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Han Solo: Olha aqui sua sabichona, vamos definir uma coisa... Eu recebo ordens de uma só pessoa, eu!
Leia Organa: É incrível como
ainda está vivo.
(Star Wars)

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📌 Escritório - Residência de Zacarias
📌 Teófilo Otoni (MG)
📌 Região Quinta

>17 de Agosto de 2024 D.N.R<

Talvez não exista palavras que possa descrever o prazer que Zacarias está sentindo ao ver a indignação com incredulidade estampada no rosto Florisbela ao ler a lista de tarefas domésticas destinadas a ela fazer.

Ele vê os dedos dela se apertando fortemente no tablet demonstrando a raiva que sente. E esses mesmos dedos, logo em seguida despejam de forma bruta o aparelho em cima da mesa dele.

Florisbela solta uma risada debochada da qual Zacarias já ouviu dezenas de vezes, e sem olhar para ele, se dirige à porta de saída do escritório.

— Irá se arrepender disso.

O corpo da ruiva gela da cabeça aos pés travando sua mão na maçaneta da porta. Essa é a primeira vez que ela escuta a voz dele após dez anos, pois desde que ela chegou a casa dele, ele se manteve mudo e ela escolheu poucas palavras pra se dirigir a ele.

A voz dele é fria, calma e amarga. Muito diferente do pouco que ela se lembra.

Depois de longos sete segundos, ela se movimenta se virando para ele.

— Ahh, é. Por que?

Ele indica para ela se sentar, mas Florisbela permanece imóvel arrancando um sutil sorriso dos lábios dele.

Sentado ele responde:

— Se quebrar qualquer cláusula do contrato, não só você, como seu pai também, vão direto para a cadeia e de lá não saem mais.

Ela se aproxima da mesa dele de uma vez.

— Posso ser pobre agora, mas minha família tem muita influência, muita gente precisou do nosso dinheiro para crescer. Caso a gente for pra cadeia, damos um jeito de influenciar alguém pra nos tirar de lá.

Zacarias ri alto.

— Estou quase chegando a ter certeza que faz de propósito. Ser tão... superficial. Não percebe o óbvio? Desde que a empresa declarou falência ninguém quis ajudar, muito pelo contrário, alguns até comemoraram. Seu avô e seu pai cavaram dívidas e mais dívidas em tudo que podia e não podia. E se envolveram com pessoas... como posso dizer? - Coça o queixo que é coberto por uma barba platinada e rala. — Pessoas de índole não tão correta. Para pagar algumas dívidas, tiveram que falir outras empresas. Mas eles conseguiam ser tão incompetentes que na mesma proporção que pagavam as dívidas, faziam mais. A empresa se erguia e decaía no dia seguinte!

— Todos se rendem aos meus pés, seduzo fácil quem eu quiser. Seja na cadeia ou não. - Ela sorri debochada. — Você tem planejado isso há anos, não é mesmo? - Se aproxima da mesa dele em passos como se desfilasse. — Sempre soube que tinha algum tipo de fetiche em mim.

A medida que ela da a volta, seus dedos deslizam sobre a mobília.

— Um desejo de me ter por perto a qualquer custo. - Para ao lado da cadeira onde ele está sentado e senta na beirada da mesa encruzando as pernas roliças e expostas pelo vestido curto. — Só me ameaçando assim pra tentar conseguir o que quer, afinal porque alguém como eu olharia para alguém como você, em outra situação? - Os olhos alaranjados dela o mapeiam de cima a baixo. — Pode está bonito agora e até com uma camada mais forte, mas nunca vai deixar de ser o fracassado retardatário.

Exterminadores da Marca - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora