Capítulo 1

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[...]

Se passou uma mísera semana desde o 'acordo', que ainda não fora assinado ou aceito por apenas um detalhe; O Príncipe. 

De acordo com O Rei, A Alteza precisa ser avisada quando qualquer decisão envolvendo seu nome for tomada; coisa esta que ainda não aconteceu. O herdeiro do trono, pelo qual detém o futuro do país nas mãos, não faz ideia de que está sendo assunto falado nas conversas da coroa; coisa pelo qual deve se orgulhar, ou deve tratar com indiferença.

'O poder deixa pessoas arrogantes, portanto, O Duque da monarquia Stellena não poderia ser diferente.'

Tenho dormido na humilde casa de Tristan, que tem me tratado como estorvo, sua esposa Ágatha foi a única pessoa gentil e calma que encontrei até agora. Seu jeito de rir é contagiante e sua maestria em costura é melhor que a de muitos que conheci, minhas vestes foram costuradas por suas mãos nobres, que trabalharam duro para que eu pudesse estar minimamente decente na hora de ver o Príncipe hoje. 

O costume da moda feminina no Palácio é chique e bem elaborado, as mulheres da corte usam vestidos de longos metros de tecido Stellês, com sobressaias que cobrem as pernas e decotes profundos entre os seios; provavelmente não pareço com o estilo cheio de glamour dessas esposas, apesar de ter dado o meu melhor em meu vestido vermelho com detalhes dourados na ponta da saia longa e meus sapatos revestidos de cetim branco. 

Os homens, por sua vez, vestem-se com casacas, calções e meias de seda, além de ternos e gravatas estravagantes no peitoral; com peças perfeitamente costuradas à mão. Espero que o duque aceite minhas vestimentas talvez não tão adequadas.

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Os cortesãos e condes entre os francos me guiam dentre o Castelo, ficando de vez em quando, confusos quanto ao próprio mapa que criaram mentalmente do labirinto que parece ser o Palácio Real. Suas cabeças estão erguidas e semblantes sérios estampam seus rostos maquiados. Mostram-me onde O Príncipe se encontra, com olhares debochados e desprezíveis.

Ele está ali; A Vossa Alteza está em minha frente, sentando em sua mesa no escritório; com um terno preto e gravata de mesma cor neutra, os cabelos loiros estão arrumados e penteados para trás, a face parece fina; um olhar curioso me analisa de pé à cabeça.

 - O que a faz presente, figura humana? - o mesmo pergunta, se aproximando com a cabeça ainda mais erguida. Adoraria responder, mas os soldados fazem o ato em meu lugar.

- Conhece o Sr. Tristan?

- Claro, um nobre imponente no Castelo, está sempre se intrometendo onde não deveria, cidadão incompetente e pretencioso - ele responde, com arrogância e um levantar de olhares.

- Tristan e seu Pai entraram em acordo sobre um assunto envolvendo à ti - continuam os elfos, se entreolhando com o canto dos olhos. - Querem que ela sirva os seus pés, querem que seja sua serva Elrian.

Elrian... O Príncipe aponta os dedos longos para mim, ele parece surpreso por um momento curto. Coça por trás da orelha pontuda que tem.

- Minha serva... - ele repete. - Seria útil e vantajoso para mim. Bom, se é o que ele exige, eu aceito com prazer as vossas ofertas.

- Muito obrigada Vossa Alteza! - exclamo. - Será de grande honr-

- Não estou interessado em você, estou interessado no que tem para me oferecer. É isso que me dará louvor - Elrian me interrompe, um olhar mais sério para minha pessoa, que se encontra confusa, uma queda de expectativa imensa e chocante para alguém que está acostumada à ouvir sempre exatamente o que quer.

O Castelo De PedraOnde histórias criam vida. Descubra agora