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MADELYN

Na manhã seguinte, fui despertada pelos raios de sol que invadiam meu quarto. Incomodada com a mudança na rotina, murmurei um pouco, ainda não acostumada com a luz do sol e os cantos dos pássaros na cidade. Habitualmente, acordava com o som estridente do alarme do meu celular, o que admito, era bastante irritante. Após levantar da cama e arrumá-la, dobrando os lençóis e ajeitando os travesseiros, segui para o banho. Depois desci, na cozinha, encontrei minha mãe preparando o café da manhã.

- Bom dia, mãe! - cumprimentei, forçando um sorriso.

- Bom dia, filha! Dormiu bem? - pergunta.

- Sim.

A noite passada foi um verdadeiro pesadelo. Saí para tentar me distrair e mergulhar no riacho, buscando um pouco de paz, mas em vez disso me deparei com um cara sinistro, cuja presença parecia mais perturbadora do que humana, como se fosse uma alma perdida. E para completar, o céu despejou uma chuva intensa, como se o próprio clima compartilhasse meu desconforto e agonia.

Após terminarmos o café da manhã, juntei-me à minha mãe para ajudar a limpar a bagunça na cozinha. Enquanto lavávamos os pratos e arrumávamos os utensílios, ela mencionou que as verduras do nosso quintal pareciam um pouco sem sabor e decidiu que seria melhor colher algumas da floresta para o almoço. Eu concordei em fazer a colheita, ansiosa para explorar a vegetação.

Com a cesta em mãos, parti de casa em direção às verduras solicitadas por minha mãe, sabendo que a vegetação ficava um pouco distante dali. No entanto, essa distância extra não me incomodava; pelo contrário, eu via como uma oportunidade de explorar ainda mais a área, sem o receio de encontrar novamente aquele estranho misterioso que surgiu do nada ontem a noite como uma alma. A caminhada prometia ser uma chance para desfrutar da tranquilidade da natureza, colher as verduras frescas e depois voltar pra casa.

Enquanto eu caminhava pela floresta, envolvida pelos cantos dos pássaros e o murmúrio das folhas e o suave farfalhar dos galhos, uma ventania repentina agitou o ambiente. O vento soprava com uma força inesperada, fazendo-me estremecer e arrepiar. O que era calmo se tornou frenético: pássaros voavam em desordem, esquilos corriam em pânico. Confusa, observei ao meu redor, tentando compreender o motivo da repentina agitação. Algo não estava certo naquela floresta, e minha curiosidade misturava-se com uma crescente sensação de inquietação.

O que será que está acontecendo?

- Olá novamente! - me assusto com a voz do cara da noite passada.

Agora eu tenho certeza de que ele é uma alma.

- Achei que só veria fantasmas em filmes de terror, mas aqui está você, fazendo uma visita surpresa nesta floresta! - ironizo.

- Você está brincando comigo? Fantasma? - sua expressão muda para uma séria. - Você é realmente uma idiota garota.

À medida que observo o homem diante de mim, uma mistura de raiva e medo começa a se infiltrar em meu peito. Sua aparição repentina e sua atitude rude despertam uma sensação de desconforto e desconfiança dentro de mim. Quem é ele para me tratar assim, como se eu fosse uma completa idiota? E o que ele está fazendo aqui, aparecendo do nada como um fantasma?

Ontem à noite, a chuva surgiu do nada na presença dele, e agora uma ventania forte parece acompanhá-lo novamente. Quem é esse cara afinal? Uma divindade? Ou apenas uma alma perdida, vagando sem rumo neste mundo? As perguntas continuam a se acumular enquanto tento entender o que está acontecendo ao meu redor.

- Você é uma divindade? - pergunto.

Seu risada irrompe como se eu tivesse dito a coisa mais absurda do mundo. Aquilo só aumenta minha irritação. O que há de tão engraçado nessa situação? Suas reações só intensificam meu desconforto e a sensação de que há algo estranho com ele.

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⏰ Última atualização: Apr 02, 2024 ⏰

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