XXIX

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Tinha aproximadamente trinta minutos que Jimin estava parado ao lado de Taehyung, que permanecia encolhido na cama abraçado com um travesseiro grande, olhando fixamente para um ponto qualquer do quarto.

Seu rosto inteiro estava vermelho de tanto chorar, seu nariz congestionado fazia barulho toda vez que puxava ar e era notório o quanto havia chorado, pelos olhos avermelhados e cílios molhados.

O Park não tinha ideia do que fazer. Foi parado no corredor pelo ômega de repente, onde foi agarrado e usado como desabafo para o Kim que apesar de não ter dito uma palavra, não permitiu que o mesmo fosse embora. Os dois seguiram até o quarto e Jimin o fez se deitar, e desde então eles mantinham-se na mesma posição.

— Taehyung... — chamou pela incontável vez, tentando trazer de volta o Kim que parecia estar em uma outra dimensão. — Você não acha que se sentirá melhor se me dizer o que houve? Não posso te ajudar dessa forma.

Não teve resposta alguma, além de uma piscada lenta do ômega lupus. A mente de Taehyung estava ocupada com todas as falas do rei de outrora fazendo eco em sua mente, com a junção de imagens criadas pela mente fértil dele, onde imaginou como seria se tivesse um filho e lhe doía a alma toda vez que tentava imaginar dando ele para aquela alfa de olhar frio. Não conseguiria fazer isso.

Por outro lado, conseguia entender o Jeon até certo ponto. Afinal de contas, por mais que eles ficassem com a criança o reino seria destruído e todas as memórias e lembranças que Taehyung e Jungkook algum dia tiveram seriam esquecidas, assim como todos os moradores que sofreriam, além de sua própria família.

— J-jimin — chamou, fazendo o ômega se abaixar em sua frente rapidamente, sentindo uma dorzinha no peito ao ver o olhar perdido do mesmo. — Você já pensou em ter filhotes?

— Você está grávido?! — Arregalou os olhos. Taehyung somente negou com a cabeça, sentindo uma lágrima escorrer por sua bochecha, derramando-se no travesseiro fofo de penas de ganso. — O que aconteceu, Tae?

— Você conhece a Nayeon provavelmente, certo?

— Infelizmente — torceu o rosto. Taehyung fungou.

— Ela só vai acabar com a guerra se um filhote de Jungkook e eu for dado a ela.

— O quê...? — sussurrou, sentando totalmente no chão. — Isso é sério?

— Jungkook acha que é uma boa ideia e estou me sentindo horrível por pensar igual ele — se colocou em prantos, chorando cada vez mais. Jimin abriu a boca em choque, absorvendo as palavras duras do ômega que se derramava em lágrimas enquanto cobria os olhos com a mão.

Jimin não entendia o que Nayeon tinha haver com a guerra, mas não precisava ser muito inteligente para adivinhar, e agora também se sentia mal pela situação ser mais séria do que esperava. Imaginou no início que havia sido uma briga besta entre Taehyung e Jungkook, mas era bem mais do que isso, aparentemente.

— Tae, desculpa, eu não faço ideia do que dizer a você — levou a mão temeroso até os fios claros do ômega, acariciando enquanto o mesmo chorava culposamente.

— E-ele está certo, Jimin — engoliu a saliva, chorando ainda mais.

— Não, Tae — negou com a cabeça. — Eu não sei o que Jungkook falou a você, mas deve haver outra saída.

— E se não tiver? — Limpou as lágrimas com força, fitando o loiro.

— Eu... — mordeu o lábio inferior. — Eu não sei...

— Serei um péssimo pai se der um bebê a ela, não é? — Questionou, sentindo sua cabeça doer de tanto chorar. — E serei um... P-péssimo rei se não der. Pois, não é só sobre mim, ou Jungkook... A guerra pode destruir famílias, pode destruir a minha família...

Ligação Entre ReisOnde histórias criam vida. Descubra agora