Capítulo 2: Perto do ponto de ebulição

864 81 1
                                    

Draco ocupou o quarto de hóspedes. Seu cheiro estava em toda parte. Forte. Inebriante. O cheiro de cedro e uma colônia cara que ela queria borrifar nas roupas.

Se ela quisesse, Hermione poderia fingir que era outra coisa.

Ela poderia fingir que, quando escovaram os dentes pela manhã, foi porque acordaram juntos. Era uma mentira tão bonita.

Entretanto, Hermione não conseguia olhá-lo nos olhos pela manhã. Ela manteve o olhar firme no chão.

O sono não veio facilmente para ele. Não o fazia desde seu sexto ano. Ela sabia porque eles tiveram muitas conversas sussurradas enquanto seus amigos os ignoravam. Se ele não estivesse dormindo, porém, ele poderia saber exatamente o que ela fazia à noite atrás de sua porta trancada.

Ele sabia que ela cavalgava os dedos enquanto cobria a boca para não gritar? Ele tinha que saber.

Mais de uma vez ele a pegou na cozinha depois. Era porque ela não conseguia dormir, mas por baixo de seus shorts pequenos, sua boceta estava escorregadia. Ele seria capaz de cheirá-la.

A julgar pela forma como ele apertou a mandíbula e agarrou o balcão, Draco sabia.

Seria um jogo perigoso de se jogar e um limite ainda mais arriscado a ultrapassar.

.

Hermione engoliu seu supressor e Draco parou do outro lado do balcão. Naturalmente ele reconheceu que não era a poção padrão. "Granger?"

Ela cantarolou e inclinou a cabeça para trás, engolindo o frasco de uma só vez. "Eu estou na hora do meu cio", disse Hermione. "Não achei que seria uma boa ideia deixar isso acontecer agora. Dado o fato de que você está aqui, e bem, tudo mais."

Suas narinas dilataram. "Certo." Draco se afastou dela, e ela percebeu o jeito que a mão dele tremia quando ele ergueu a caneca. "Preciso me preocupar com a presença de mais alguém aqui se..."

Se a poção não funcionasse, ele quis dizer.

Isso era impossível, embora. A poção sempre funcionou. Isso poderia evitar o inevitável por uma semana, no máximo, mas funcionava. No entanto, ele perguntou a ela de qualquer maneira.

Ela queria ver o quanto ele ficaria irritado se ela dissesse que sim, que haveria alguém. Ela estaria em seu quarto com outro homem, mas esse era um jogo muito juvenil para ela jogar.

"Não", disse ela, em vez disso. "Já passei por meus cios sozinha."

Os dedos de Draco se apertaram na maçaneta. "Por quanto tempo?" Não havia motivo para ele saber.

"Não tenho um parceiro há um ano." Hermione sentou-se no banco do bar, optando por desviar o olhar dele porque estava entrando em águas desconhecidas. Ela não tinha ideia de onde isso iria parar. "Não foi tão bom da última vez."

Ele se irritou.

"Não é nada disso. Acalme-se." Hermione deu uma risadinha. "Foi um erro, só isso. Decidi que, a menos que eu tenha um parceiro sério e alguém em quem possa confiar, seria melhor ficar sozinha." Ela deu uma olhada para ele. A mandíbula cerrada. Deus, ele era um terror por seus dentes. "Você vai perguntar quem foi?"

"Provavelmente é melhor eu não saber." Suas palavras não eram amigáveis. Eram de ciúme. "Mas está doendo, não está?"

Ela engasgou com seu café. "Você já sabe que isso me machuca, Draco. Dói a cada ômega. Dedos e brinquedos não são suficientes."

O gemido dele foi baixo, mas não o suficiente.

.

Ele se acomodou na cadeira em frente à escrivaninha dela, jogando uma bola antiestresse para lá e para cá. No fim das contas, Harry havia expulsado Draco da busca, e agora ela realmente tinha toda a atenção dele.

Fever Dreaming | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora