Novidades boas e não tão boas

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— Mãe, eu preciso da sua ajuda...

O silêncio caiu mais uma vez sobre as duas, elas se encararam pelo que pareceram horas. Amelia estudava o rosto da filha, ela conseguia se reconhecer da época da adolescência: o mesmo sorriso de lado com uma "presa" mais saliente, as sardas espalhadas pelo nariz e maçãs do rosto, uma covinha no canto esquerdo da boca que aparecia como um charme a mais.

— De qual tipo de ajuda estamos falando? Eu tenho uns investimentos

— Não preciso de dinheiro...

— Você acabou de me dizer que não tem dinheiro...

— Eu recebo uma pensão boa, só saí correndo do hotel e esqueci de pegar dinheiro, eu tenho também uma herança que eu só posso usufruir quando eu fizer 18 anos.

— Herança?

— Minha mãe adotiva faleceu fazem dois meses. Eu só consegui descobrir quem era você depois disso.

-— Quando a kikimora pegou você dos meusbraços eu não podia imaginar que ela iria ficar contigo - A morena engoliu em seco - Ela saiu da sala dizendo que você nunca iria saber sobre mim. Eu imagino que nunca deve ter deixado passar informações ao meu respeito mesmo Após uma pequena pausa acrescentou - Como a velhota se foi??

— Ela simplesmente foi deitar em uma noite e não levantou no dia seguinte, ela sabia que estava doente e nunca me contou... Já estava tudo certo, toda papelada pronta, testamento, inventário, dinheiro da pensão já caindo na conta no dia seguinte... Eu soube de um envelope que ficaria trancado no cofre e eu só teria acesso na maioridade, então, eu fiz o óbvio: arrombei o cofre.

— Simples assim?? - A mais velha soltou uma risada em seguida

— Ué, simples assim... No envelope tinha uma foto sua vestindo uma jaqueta universitária, eu só precisei buscar quais atléticas poderiam usar aquelas cores e tinham aquele símbolo. Descobrir a universidade e o curso foi a parte mais fácil, mas depois pra descobrir seu nome foi osso... Tentei durante muito tempo e finalmente cheguei ao seu nome e de quebra a maravilhosa informação que você ainda trabalhava no mesmo hospital universitário que estagiou durante afaculdade.

— Muito bem, se nada der certo você pode trabalhar de detetive...

— Bom, o que eu posso dizer?? Enquanto ela estava viva eu tinha esperança de dobrá-la pra conseguir descobrir sobre meus antepassados, mas depois eu não podia arriscar esperar mais três anos e pouco...

— Por que não podia arriscar esperar??

A mais nova estava de cabeça baixa - Eu... me desculpa estar aparecendo assim do nada desenterrando o passado - A garota estava com a voz bem lamentosa - Se não fosse realmente necessário eu juro que...

— Nikki...

— É sério, me deixa terminar, eu preciso falar tudo logo de uma vez... Eu entendo que vocês fizeram uma escolha - Ela levantou a cabeça, estava com os olhos cheios - Eu estou bem doente.

—  Doente? Como... O que você tem??

— Nefrite no rim direito. Até aí não teria grandes problemas, eu me curaria sozinha, ou mesmo que esse rim entrasse em falência, temos dois não é mesmo?? - Nesse momento algumas lágrimasestavam escorrendo pelo rosto da mais nova - Só que não... Nunca poderíamos saber, mas meu rim esquerdo nunca subiu, então ele não é funcional.

Após alguns segundos de pausa ela continua - Eu estava jogando na equipe de basquete do colégio, então era aquela rotina frenética: treino com bola, treino de corrida pra criar resistência, academia... Eu fui me sentindo cansada, aí é normal né, mas eu comecei a me sentir cada vez mais fraca, muitas náuseas e dor nas costas. Até que eu acabei desmaiando durante um jogo.

Uma segunda chance - Lumelia - Adaptação! - G!POnde histórias criam vida. Descubra agora