Se fosse minha escolha, eu escolheria ficar com você para sempre

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4º capítulo:

RACHEL'S POV ON.

Trim. Trim. Triiiimm.
"AI MEU DEUS!! Não acredito que não desliguei meu despertador!!"
Levanto um pouco a cabeça do cobertor, jogo aquele pequeno objeto do mal para o lado.
E tento dormir de novo, uma, duas, três vezes...é não vai dar.
Desistindo do meu plano de bela adormecida para sempre, me levanto, pego o meu robing, e com a maior coragem do mundo vou até o banheiro. Lavo o meu rosto e faço a minha higiene. Quando termino, vou para a sala e encontro com Leo.
-Bom dia...-Falo, antes de bocejar.
-Por que acordou tão cedo?-Ele me pergunta.
-Esqueci de desligar o despertador. E você? Por que está acordado?
-O Ed precisa de babá para acordar cedo.-Ele responde rindo-Aí decidi te esperar acordar, aqui.
- Nossa, só vocês mesmo.Já tomou café? Estou com vontade de fazer bolo de chocolate.
-Não, estava esperando você acordar. Você já fez bolo? Aliás, você sabe como fazer?
-Não... Mas é pra isso que serve a internet, mas especificamente o app do Tudo Gostoso- falo, piscando em seguida.
-Ah claro...
-O que você está esperando? Vai separar os ingredientes, enquanto eu troco de roupa.
-Okay, okay. Tô indo.
Fui para o meu quarto, tomo banho e coloquei um short e uma blusa e voltei para cozinha, onde Leo já estava separando os ingredientes:
-Falta mais alguma coisa?-Ele pergunta.
Dou uma olhada na bancada onde separou tudo, e respondo:
- Falta o chocolate, Leo- falo levando minha mão a minha testa e dou uma risada abafada
-Ah verdade!Vou pegar. Acho q eu tenho lá em casa.
Ele sai do apartamento. Espero alguns minutos, enquanto isso abro o app e procuro a receita mais simples. Olho, é acho que o Leo separou tudo que precisávamos. Nossa ele está demorando, ele foi produzir esse chocolate, só pode.
Nessa hora, Leo entra e me entrega o chocolate junto com um avental branco, percebo que ele trocou de roupa e agora veste um avental igual. Só que no dele está escrito "chefe Leo" a pincel e o meu está em branco ainda.
- Escreve um nome legal para você- ele fala me entregando um pincel preto.
- Que tal "chefe rach"?- pergunto, levantando uma das sobrancelhas.
- Como você é original, hein? Só pra avisar que plágio é crime- ele fala com um sorriso sarcástico- Hum... Já sei.- diz, pega o pincel da minha mão e começa a escrever.
"Vovó rach" é o que ele escreve.
- Tá aí, gostei- falo sorrindo.- As avós sempre são as melhores cozinheiras.
- Eu sei, eu sei... Sou um gênio- ele diz com um sorriso debochado.
- Tá bom gênio, vamos começar então.
Peguei uma vasilha grande e coloquei a manteiga e o açúcar... Enfim segui os passos da receita.
- Leo, me passa o trigo- falei.
Ele passou e depois saiu da cozinha.
- Ei, aonde vai?- perguntei.
- Rapidão.- gritou para que eu escutasse.
Estava tão distraída batendo a massa que nem vi quando ele chegou por trás de mim com o celular na mão, pegou um pouco de trigo e fez um pingo no meu nariz.
- Pronto, está linda- disse sorrindo.
- Leo!- comecei a rir.
- Sorria.
Eu fechei os olhos e fiz um biquinho.
- Já? - perguntei.
- Não- disse , dava pra notar que estava sorrindo.
Chegou perto de mim, me abraçou e tirou uma foto.
- Essa vai pro snap.
- Adorei.- sorri.
Leo me puxou pela cintura, me abraçando por trás e bateu mais uma foto assim.
Começamos a tirar um monte de fotos. Depois desse PEQUENO momento de zoeira, retomei o foco na receita. Coloquei a massa no forno e ficamos esperando. Enquanto esperava, me peguei pensando no Henrique, nosso namoro não estava tão bem assim. Ele sempre sentiu ciúmes do Leo e do Ed, mas eu sempre sabia como contornar o assunto ou desconversar quando chegávamos a esse ponto. Ele já não era mais o mesmo, o sentimento mudou desde que começamos a namorar. Já não sentíamos tanta paixão um pelo outro. Não tinha mais tanta certeza dos meu reais sentimentos, afinal há quanto tempo estávamos namorando? Claro os primeiros 3 meses foram lindos, mas depois foi como se não tivéssemos mais muita coisa em comum, meio que não era por gostar um do outro que estivéssemos juntos. Mas sempre que eu penso sobre isso, meus pais me vêm à cabeça, como eles ficaram felizes quando contamos a notícia que estávamos namorando, que íamos nos mudar juntos para Curitiba... Sempre achei que depois de Mia nascer e virar o centro das atenções da família, nem sempre meus pais me deram valor como eu merecia, e essa foi uma das poucas coisas que eles sentiram orgulho da filha que criaram.
Fui para a sala e sentei no sofá, enquanto pensava nessas coisas. Depois de um minuto, senti os braços do Léo me envolvendo, me dando um abraço esmagador sabe? Daqueles que precisamos para nos sentirmos melhor.
-Aconteceu alguma coisa, Rach?-Ele pergunta.
-Não... Quer dizer, sim... Ai. Eu não sei Leo...-Eu falo, sem conseguir formular o meu pensamento direito.
