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"Eu me feri hoje
Para ver se eu ainda sinto
Eu me concentro na dor
A única coisa que é real."
( Música "Hurt" de Jhonny Cash)

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📌 Templo 4 - Base dos Os Quatro
📌 Campo-Grande
📌 Região Sétima

>18 de Agosto de 2024 D.N.R<

O templo 4 é um templo interessante, assim como todos os outros seis. Ele não tem coordenação de espaço e sempre os cômodos estão se mudando de posição e decoração, pois tudo flui conforme a energia que Os Quatro e os Anciões emanam. É um lugar que apenas eles entendem realmente e podem se estabelecer fixamente.

Depois de andar sem rumo e com as vistas embaçadas, Florisbela empurra uma porta e entra em um banheiro bem decorado e bastante espaçoso.

Seu peito dói e sua respiração é fracionada, então com as mãos trêmulas tenta inutilmente segurar firmemente a borda da pia. Fecha os olhos com força, mas isso causa mais dor de cabeça a fazendo piscar repetidas vezes.

Isso não pode está acontecendo! Eu não posso ter outra vez essa crise!

Não posso!!!

Não por causa dele! Não de novo!

Suas mãos vão para a cabeça afundado em seu cabelo ruivo e farto a fim de tentar aliviar a dor de cabeça, mas ela apenas adicionou mais uma tentativa inutil no currículo.

Tauane... onde está você?!

Massageia seu peito que arde de tanta dor.

Você estava comigo na última vez?! Cadê você agora?!

Olha desesperada ao redor procurando pela amiga, mas suas vistas estão embaçadas demais para conseguir enxergar algo ou alguém. Ela quer gritar, mas sua voz está presa apenas em pensamento.

Cambaleando ela se apoia na pia.

— Tenho mais uma crise, como você é patética!

O corpo de Florisbela gela ao reconhecer a voz de uma versão dela que sempre aparecia em seu estado de maior vulnerabilidade, como agora.

Florisbela fecha os olhos e tampa os ouvidos com as mãos.

— Não adianta, só fica mais patética assim.

Ela escuta a risada ecoar dentro da cabeça. Abrindo os olhos, suas vistas voltam ao normal encontrando a imagem no espelho.

A imagem de sua versão adolescente em seu auge de maior presunção.

— Sentindo inveja do cdf de novo. Se bem que agora te dou mais razão. - Ela olha Florisbela de cima a baixo com um ar de asco. — Pobre, sem amigos, papai a abandonou, a mamãe e o irmãozinho se foram. Faz parte de uma grande profecia e terá de lutar, mas é péssima nisso, nem sequer controla sua cenratriz direito. E ahhh... não poderia faltar, é uma empregadinha barata do fracassado retardatário. - Ela ri com todo o desprezo que tem.

Florisbela sente os lábios trêmulos e olhos ficarem úmidos.

— Ah não, não me diga que vai chorar? - Revira os olhos. — É sempre assim, né. Nunca aguenta as verdades, nunca aguenta que é uma covarde! Eu sempre serei sua melhor versão, aquela que idealizou e nunca alcançou, aquela que é malvada com veracidade e não um rascunho de patricinha arrogante.

Ela sai do espelho e segura de maneira rude o rosto de Florisbela o virando para que olhasse para ela.

— Você quis se vingar dele, tornando aquilo que ele te chamou quando ainda eram crianças, mas nunca conseguiu, porque sempre foi uma fraca. E agora é ele quem está se vingando. - Se aproxima mais do rosto de Florisbela olhando profundamente nos olhos dela. — Pa.te.ti.ca. - Cada sílaba soa mais fria e pesada na voz de descaso.

Exterminadores da Marca - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora