❝ Capítulo 3 - Voe! ❞

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Em algum lugar na França, em um enorme casarão, com seus telhados inclinados, janelas grandes e portas ornamentadas. Duas irmãs brigavam sem parar. Só não eram mais barulhentas que os cavalos e as carruagens que passavam nas ruas.

Ambas aborrecidas com um pequeno ser que jazia triste em uma gaiola frívola.

— Já disse e não me faça repetir! — Gritou uma delas, vermelha de raiva.

— Você deveria sacudir essa gaiola com mais força, quem sabe assim ela aprende! — Murmurava a outra que sorria com perversidade.

A gaiola era fria e triste, mas era a única coisa que lhe impedia de cair diretamente nas mãos daquelas duas monstras.

— Cinderela cante! — Ordenava a primeira.

Mas nenhum "piu" fora ouvido. Cinderela se recusava.

— Cinderela cante agora! — Berrou, sacudindo com mais força a gaiola.

Mas ainda sem obter resposta, bufou em frustração.

— Deixa ela aí! Esse pássaro borralheiro não serve para nada, afinal. Cinderela ficará sem comida até aprender a obedecer.

Com uma risada para lá de sinistra, ambas abandonaram o quarto, onde Cinderela chorava baixinho para que não fosse ouvida. Pois, o que muitos achavam que era uma bela cantiga era, na verdade, uma melodia sofrida.

Como se pudesse se compadecer daquela situação, uma mulher de expressão duvidosa adentrou o quarto e se dirigiu a gaiola.

Cinderela sentiu suas penas tremerem e de medo se encolheu no canto.

Devagar, a mulher abriu a gaiola e pegando o pequeno pássaro-azul trêmulo em suas mãos, o deu a seguinte ordem:

— Cinderela voe!

E a deixou partir.

O Tempo Acabou, Mas Tudo RecomeçouOnde histórias criam vida. Descubra agora