06 | 𝐀𝐁𝐀𝐍𝐃𝐎𝐍𝐀𝐃𝐎 𝐂𝐎𝐌𝐎 𝐔𝐌 𝐃𝐄𝐔𝐒 𝐃𝐎 𝐌𝐀𝐑

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▪ 17 DE JUNHO, 2011. 21 ANOS, NASHVILLE.

Algo inesperado aconteceu recentemente... Eu me percebi muito feliz com a minha vida. Tipo, verdadeiramente grata por cada segundo do dia. Eu tenho percebido essa realização há um tempo, mas isso realmente me atingiu na última semana e, especialmente, depois de ter escrito essas duas novas músicas. Eu realmente preciso criar para viver e sentir que vale a pena. Mas é mais do que apenas isso. Eu estou feliz com a minha família. Eu estou feliz com essa turnê. Eu estou feliz que conheci alguém que faz com que eu me sinta muito bem sobre mim mesma. Eu estou feliz que amanhã durante a tarde eu pegarei um avião para Irlanda do Norte, conhecer Belfast e passar um tempo com Jamie, e então vou voar para Pittsburgh na próxima quinta-feira, vou tocar num estádio para sessenta mil pessoas e então voar para casa e aproveitar minha semana de folga com a família da minha mãe. Eu estou feliz que estou tirando um tempo longe dos Estados Unidos. Eu estou feliz de conhecer alguém que faz com que eu sinta que realmente importo.

Essa coisa estranha acontece comigo quando estou feliz assim... Eu começo a sentir que o karma vai equilibrar tudo fazendo algo trágico acontecer, mas estou tentando mostrar gratidão o máximo que posso. Todo dia, todo minuto, sou grata por estar sendo feliz nesse momento. E acho que sou uma pessoa do verão. Também sou uma pessoa que gosta de estar apaixonada. Jamie me traz algo muito bom, e me deixa ansiosa a cada nova ligação. Ela me dá uma razão para eu me sentir ok sobre meus próprios sentimentos, porque fica o tempo todo me assegurando que não vai a lugar algum... E eu acho que estou começando a acreditar que ela não vai mesmo. Hoje eu estive num encontro de gestão e aprovei e recusei coisas e então fui fazer compras com o meu irmão antes que ele se mude de vez para Indiana. Amanhã pode chover em Belfast quando eu chegar lá. Espero que não.

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Jamie colocou as mãos nos bolsos do casaco preto e suspirou cansada, encostando as costas na lateral do carro que dirigia. Duas semanas antes, Kit havia alugado um Land Rover LR4 preto, com estofamento interno em couro bege. Mas Kit também quase não usava o carro, pois era o último a sair do hotel todas as manhãs de gravação, e sempre acabava dividindo um táxi com Rose. Jamie acordava às duas da manhã, se arrumava em menos de trinta minutos e caminhava até o bar do hotel, ainda aberto, onde encontrava Emilia, Richard e Alfie, os três esperando com as bolsas cheias de tudo que precisariam para um dia inteiro fora. Jamie sempre se encarregava da direção, porque gostava, e depois seguia o trajeto do Hotel, o luxuoso Fitzwilliam - localizado na Great Victoria Street, ao lado da Grand Opera House -, até o pavilhão Linen Mill Studios, em Banbridge. Do hotel até os estúdios eram sempre pouco mais de trinta minutos, e Jamie sempre colocava os pés no trailer de maquiagem quando o relógio marcava três da manhã. Ela e Emilia se acomodaravam e passavam pelo menos uma hora cuidando do cabelo e da maquiagem.

Mas naquela manhã do dia 19, ela estava em frente ao Aeroporto Internacional de Belfast, na cidade de Aldergrove, esperando Taylor sair de seu jato. Ela havia entrado pela rota reorganizada, a mesma passagem privada pela qual semanas antes havia saído do aeroporto quando um jato fretado pela produtora de sua séria pousou por lá. Obviamente, o carro de Jamie não era o único mais distante na pista. O jato de Taylor havia pousado cinco minutos antes, e o carro da segurança — o Escalade preto de sempre — já estava lá, com Greg ao volante. O motorista/segurança havia chegado dois dias antes para organizar o esquema de segurança, mas Noel estava com Taylor. E quando a garota desceu as escadas do jato, o mais velho caminhava atrás dela enquanto mais duas ou três pessoas os seguiam descarregando as malas de mão.

Havia uma garoa cobrindo o céu, mas era tão fina que mal incomodava. No meio do caminho, quando Jamie sorriu e deu seus cinco ou seis passos para abraçar Taylor, lá estava ela, tirando o casaco que vestia e colocando-o nos ombros da americana - muito mais por causa do frio do que por causa das gotas de água. Belfast não tinha o clima mais aberto do mundo. Na noite anterior fazia 10°C e a manhã chegou com o tempo ainda gelado. A temperatura subiu dois graus e Taylor vestia um cardigã fino para um dia mais ameno quando deixou o avião, enquanto Jamie se contentou com o casaco Carhartt que usava por baixo do sobretudo, em um tom de azul acinzentado.

CLASSY GIRLS | TAYLOR SWIFT X OCOnde histórias criam vida. Descubra agora