Capítulo 9

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POV Olivia Rodrigo

Saímos pela porta de casa e corremos o mais rápido que podíamos para a parte de trás da mansão Partridge, tentando não ser vistas. Quase tropecei no meu próprio tênis, mas consegui me equilibrar e continuar correndo.

- Merda! Esse muro é muito alto. - Tate sussurrou quando paramos em frente. A rua estava completamente deserta, mas sussurrar deixava tudo mais secreto.

- Vem, vamos pular pelo portão dos fundos, ali. - disse quando avistei o portão que não era tão baixo mas também não era alto. Pelo menos dava pra apoiar os pés no portão e subir.

- Eu vou primeiro - Conan disse já dando impulso. Puff, nem parece que estava com medo.

- Me ajudem aqui. - eu e Tate empurramos ele por cima do portão. Acho que calculamos mal a força e Conan caiu do outro lado.

- Meu deus! Está tudo bem? - Tate perguntou quando ouvimos os gemidos de dor.

- Tá. Só não é nada agradável cair de 2 metros de altura. - ele resmungou. Senti vontade de rir, mas estávamos em uma missão.

- Tem como abrir o portão por dentro? - perguntei.

- Droga! Tem. - ela bufou. - Eu deveria ter deixado vocês irem na frente. - disse quando abriu o portão nos dando passagem.

- Pelo menos já sabemos por onde sair. - Tate comentou.

- Tá, agora vamos. - disse.

Corremos silenciosamente pelo gramado dos Partridge. Como num filme do 007, nós entramos na casa nos escondendo em cada balcão, mesa ou parede que passávamos, até chegarmos no segundo andar onde ficava o corredor dos quartos.

- Droga! Eu não sei qual o quarto dele. - sussurrei.

- Querida, só porque você não vem aqui, não quer dizer que o resto de nós também não venha. - Conan sussurrou de volta, passando na minha frente parando em frente a última porta do lado esquerdo.

Ela olhou pros lados, conferindo se não tinha ninguém, e girou a maçaneta tentando não fazer barulho.

Entrei no quarto logo depois de Tate e fiquei supresa com a sensação de conforto e paz que o quarto transmitia. A cama encostada na parede bem no meio, logo em cima uma clarabóia iluminando tudo com o anoitecer do céu, o livro com marcador de páginas na cabeceira ao lado da cama, e logo em frente a parede repleta de estantes de livros e uma TV enorme bem no meio, mais ao lado tinham duas portas que eu imaginei ser o closet e o banheiro dele. Era tudo tão...

Tranquilo.

- Olivia, anda logo, não temos tempo. - Tate disse me despertando do transe.

Começamos uma caçada pelo quarto. Tate foi pro banheiro procurar por lá enquanto eu e Conan procurávamos por ali. Ela abriu o closet e começou a revirar cada canto, enquanto eu fui direto pras gavetas do criado mudo.

Achei números de telefones anotados em guardanapos, papel de caderno rasgado e até mesmo em uma calcinha, que eu aposto que foram as vadias que deram pra ele.

Abri a próxima gaveta e tinham várias fotografias aleatórias de polaroid. Acabei vendo uma ou duas. Ok, algumas.

Tinham várias de quando Louis era pequeno, algumas eu até me lembrava. Tinha outras dele com o irmão e irmãs, outras com a avó, mas uma me chamou atenção: Era de quando ele era pequeno, sentado no colo do tio James, dentro do carro dele, com as mãos no volante. O sorriso dele era tão lindo, seus olhos estavam quase fechados olhando pra câmera, do lado de fora, e seu cabelo de franjinha caindo na testa. Merda! Ele era lindo desde pequeno.

- Achou algo? - Tate me assustou. Joguei as fotos depressa na gaveta e fechei antes de responder nervosa:

- Não.

- Acho que achei alguma coisa. - Conan disse ajoelhada ao pé da cama e puxou uma caixa de madeira de lá. - Tá trancado. O que será isso?

- Não sei, mas vamos achar as chaves. Ninguém esconde alguma coisa sem importância debaixo da cama e ainda por cima trancado. - disse.

