Fluorescent Adolescent | Barbixas

𝐎 𝐂𝐞́𝐮 - 𝟐

POR DANIEL

19/11/2006

Eu confesso que já sabia que eu seria o escolhido para ir pro "céu" com a Gabi então eu já estava olhando para ela com um sorriso convencido quando ela disse:

─ Vamos Daniel...

Me levantei ficando ao seu lado.

─ Sabe que me magoa ser a pessoa que você mais odeia, né? - fiz uma falsa cara triste e me aproximei do ouvido da mesma - Eu sei que você me ama mas posso deixar isso no off ta bom?

Me afastei com um sorriso enquanto Luana e elidio se levantavam para nos mostrar onde seria o "céu".

─ Então, o céu vai ser no banheiro aqui em baixo e a chave vai ficar com a gente. Vocês só vão poder sair quando a gente abrir a porta - Luana explicou enquanto levava a gente para lá - Entenderam?

Nós dois concordamos e eles logo fecharam a porta e tiraram a chave.

─ Tem camisinha pp na gaveta da pia, ta bom dandan? - elidio falou me provocando, um dia mostro o "pp" e ele vai ver...

─ Entra aqui que eu te mostro o "pp" Elidio!

Revirei os olhos e dei uma olhada no banheiro, tinha 3 garrafinhas de cachaça, algumas pétalas de rosas espalhadas pelo chão, velas decorativas espalhadas pelo lugar e alguns docinhos de festa dentro de um pote de vidro.

─ É... Parece que eles se esforçaram mesmo pra fazer essa festa - disse Gabi olhando o lugar - acho que a gente vai ficar aqui por um tempo então... Quer beber?

A loira se senta na tampa do vaso sanitário enquanto abria a garrafa de cachaça. Beber agora era tudo o que precisava então me sentei no não ao lado do vaso que ela estava sentada.

─ Quero sim por favor! - ela deu um gole na bebida direto da garrafa e me deu ela.

Dei um gole sentindo a cachaça descer queimando a minha garganta, confesso que gostava muito dessa sensação.

─ Então... O que a gente pode fazer para passar o tempo? - perguntei voltando a garrafa para ela que logo deu mais um gole.

─ Um jogo de perguntas e respostas?

─ Gostei, vamos! Eu começo fazendo uma pergunta para você.

Tomei um gole grande da cachaça enquanto pensava no que perguntar.

─ Prefere cachorro ou gato?

─ Gato - ela falou simples enquanto pegava a garrafa da minha mão, enquanto isso eu a olhava como se ela tivesse falado a coisa mais absurda do mundo - Que foi menino?

─ Como assim gato? Esperava mais de você viu Gabrielle...

Me fingi de triste enquanto ela me olhava com um grande olhar de julgamento, gatos são frios e parece que ficam te julgando a todo momento. Já os cachorros são animados, pulam na gente, são uns amores.

─ Uai Daniel, você perguntou e essa foi a minha resposta.

─ Tudo bem, vai, sua vez. - peguei a garrafa dando os últimos goles e acabando com o líquido dentro.

─ Quais são seus hobbies?

Fiquei pensando nessa pergunta por algum momento, minha vida ta tão corrida por conta da procura de emprego que sinceramente eu nem sei...

─ Olha... Faz muito tempo que eu não tenho um hobbie mesmo, mas eu gosto muito de tocar piano, bateria, guitarra... Eu e o andy já tivemos uma banda juntos, eu era o baterista.

─ Caraca - gabrielle falou surpresa - Nunca imaginei que você gostava de rock igual o andy

─ Pois é, sou uma caixinha de surpresas.

Dei uma piscadela para a Gabi que pela primeira vez riu genuinamente com algo que fiz, gostei disso...

Abri a segunda garrafa de cachaça e tomei um gole logo passando para a loira.

─ Se você tivesse um superpoder qual seria?

A loira bebeu um pouco da cachaça enquanto pensava na pergunta.

─ Teletransporte.

─ E por quê?

─ Porque eu poderia fazer tudo que eu quisesse, ir pra onde eu quisesse...

Gabi falou pensativa e eu fiquei pensando nisso também.

─ A gente teria muita liberdade se tivesse teletransporte - falei concordando com ela.

─ Então... Bom, sua vez...

Nós continuamos com esse jogo por um tempo e já estávamos muito bêbados por conta da cachaça. A gente não conseguia nem entender se tinha se passado três horas ou cinco minutos, a esse ponto Gabrielle já tinha saído de cima do vaso e sentado no chão ao meu lado.

─ Então seu maior medo é não conseguir alguém que te ame? - perguntei indignado.

─ Sim - ela respirou fundo - Você não sabe a pressão que a sociedade faz em cima de nós mulheres desde nosso nascimento. Nós temos que saber limpar a casa se não somos vagabundas; temos que engravidar logo porque se não, não serviremos para nada... - ela abaixa a cabeça parecendo chateada mesmo por conta disso - É difícil achar um homem que se importe verdadeiramente conosco... É muito difícil.

Fiquei por um tempo quieto pensando no que ela fala, isso é um assunto muito delicado e sinceramente? Não tenho lugar de fala... Porém tenho que consola-la de alguma forma.

Segurei a mão dela enquanto pensava minuciosamente nas minhas palavra, eu facilmente poderia deixar ela ainda mais chateada.

─ Gabi... Eu não posso falar que te entendo, mas posso falar que você não precisa se importar com o jeito que a sociedade impõe as mulheres - segurei o rosto dela que até o momento estava para baixo - Você é uma mulher forte, inteligente, capaz, talentosa, incrivelmente linda e a melhor pessoa que um homem poderia querer...

Ela me olhava com os olhos arregalados, provavelmente surpresa com o que falei.

─ Tudo o que estou falando pra você é a mais pura verdade, você é incrível...

Não sei se foi pelo calor do momento, não sei se foi pela bebida, se foi uma coisa que eu tava querendo faz tempo ou se foi por causa dos três. Mas eu sei que a puxei para um selinho carinhoso e depois a soltei.

Ela me olhava como se não entendesse o que estava acontecendo e confesso que eu também não entendia.

Meu coração estava acelerado, minha respiração um pouco ofegante e minha boca formigava querendo mais da boca dela... Aparentemente ela estava igual a mim já que seu próximo ato foi segurar minha nuca e me puxar para um beijo de verdade.

Correspondi ao beijo enquanto segurava suas costas colando nosso corpo. Minha mente estava embaçada, não conseguia pensar em mais nada além da mulher a minha frente.

O beijo começou carinhoso e lento mas o fogo foi aumentando a cada segundo que se passava.

Eu segurei suas coxas e a puxei para meu colo. Minhas mãos adentravam sua blusa, entrando em contato com suas costas nuas.

Gabi parava o beijo descendo ele para meu pescoço, maltratando a pele dali.

Tudo estava perfeito... Mas a felicidade não durou muito.