One Shots - RYEJI

Festa do Pijama

SRJ

Era fim de tarde de uma sexta-feira bem calminha, saindo do trabalho direto para casa, e o que isso significa?!

Não, não significa se arrumar para sair e passar a madrugada inteira fora. Afinal, eu tenho uma família linda me esperando em casa. E, na realidade, um fim de tarde de uma sexta-feira significa preparação para festa do pijama em família à noite.

Saí do trabalho há cinco minutos e estou a caminho de uma pizzaria; vou comprar duas pizzas. Acho que já é notável que amamos pizza, principalmente Somin. Depois de esperar as comidas ficarem prontas, pretendo ir ao mercado e comprar vários doces, depois à padaria para comprar salgados e, finalmente, voltar para meu lar com um monte de comida.

Mas só porque Yeji libera para comermos besteiras no final de semana.

Quando voltei ao carro com as caixas das pizzas, tirei o terno do trabalho, porque nunca vi uma pizzaria que faz tanto calor. Minhas pernas cobertas pela calça colada estavam suando já.

Já na volta do mercado, o meu celular acendeu e começou a tocar, olhei de relance e vi que era uma ligação de vídeo de Yeji. Como tinha acabado de parar no sinal, atendi logo e quase derreti de amores com o que apareceu na tela. A câmera estava apontada para Somin e seu brinquedo de pelúcia nos braços.

— Mamãe!

A voz fina e alegre dela quase sumiu com as buzinadas dos carros ao meu redor, só aí me dei conta que o sinal abriu e não tinha saído do lugar.

— Oi, bebê. Como você tá?

— Tô com saudade de você, mamãe. Tá voltando já?

— Estou indo na padaria agora. E inclusive, o que você quer que mamãe compre?

Ela, em vez de me responder, olhou para trás da câmera e perguntou: "o que eu quero?". Pude escutar a voz sussurrada de Yeji logo depois, ela rindo e respondendo: "não sei, o que você quer comer?".

— Mamãe. — Somin chamou após cinco segundos pensando.

— Sim? — agora eu tinha parado em frente à padaria.

— Eu quero bolo de chocolate e rosquinhas com açúcar.

— Hm... Certo, acho que estou vendo daqui. Pergunte a sua mãe se ela quer algo.

— Ela balançou a cabeça. — Somin imitou o gesto, mexendo de um lado pro outro.

— Tá bom, meu amor. Já chego aí com muita comida. Tchau!

— Tchau, mamãe! — ela deu um beijinho na mão e depois jogou para mim.

Muito fofa minha filha, não é? Pois é, igualzinha à mamãe Yeji.

Algum tempo depois, já tinha estacionado na frente de casa. Peguei as compras da padaria e do mercado e coloquei em cima das caixas de pizza, e daí vi a porta de casa sendo aberta. Tentei achar quem estava saindo, mas fui surpreendida por uma pequenina criança atingindo minhas pernas com um abraço.

Ela veio gritando por mim alegremente e deu pulinhos para indicar que queria ir pro colo. Dei um abraço apertado nela antes de segurá-la.

— Ai que saudades desse cheirinho de bebê. — eu inalei exageradamente o seu cabelo e o vestidinho, que era onde estava impregnado o cheiro suave do perfume dela.

— Tomei banho agorinha, porque mamãe Yeji disse que era pra gente ficar bem cheirosa quando você chegasse.

— Ah é? E cadê ela? — perguntei olhando lá para a porta, já que não tinha vindo aqui fora.