Começamos a olhar tudo de novo procurando pela chave. Conan levantou o tapete do quarto, Tate desarrumou praticamente toda a roupa de cama e eu fui pra estante de livros, tentando não desarrumar nada.

- Precisamos achar logo, já estamos aqui a muito tempo e eu to com sono. - Conan disse cansado. - Sou capaz de deitar nessa cama e dormir.

- Continua procurando, Conan. - disse focada em sacudir as páginas dos livros pra ver se caia alguma coisa.

27 livros depois, comecei a achar que Louis levava a chave com ele, até que passei a mão sem querer na última estante e um objeto pequeno e metálico caiu.

- Achei! - Isso foi estranhamente fácil. Fácil demais pro meu gosto.

- Anda, abre logo. - Tate disse ansiosa.

Graças a Deus a chave era a que abria a caixa. Quando levantei a tampa não entendi muito bem o que eram aqueles envelopes até abrir um.

- Dinheiro? - estranhei abrindo outro pacote que tinha a mesma coisa.

- Pra que Louis esconde tudo isso? - Conan perguntou

- Não é óbvio? - disse - É o que ele recebe vendendo o pó dele. - afirmei. Ethan tinha razão sobre Louis.

- O que é isso? - Tate disse retirando um papel que estava debaixo de todos os envelopes -"Departamento de polícia de Miami"? - leu.

- O que diz aí? - Perguntei.

- Não estou entendendo muito bem, parece que Louis foi detido em flagrante quando tinha 17 anos, mas como era de menor só fez 6 meses de trabalho comunitário em um asilo. - Tudo parecia fazer sentido, essa era a época que Meg e Ethan começaram a brigar.

- Droga! - Conan disse alto suficiente pra me assustar - Eles voltaram! Vamos embora! - Meu coração gelou.

Peguei o papel da mão de Tate e guardei do jeito que estava na caixa. Tranquei o mais rápido que pude e coloquei a chave de volta no lugar. Saímos do quarto em disparada e descemos as escadas silenciosamente. Meu coração estava a mil.

- Vamos pela área da piscina. - Tate sussurrou apavorada, assim que ouvimos passos e vozes se aproximando pela cozinha.

Andamos escondidas até o fundo da casa onde dava pra piscina, e, quando vimos que o caminho estava livre, corremos pelo gramado da parte de trás, nos escondendo em cada árvore pra tomar fôlego. James Bond fazia tudo parecer mais fácil.

Olhei pra casa atrás de mim e vi a luz de dois quartos acessas. Merda! Corremos até o portão que entramos, na parte de trás e senti o alívio invadir meu peito quando passamos por ele e corremos até em casa.

- Eu nunca mais quero fazer isso de novo! - Tate disse com falta de ar, assim que entramos no meu quarto.

- Eu acho que meu coração vai sair pela boca. - Conan colocou a mão no peito ofegante.

- Vamos focar no que importa. Louis claramente é um traficante e os irmãos dele ajudam. Sem falar que ele já foi pego em flagrante. - conclui.

- Ou talvez tudo isso tenha uma explicação, Olivia, não sabemos se ele foi pega por causa disso. - Tate disse se jogando na minha cama. Ouvi um barulho na parte debaixo da casa mas ignorei.

- Foi só eu ou vocês também ouviram o barulho da porta da frente? - Conan perguntou, mas não prestei atenção, estava focada nos meus pensamentos. - Enfim, eu acho que deveríamos seguir eles e ver o que eles fazem quase todos os dias de madrugada. - Conan deu a ideia.

- Eu concordo. Precisamos ver antes de tirar conclusões precipitadas até porque não achamos nenhuma droga no quarto de Louis. - Tate disse.

- Então amanhã a noite nós vamos seguir eles. - disse por fim.

- Mas e amanhã na escola? - Conan perguntou.

- Acho melhor ficarmos longe por enquanto, quer dizer, se Louis foi quase preso, eles não são boa companhia. - Tate respondeu.

- Então amanhã evitaremos eles. - decretei.

Street Racer - Louvia AdaptationOnde histórias criam vida. Descubra agora