Chamativo. Foi assim que Elliott descreveu o lugar após sua primeira visita, murmurando a palavra em um beicinho contra a gola branca de sua mãe.
No entanto, após dezenas de outras, ele optou por uma palavra diferente. Doloroso.
As pequenas mesas e cadeiras eram coloridas, sempre dispostas em grupos circulares por todo o espaço. ─ Ele havia achado uma frequência. Grupos de quatro, seis ou oito. Algumas crianças não apareciam mais depois de um tempo.
Ele havia se fascinado com os desenhos pendurados cuidadosamente na parede, pinturas de giz e cortes descuidados de papéis coloridos.
Certas vezes, o chamavam de um herói corajoso, um menino forte que lutaria contra qualquer batalha dada a ele.
Mas, se Elliott era um herói, quem seria seu dragão? O que ele estaria defendendo?
Uma das mulheres o segurou pela mão um dia, o levando para onde um grupo curioso de crianças o esperava em uma mesa circular. Mas, durante todo o trajeto, sua curiosidade estava focada na pequena fita amarela presa ao pulso moreno.
Naquele dia, ele fez alguns amigos. Uma garota de cabelos dourados torceu a perna enquanto patinava e precisava ficar de observação e um garoto de pele negra teve uma alergia enquanto comia um sanduíche de salmão.
Ambos foram rápidos para saírem do hospital, mas uma nunca havia saído do seu lado.
Ela era uma menina que sempre estava deitada em uma das camas no andar de baixo, Beth era seu nome. Seus cabelos morenos eram extremamente curtos e tinha uma expressão pálida, mas sempre emprestava alguns lápis de cor para Elliott quando via que ele estava sozinho novamente.
Ela o chamava de Hélio. Ela dizia que quando o via sempre se lembrava do deus do sol.
Os médicos lhe disseram que Beth estava muito doente, por isso não conseguia se levantar para correr com ele.
Um dos médicos disse que ela era parecida com Elliott. Será por causa do cabelo?
Às vezes, Elliott sentia como se estivesse carregando vários livros nas costas ou até mesmo segurando algumas das crianças menores nos braços. Seu corpo se tornando pesado cada vez mais até que ele não aguentasse e vomitasse tudo que havia comido.
Elliott odiava as pequenas agulhas que tiravam seu sangue. Elas sempre doíam.
De vez em quando, Elliott conseguia ligar para seus irmãos mais velhos, aproveitando o tempo limitado que tinham em suas mãos para os contar sobre os livros que haviam sido enviados para ele, Beth havia indicado que ele lesse a Odisseia dessa vez.
As vezes, seus irmãos não atendiam suas chamadas, mas ele sabia o quanto estavam ocupados, então nunca ficou realmente magoado.
Um dia, Elliott não conseguia mais visitar Beth.
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A Prince's Soliloquy. || WMMAP
FanfictionApós ser assassinado em seu quarto de hospital, Elliott renasce como um personagem deletado de sua novel favorita. O plano de um recém transmigrado Ambrosius é escapar de seu destino trágico e impedir que seu pai mate sua irmã mais nova! ...Mas os d...