1-MALDITO DOMINGO

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 Tive um péssimo pressentimento desta ideia desde o momento que a tive.

Lucas já estava cansado desde o momento que chegamos, caminhamos bastante até achar uma parte do rio com nenhuma movimentação de pessoas, nenhum de nós dois gostavámos de banhar no rio com muitas pessoas.

Lucas era magro, mas ainda sim forte para o porte físico que tinha. Seus nudreads estavam ainda secos, mas todo o restante do seu corpo negro estava molhado. Ele estava subindo na árvore, a árvore era enorme e com galhos grossos e pontiagudos, lembrando que eu mesmo, tinha lhe desafiado e eu estava logo atrás dele, também subindo na árvore.

-Ainda dar tempo de voltar se quiser – falei para ele cansado do esforço que estava tendo para subir – até eu estou cansado, imagine você.

-Nem a pau vou deixar você ganhar esta aposta.

Quando chegamos ao topo, olhamos para baixo e nos entre olhamos.

-É uma bela descida – falei grudado em um dos galhos com medo da altura em que estávamos.

Odeio altura e mesmo assim desafiei Lucas a pular ali de cima.

-Quero meus 20 conto quando pular daqui, de preferência no pix – falou Lucas já se preparando para pular.

-Então é melhor ir logo – falei lhe dando um leve empurrão.

Lucas não estava esperando por aquele empurrão, ele se desequilibrou e caiu direto em alguns galhos, ele bateu sua cabeça e seu corpo antes de chegar com tudo à água.

Não pude acreditar no que fiz, vi Lucas ficar igual a um boneco de pano com uma criança. Fiquei paralisado em cima daquela árvore. Enquanto estava em estado de choque, o corpo de Lucas boiou até a superfície com a água ao seu redor na cor de vermelho.

Desci da árvore o mais rápido possível quando vi Lucas naquele estado, sem me importar de ganhar alguns arranhões aqui e ali.

Logo me vi pulando no rio e chamando Lucas diversas vezes, agarrei seu corpo e voltei para a margem.

Percebi que seu peito não estava subindo e descendo, coloquei meu ouvido esquerdo no meio do seu peito para verificar se seu coração ainda estava trabalhando. O pior de tudo era que não estava.

-Alguém me ajuda por favor! - gritei com todas as minhas forças que me restavam – alguém por favor me ajuda – falei já com as lágrima no meu rosto.

Demorou um certo tempo até alguém ouvir meus pedidos de socorro.

Apareceu um casal de meia idade com varas de pescas nas mãos, quando viram Lucas nos meus braços o homem me falou:

-Meu carro está aqui perto, minha mulher vai trazer até aqui e levamos seu amigo para o hospital – falou o homem já entregando as chaves para sua esposa.

Ele me ajudou a levantar e logo pegou Lucas no seu colo e começou a andar atrás de sua mulher.

Chegando ao seu carro, o homem colocou Lucas no banco de trás e eu fui ao lado dele, a esposa deu a partida logo depois de conferir que todos nós estávamos dentro do carro.

Do rio para o hospital não era longe, mas me pareceu que estávamos indo para outro país por demorar tanto.

Depois de vários minutos angustiantes, chegamos ao hospital municipal daqui da cidade.

Chegamos já parando na porta escrita SOMENTE EMERGÊNCIA E URGÊNCIA.

-Alguém por favor me ajuda – gritei já ajudando o homem a tirar Lucas do carro.

PerdaOnde histórias criam vida. Descubra agora