7. Maldito pedaço de maçã!

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Mais uma manhã e lá estávamos nós caminhando para a sala de aula. Eu, Lisa e Rosé, que estava com o braço engatado ao meu. Desde o dia anterior, quando a morena "ajudou"— pra não dizer que ela fez praticamente tudo — nós não nos desgrudamos mais. Em poucas horas de conversa parecíamos amigas de longa data, assim como eu e Lisa. Foi muito bom conhecer mais de Rosé, visto que ela falava muito de sua família. Ela até chegou a mensionar que tinha um primo na escola, que apesar dele ter vindo para cá bem cedo ainda se recordava dele, e que quando o encontrou aqui sentiu-se mais segura, mas que por algum motivo ela preferiu não manter um contato com o mesmo, menciou algo dele andar sempre na companhia de outros meninos e por isso ela preferira se manter distante, devia ser pela vergonha, ou pelo fato de sua personalidade não condizer com a bagunça e o jeito masculino. Nós conversávamos distraidamente enquanto andávamos devagar pelo corredor.

— A sala de vocês é qual? — Perguntou Rosé, nos dirigindo um lindo sorriso.

— Terceiro A. — Respondi. — Um pouco longe da sua. — Fiz um bico magoado. Sua sala era o primeiro ano, o fundamental ela concluiu antes mesmo de ser enviada para essa escola mais "especializada".

— Terceiro A? — Perguntou curiosa, e eu diria até mesmo... assustada. Seus olhos arregalaram-se em uma surpresa muito suspeita.

— Sim, por quê? — Perguntei fitando-a, ansiando por sua resposta.

Lisa somente prestava atenção na conversa e hora ou outra viajava no nada. É uma drogada, nada mais a declarar.

— N-nada não. — Seu rosto corou, e sua voz falhou ao responder. Naquele angu tinha cratera, ô se tinha.

— Tem treta aí. — A ruiva, antes aérea em seus devaneios falou, rindo da expressão de-quem-não-sabe-disfarçar-e-foi-pego-no-flagra, de Rosé.

— Também acho. Quem é ele? — ri, vendo o rosto da morena esquentar mais.

— Não é ninguém.

— Nós somos suas amigas, qual é! — Lisa falou, indignada.

— Aigoo! Esqueçam isso! — Reclamou. Rimos do seu desespero eminente. — Até mais tarde.— Rosé acenou, se desprendendo do meu braço e entrando em sua sala em um vulto.

— ATÉ. — Gritamos, vendo sua silhueta atravessar a porta e sumir para dentro em questão de segundos.

Eu a ruivinha seguimos para a nossa sala. O corredor estava repleto de alunos e eu me sentia um tanto estranha ao ter todos os olhares dirigidos a mim. Qual é? Eu estava com meleca pra fora do nariz? Misericórdia só pode ser aquilo!

— Lisa, tem meleca em algum lugar? — Sussurrei para a maior, preocupada. Ela olhou para todo o meu rosto, me sentia sendo escaneada por seus olhos que pareciam não deixar nada passar despercebido. Depois de alguns segundos ela negou com a cabeça. — Então porque estão todos me olhando, será?— verifiquei se não tinha nada de errado com o meu uniforme e até mesmo verifiquei meu cabelo na tela do celular.

— Esqueceu que você é integrante da equipe de heróis? — Perguntou sorrindo, como se fosse algo óbvio. — Os holofotes estão todos sobre você. — Grande bosta.— Sem contar que desde sempre você e o Jimin são o centro das atenções e agora que estão na mesma equipe, juntinhos... puff.— Me encarou e riu, negando com a cabeça.— Todo mundo quer acompanhar o desfecho dessa novela.

— Ô senhor, qual é? Porque que eu não nasci uma pessoa normal? Eu caguei na cruz, foi isso? Pra me castigar me faz viver e passar por essas coisas? — Perguntei para os céus, ainda tinha gente me olhando e com expressões que vagavam entre o assustado e o "que merda é essa?", por assim dizer. O que minha melhor amiga fez foi rir de mim e me puxar para dentro de nossa sala, quando havíamos chegado na mesma.

OS SUPER HERÓIS (Imagine Park Jimin) Onde histórias criam vida. Descubra agora