhos e bem maqueada, vestia uma roupa de colegial e fazia pose a câmera enquanto sorria e ria um pouco. A data que marcava nas filmagens recém passadas no eletrônico eram: dia 21 de janeiro de 1975.

? — Okiko, está gravando!

Logo outra jovem se mostrava na câmera, essa sim tinha cabelos longos e negros, uma pele pálida e olhos castanhos, além disso, duas pintas, uma logo abaixo de seu olho esquerdo e outra logo abaixo ao canto direito de sua boca. A garota sorria para a câmera e acenava para a mesma bem animada.

O — Olá, olá!

A garota que assistia a fita colocava a mão a sua boca e abaixou a cabeça lentamente enchendo os olhos de lágrimas e passando a deixa-las escorrer pelo seu rosto, fazendo o homem se aproximar e acariciar as costas da mais jovem enquanto olhava a fita.

? — Por favor, Mayuna, você precisa saber.

A adolescente voltou a olhar a TV enquanto suspirava em choros, prestando atenção na gravação enquanto o homem acariciava as costas dela lentamente tentando conforta-la.
A moça morena da gravação logo pegava a câmera e mostrava a loira que passava a olhar instruções de como se montava uma barraca, atentamente, ela logo passou a montar e Okiko, a garota que segurava a câmera, deixou o aparelho em um ângulo que pudesse gravar as duas.

? — Aí, eu nunca pensei que fosse tão difícil acampar, montar barraca é uma chatisse, sabia?

O — Você reclama demais, Miriam, é tão fácil quanto arrancar doce de criança.

A morena dizia logo, com a ajuda de sua amiga, montar a barraca em meio aquela grama e árvores o que as deixavam felizes e comemorarem logo depois. As duas colocavam seus pertences dentro da barraca e aconchegavam a mesma com travesseiros e cobertores. Logo após terminarem, Miriam, a loira, pegou a câmera posicionada logo ali próxima a elas e entrou na barraca, quem entrava logo após era Okiko que se sentou em frente a Miriam dentro da barraca, elas pegavam suas bolsas procurando por roupas de banho. Okiko, ao perceber a câmera as gravando, deitou a câmera para baixo fazendo ficar tudo escuro, afinal, elas precisavam se trocar e não havia necessidade de gravar aquilo, soltando o comentário:

O — Isso não precisa ser gravado!

Okiko dava uma leve risada e alguns minutos se passaram, Miriam pegou a câmera e se aproximou do lago logo a frente da barraca e posicionou ela encima em uma pedra logo ali enquanto sua amiga estava logo ao seu lado e olhava a câmera.

M — Aí, eu tô tão ansiosa! Eu espero que esse acampamento seja legal!

O — Você está comigo, é óbvio que vai ser legal! Quer mandar algum recado pra quem vai assistir? No caso, nós duas quando ficarmos mais velhas.

M — Aí eu quero!

Miriam se abaixava um pouco para a câmera e Okiko ficou logo atrás dela apoiada em seus ombros enquanto olhava a câmera e esperava sua amiga falar.

M — Eu espero que daqui a alguns anos, nossa amizade continue sendo a mesma, que eu conheça o amor da minha vida, assim como você, para que quando formos mais velhas possamos sair nós quatro juntos e... Que Mayuna comece a me chamar de madrinha! Que essa seja nossas melhores férias juntas antes do último ano do ensino médio!

Okiko riu alto e logo olhou a câmera sorrindo se preparando para falar

O — Eu quero viver para sempre ao seu lado como minha amiga, Miriam. Espero que daqui a alguns anos você conheça alguém que te ame igual eu achei... Mayuna... Mamãe sente muito sua falta, por mais que você não tenha sido planejada ou não tenha nascido como eu queria que tivesse nascido mas eu te amo demais e espero que um dia eu possa estar te mostrando essa fita e mostrar o quanto sua madrinha Miriam era louca da cabeça!

Okiko riu alto e logo deu um leve tapa na cabeça de sua amiga e a derrubou na grama a fazendo correr para a água logo depois disso e Miriam se levantando e correndo atrás dela enquanto ria e a derrubou na água.

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