-Se você quiser, vou estar aqui pra te ajudar. É sobre o Henry não é?
-Como você sabe?-Falo, surpresa com a pergunta.
-Toda vez que você pensa nele, ou na sua situação com a sua família, você vai para longe de todos, e evita falar.
-Hmm... Mas é, sim, sobre ele.-Eu respondo, e depois de um tempo volto a falar-É porque, tantas coisas aconteceram desde que começamos a namorar, tentas pessoas apareceram na minha vida.... Nossas vidas mudaram sabe? E junto com ela nosso relacionamento. Mas eu tenho medo...
-Medo de quê?-Ele me pergunta.
-Medo de que, se eu terminar minha mãe não vai mais se orgulhar... Minha família sempre apoiou nosso namoro. Meus pais adoraram a ideia. Imagina, duas famílias,que dividem a empresa, se unem... Iria ser maravilhoso, né?
-Depende. Para quem iria ser? Pra você ou para sua família?
-Faz diferença? Sempre fiz tudo pensando nela... Para que se orgulhassem de mim.
-Você já tentou falar com ele? Saber como ele se sente também?
-Várias vezes Leo... Mas ele sempre diz que está ocupado, que vai viajar ou coisa do tipo... Nunca dá para conversarmos.-Eu falo, mas logo depois desconverso-Mas já enjoei da minha triste situação... E você? Como vai o grande doutor Medeiros?
Leo não tinha a melhor das relações com o seu pai, sua mãe morrera durante o seu parto e era filho único. A família Medeiros era uma família muito prestigiada, o avô de Leo era dono de um grande hospital, e obviamente o seu pai esperava que este seguisse os seus passos, dessa forma futuramente Leo poderia assumir o controle do patrimônio da família. Seu pai nunca aceitara o fato de Leo ir contra seus planos, sempre tratou-o de forma fria, nunca dava valor aos seus estudos e sempre o chamava de ingrato. Quando Leo passou para a faculdade de engenharia, acho que o espaço que separou os dois tornou-se ainda maior, afinal antes da faculdade ainda poderia existir esperança de o filho mudar de ideia. Mas a parte de humanas não era bem o que ele queria da vida, nunca gostara afinal, desde de pequeninos Leo e Ed sempre adoraram números e por isso optaram por engenharia. Eles se conheciam desde a maternidade, eram membros de famílias poderosas, Medeiros e Almeida, e os seus avós estudaram juntos assim como seus pais e agora eles. Quando Daniela Medeiros morreu foi um verdadeiro choque para todos, e a família Almeida foi responsável por fornecer apoio e confortar...
-Temos mesmo que falar sobre isso, Rach? Minha situação com a família também não é das melhores...
-É tem razão...
Em um ato impensado, o abraço e mexo no seu cabelo. De repente, me sinto constrangida por estar assim... Na verdade mais um sentimento culpado... "Mas o que eu estou pensando? Somos amigos. Não tenho porque estar assim..."
Mesmo assim tento me afastar dele, mas ele ainda mantém seus braços em minha volta, dando-nos apenas um pouco de espaço, o suficiente para que nossos rostos ficassem próximos um do outro.
Meus olhos vão diretamente para os seus e mergulho na profundidade dos seus olhos verdes. Começo a ver todos os detalhes, até mesmo os menores, como ao redor da sua pupila tem um contorno castanho e como vai se propagando, de modo que sua íris tenha traços dessa cor. Ficamos nos encarando por muito tempo, e involuntariamente meus olhos miram seus lábios. Percebo que os deles fazem o mesmo, e vamos nos aproximando vagarosamente.
Suas mãos deslizam até minha cintura, distribuindo choques elétricos por toda a base da coluna, o que eu não sentia a muito tempo. Meu coração acelera, a uma velocidade que eu nem sabia que era possível. Minhas mãos começam a suar de nervosismo pela situação, já não penso em mais nada, apenas na sensação que seria ter seus lábios nos meus. Sua boca, finalmente, chega até a minha, e roça levemente na minha, fazendo uma leve pressão, me deixando com gosto de quero mais, e ele também. E é quando ele pressiona sua boca contra a minha, abro meus lábios permitindo a passagem da sua língua, sentindo o seu gosto. O beijo é lento, mas vai se aprofundando e ganhando seu ritmo, encontrando certo equilíbrio e eu vou me perdendo naquele momento, é como se eu tivesse uma sede que nem eu mesmo sabia que existia, exploro cada parte que posso, até o ar me faltar. Nos separamos, mas não o tempo suficiente para recuperar o fôlego, ofegantes, iniciamos outro, até que...
Trim, trimm
O forno apita, mostrando que o bolo estava pronto.
Nos afastamos abruptamente, ambos percebendo o que fizemos, enquanto sinto meu rosto esquentar, acho que estou parecendo um pimentão agora.
-Pode tirar pra mim, Leo?-Pergunto, sem olhar nos seus olhos.-Vou pegar um prato.
-Tudo bem.-Ele responde, mas percebo que sua voz vacila um pouco.
-Pode tirar pra mim, Leo?-Pergunto, sem olhar nos seus olhos.-Vou pegar um prato.
-Tudo bem.-Ele responde, mas percebo que sua voz vacila um pouco.

RACHEL'S POV OFF.

F.R.I.E.N.D.SOnde histórias criam vida. Descubra agora