Que Encontro de Merda

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               Leon sentiu como se tivessem o esfaqueado diversas vezes, sem dó nem piedade. Aquela mulher chegou e em poucos minutos expôs todos os defeitos que ele lutava para esconder e ainda lhe disse, na cara dura, de que ele não servia para está ao lado de Franz.


Eu já sabia disso, mas ouvir de outra pessoa machuca.- Leon pensou.


-Vó!- Franz repreendeu.

-Mãe!- Vanessa repreendeu.

-A mãe não está errada, irmã.- Disse o homem de barbicha. -Vc devia escolher melhor os pretendentes do seu filho, seu critério para genro é tão baixo assim assim?


Ai. -Leon pensou sentindo as palavras o acertarem como flechas.


-Minha esposa tem um bom gosto para genros, o rapaz é a prova disso. -Marcelo defende a esposa e o genro. -E meu filho tem o senso e o direito de escolher com quem ele quer ficar. -Decretou com sua pose de urso super protetor.


 Sogrão, nunca te critiquei, cara. -Leon pensou, se segurando para não cair em lágrimas.


-Franz, vc ficou tanto tempo longe de casa. -A nem-tão-dócil-senhora disse.

-Eu estava aproveitando minha viagem ao Brasil. -Respondeu em um tom amargurado.

-E ainda trouxe um forasteiro.

-Vó. -Franz revirou os olhos com desgosto. -Ele é o meu namorado, não é forasteiro.

-Veremos o que os outros acham. -Ela disse por fim dando as costas para todos. -Venham, estão todos esperando.


                    Leon ficou parado enquanto todos iam seguindo a senhora que transmitia toda sua aura de superioridade. Pela primeira vez na viagem, o ruivo cogitou que ele não devia ter vindo, antes tivesse ficado em casa sem correr o risco de ser humilhado desse jeito. Ah, queria tanto um abraço do pai e um dos biscoitos preparados por seu padrasto. Quanta saudade de casa ele passou a sentir depois desse encontro.

                       Estava inerte em milhões de pensamentos tristes quando sentiu uma mão calorosa segurar a sua mão trêmula, que haviam recomeçado com sua mania de retirar as cutículas dos dedos, Franz sempre o repreendia quando ele fazia isso. Ele nem precisava levantar o rosto para saber de quem aquele ato vinha, mas o fez mesmo assim, dando de cara com olhos castanhos tão claros que perto dos raios solares, pareciam um dourados.


-Desculpa por isso, Solzinho. Minha avó...- suspirou cansado. -Não é uma pessoa fácil.

-Eu notei. -Disse meio desanimado.


 Talvez ela tenha razão no que disse, não sou tão especial assim. -Leon pensou com seu lado mais deprimente.


 -Se eu tinha alguma chance de casar com vc, acho que acabou agora.

-Já tá jogando a toalha? -Franz sorriu ladino.

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