Em um bairro decadente e sombrio, os vizinhos Amélie e Vincent compartilham uma relação de ódio enraizado. Amélie, uma jovem marcada por traumas do passado, vê sua paz perturbada pela presença constante e perturbadora de Vincent, um homem misterioso...
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FRANÇA, PARIS. 17 de abril, 2024
Ao despertar, fui incomodada pelo alto volume da música vinda do apartamento vizinho. Ao pegar o meu celular, que está sobre o criado-mudo ao lado da minha cama, constatei que eram exatamente 02:46 da manhã. É frustrante perceber a falta de consideração desse jovem para as regras do condomínio.
Ao levantar-me da cama, calço minhas pantufas e dirijo-me à porta de entrada de minha residência. Em seguida, encaminho-me até o domicílio vizinho, onde bato à porta e aguardo que a mesma seja aberta.
Ao observar a porta ser aberta, deparei-me com a presença do desgraçado de meu vizinho, momento em que a música se tornou ainda mais alta.
- o que você quer Bruxa?
- Vincent, por favor, poderia fazer o favor de baixar esta música? É um tanto desagradável ter que ouvir essas porcarias que você escuta. - Falo em um tom calmo
- Não? Por que eu iria abaixar? - fala o garoto
- Porque tenho faculdade na manhã seguinte e também necessito descansar. Você já viu que horas são? - Falo pegando o celular e mostrando as horas, que eram exatamente 03:12 da manhã.
- Não vou desligar minha música somente porque a Princesadeseja descansar. Tenha uma boa noite. - Dirigiu-se a mim de maneira sarcástica e em seguida, fechou a porta brutalmente
- Desgraçado.
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Na noite anterior, mal pude descansar após solicitar a Vincent que diminuísse o volume de sua música, ao que ele não apenas aumentou, mas também começou a cantar em voz alta.
Vou em direção ao meu banheiro, entro debaixo do chuveiro. Embora eu tenha banheira, não posso me atrasar.
Após lavar o meu cabelo e o meu corpo, desligo o chuveiro, me enrolando na toalha azul marinho. Vou até o meu closet, pego uma roupas e coloco sobre a minha cama: uma calça jeans preta, um crooped branco e uma jaqueta jeans de pelinhos. Após me vestir, penteio o meu cabelo e em seguida calço os meus sapatos.
Logo após calçar os meus sapatos, vou até o meu espelho, que fica em frente ao meu banheiro. Observo as orelhas que se encontravam sob meus olhos devido ao cansaço que sinto. Estou extremamente irritada com Vincent; esse garoto ainda me paga por isso.
Dirijo-me à minha penteadeira e aplico uma maquiagem discreta na tentativa de disfarçar o inchaço do meu rosto e o roxo ao redor dos olhos.
Ao sair do meu quarto, caminho até à cozinha, onde percebo que estou atrasada. Rapidamente, pego apenas uma maçã e minha mochila, que repousa ao lado do sofá, e saio apressadamente, dirigindo-me ao elevador.
E para minha grande surpresa, ele encontrava-se presente.
- bom dia Bruxa, dormiu bem? - diz sorrindo de lado.
Como ele ousa me cumprimentar com um "bom dia" após o ocorrido de ontem e ainda perguntar se dormi bem? Senti uma grande vontade de confrontá-lo ali mesmo no elevador, mas é imperativo que eu mantenha a compostura.
- Dormi sim, Vincent. Obrigado por perguntar. - declaro com um sorriso forçado.
Eu apenas desejava poder conter minha raiva e agir de forma racional diante da situação, em vez de sucumbir ao impulso de expressar minha frustração de maneira física. Meu sentimento de desgosto em relação a ele parece crescer a cada dia.
Ao presenciar a abertura das portas do elevador, decidi afastar-me apressadamente para evitar qualquer contato visual com o garoto em questão. Dirigi-me à garagem, onde planejava solicitar um Uber. Ao chegar lá, deparei-me com um veículo ao meu lado e, por um breve momento, desejei que fosse um táxi disponível.
- Quer uma carona Ursinha?
Ao direcionar meu olhar para o lado, para minha surpresa, identifiquei a presença de Vincent.
- Não, obrigada. Já estou aguardando um táxi. - Expresso, com esforço, um mínimo de simpatia em minhas palavras.
- Por favor, considere a oferta, Ursinha. Caso contrário, corre o risco de chegar atrasada para sua prova de Química. - fala com um sorriso de canto
Será que ele está me seguindo para saber sobre a minha prova de química? Será que o Matteo contou a ele? Não parece ser apenas uma coincidência.
Aceito a carona apenas por cortesia e pela urgência da situação. Abro a porta da frente do veículo e tomo assento ao lado de Vincent.
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