O ar fresco da noite chicoteava o rosto de Zoro enquanto ele se empoleirava no ninho de corvo do Thousand Sunny. A vasta extensão da Grand Line se estendia diante dele, uma tapeçaria de estrelas cintilantes e escuridão total. Um leve barulho na escada o fez olhar para baixo. Sanji apareceu com uma caneca fumegante entre as mãos.
-Achei que você poderia precisar disso, cabeça de musgo-ele disse, sua voz rouca, mas seus olhos calorosos.
Zoro grunhiu em reconhecimento, aceitando a caneca. O aroma de café forte encheu seu nariz, afugentando a sonolência que ameaçava tomá-lo.
-Obrigado, cozinheiro.- Sanji sentou-se ao lado dele, um silêncio confortável se instalou entre eles.
Eles observaram a lua traçar um caminho brilhante através das ondas, uma conversa silenciosa passando entre eles de uma forma que só os tripulantes que enfrentaram inúmeros perigos juntos poderiam entender.
-Estaremos chegando a Alabasta em breve-disse Sanji finalmente, quebrando o silêncio.
-Sim- Zoro respondeu, tomando um gole de café.-Vivi disse que há um espadachim decente lá. Talvez eu consiga um bom desafio.
-Desafio? Você quer dizer se perder tentando encontrar o mercado.-Sanji zombou
-Pelo menos eu não me perderia tentando flertar com uma princesa.-Zoro olhou de brincadeira.
As bochechas de Sanji ficaram levemente rosadas.
-Vivi só precisava de ajuda para encontrar ingredientes decentes, seu idiota.
Eles discutiram por um tempo, o ritmo familiar de suas discussões um estranho conforto. À medida que a lua mergulhava em direção ao horizonte, lançando longas sombras pelo convés, Zoro sentiu uma vontade repentina de interromper a brincadeira fácil.
-Ei, Sanji-ele começou hesitante.
Sanji se virou para ele com uma sobrancelha questionadora levantada. -O que foi, Marimo?
Zoro desviou o olhar, subitamente constrangido.
-Obrigado pelo café. E por, você sabe, sempre me apoiar.
Os lábios de Sanji se curvaram em um pequeno sorriso.
-Da mesma forma, seu espadachim com cérebro de musgo.
Eles voltaram ao silêncio, mas desta vez foi um tipo diferente de silêncio. Um silêncio cheio de respeito tácito e um novo senso de camaradagem. Quando o amanhecer começou a pintar o céu com tons suaves de laranja e rosa, Zoro se viu olhando de relance para Sanji. A maneira como o sol nascente refletia as manchas douradas em seu cabelo, a forma como sua testa franzia em concentração enquanto ele olhava para o horizonte – isso fez o peito de Zoro apertar de uma forma que não tinha nada a ver com esgrima.
Talvez esta vigilância partilhada, esta compreensão silenciosa, tenha sido o início de algo novo. Talvez fosse apenas o vínculo profundo forjado em inúmeras batalhas. Mas enquanto Zoro observava o nascer do sol ao lado de Sanji, ele não pôde deixar de sentir um calor florescer em seu peito, uma sensação tão vasta e desconhecida quanto a própria Grand Line.
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Uma Vigilância Compartilhada
FanfictionO ar fresco da noite chicoteava o rosto de Zoro enquanto ele se empoleirava no ninho de corvo do Thousand Sunny.