"𝐀 rachadura entre meus sonhos e a realidade."

Capitulo 004 - Grandes ( futuras ) confusões

— A condição é que você.. — A morena jambo deu uma pausa dramática, fazendo Marianna arregalar os olhos e estralar os dedos ansiosa. — Que você me conte o  quebra pau, e que, você me arranje uma coisinha simples. — Keila, enquanto finalizava a fala, deixava seu sorriso mais largo , aterrorizando a nova amiga.

— Que coisa simples? — A cacheada, se tornando pálida a cada segundo, questionava com medo. —  Preciso que me arranje quatro caixas de cigarro, e me conte toda a história! Não há melhor combinação que cigarro e fofoca —

A garota que estava pálida, respirou fundo e coçou a nuca, hesitando, mas algo lhe chamou atenção. — Quatro caixas? Não era mais facil achar maconha ou. .Mas, amiga, tu fuma pra caramba em? Vai falar com outros sai as cinzas —

O sorriso se desfaz, e logo a ruiva fica incrédula, e abaixa a cabeça. A menor , passa a mão no rosto de forma que expressa sua intriga. — Arranja logo, pelo o amor de Deus. —
De repente, a mais alta sentiu um estalo, e logo riu de nervoso. — Eu me lembrei que não trouxe a carteira. —

Aquela simples frase frase, fez Keila franzir as sobrancelhas, e tremer de raiva. A garota não conseguia abrir a boca para falar algo que, pasmém, não fosse ofensivo.  A ruiva andava de um lado para o outro, e então, bateu os pés e passou as mãos pelo os cabelos. Como uma pequena criança, gritou e fez birra
— Se eu não ganho meu cigarro, você não ganha a vaga na faculdade!— Em seguida, seus lábios carnudos formaram um bico.

A parda, ficou em silêncio, sem reação. Coçou a nuca, tentando saber se ficava com raiva, com medo ou se ria da cara da moça, que esperneava como uma criança.  — Olha, eu acho que é mais fácil você pagar com o seu dinheiro, sabe? Eu nunca fui de cheirar maconha ou fumar cigarro,  então. .—

De repente, um barulho cessou a discussão. Ambas as garotas se olharam, com medo; A menor, com brabeza, tentou seguir o barulho apenas pela a visão, e então ela notou: Vinha de um beco. Seus olhos se arregalaram e logo ela puxou Marianna, que aparentava estar perdida em seus pensamentos novamente.  Keila , se tornou pálida, e logo fez um sinal, empurrando os dedos utilizando o polegar, para Marianna "Vazar".

— Cai fora, cai fora distraída, é encrenca !—
Sussurrou, enquanto sentia o seu corpo gelar.

— Porque? — Questionava em voz baixa, porem, repentinamente, foi puxada por Keila, sem ter explicações.

— Só vai cacete! —

Ambas corriam desesperadamente. O chinelo da garota com pele de jabuticaba, estralava no chão de forma alta, enquanto elas corriam morrendo de medo.

|  Após alguns minutos fugindo , as garotas pararam perto de uma pequena loja de conveniência, que não era muito movimentada,mas ainda sim tinha pessoas. As moças sentavam na parte de fora da loja, nas mesinhas de madeira que haviam no local.

Keila, acendia um cigarro, enquanto Marianna saboreava cada pedaço de uma coxinha recém-feita.  Ambas se entre olhavam, e marianna ficava vermelha, e logo voltava a comer.

— Olha, eu ja consegui o cigarro com o meu dinheiro, mas agora só falta a história. Por favor . — Murmurava, dessa vez com vergonha, se lembrando do pequeno surto explosivo. — Ta bom — Respondia , enquanto mastigava.
— É que . . desde que eu era pequena, eu amava artes, ta ligada? Ai com o apoio dos meus avós, eu fui pra um circo, voei pra caramba, mas por causa de uns roles, tive que voltar pra Santos pra continuar os estudos. —   Carai, você era circense? Que demais!! Deve ser mó legal poder visitar todos os lugares —  

Mari olhou para sua companheira, e então, engoliu o pedaço de coxinha e falou em tom bem baixo, quase inaúdivel: — Sim, mas. .Você não pode se apegar a nada! A ninguém! Nem ter amizades duradouras!—

E então, após finalizar a frase, a cacheada suspirou, em um tom de tristeza, e a sua amiga, se levantou e abraçou a mesma.
— Mas olha, distraida, você tem eu! E como voltou pra cá, vai poder se apegar.—

Enquanto as moças trocavam afetos entre sí , algo mudou na atmosfera do lugar. A garota com pele de ônix, usou sua visão periférica, mas não encontrou nada. — Ei,  distraida, eu te pago o cursinho da faculdade, ai também a gente estuda juntas. Separa teu material, hein?  — O tom de voz era levemente animado, apenas para distrair a menina da tal criatura que poderia estar observando-as.