A Cunhada - Parte 2

1 - Garoto-champanhe

 Já fazia cerca de duas semanas que Sara não me respondia no instagram.
Tudo bem que eu havia enviado somente um mísero reel, mas ela visualizou e não respondeu - o que era bem estranho, afinal, nossas conversas eram regadas a reels. Ás vezes era somente isso; reels e memes.
O fato de ter me ignorado me deixou bem constrangido devido ao nosso último contato físico - uma gozada escrotamente precoce em sua boca. É um puta incômodo lembrar disso. Quer dizer... Em partes.

 Visitei o perfil dela inúmeras vezes e não havia uma postagem nova sequer. Ela não era de postar muito, em seu feed a grande maioria das fotos eram antigas, mas vez ou outra ela compartilhava algum story.
 A sensação de frustração começava a me comer vivo. Decidi não mandar mais nada a ela e aceitar o fato de que ela me achava um merda total. Uma gozada desesperada e apressada em meio minuto. Só um merda faria uma porra dessa.

Quer saber... Eu decidi, sim, mandar uma mensagem a ela. Decidi ser claro. Tentei ser o mais sincero possível e me desculpei com ela. Uma atitude que talvez fizesse eu soar mais desesperado - e mais merda - ainda.
 Eu disse que a adrenalina a todo instante fazia meu peito tremer sem parar com as batidas alucinantes do meu coração - o que não era uma mentira. A adrenalina fez um simples ato se tornar incrivelmente emocionante.

 Eu disse a ela que a todo instante eu pensava em meu irmão e seus filhos. Aquilo me dava, sim, um pouco de culpa. Mas o tesão no proibido era gigante. E quando o tesão se misturou com a adrenalina e o carrossel de sensações - incrivelmente malucas - naquele momento em que ela se ajoelhou na minha frente e abocanhou meu pau, eu explodi; transbordei em uma onda avassaladora.
Eu tentei segurar, juro que tentei segurar. Mas em vão.

 Eu disse a ela também que já havia me masturbado por horas, sem gozar (vergonhoso e humilhante, eu sei). Eu pensava que já havia tido o melhor orgasmo da vida, até aquele meio-boquete.
Foi, sim, menos de um minuto. Mas, puta que pariu, foi a melhor gozada da minha vida...

 Após cuspir todas essas palavras para ela em seu instagram, eu me arrependi, claro. Mas eu queria ser verdadeiro. Aparentemente, não iriamos ter mais nada mesmo. Eu já havia estragado tudo com minha falta de experiência e imaturidade mesmo. Aparentemente, para ela, eu tinha prometido tudo e entregado absolutamente nada.

 Eu viveria minha vida como se isso nunca houvesse ocorrido; e iria conseguir encarar meu irmão com isso em mente. Sou bom em esconder as coisas.
 Há segredos que irão morrer comigo.

 Guardei o celular no bolso, me levantei da cama e me espreguicei. Respirei fundo e me senti em paz, finalmente. Parecia que uma tonelada havia sumido das minhas costas. Ufa... Eu prometo ser mais claro com as pessoas e evitar que sentimentos de culpa e arrependimento se acumulem dentro do meu peito.

 Caminhei até a cozinha com um leve sorriso no canto dos lábios, abri a geladeira e senti um leve tremor na coxa na hora que a luz amarela do interior da geladeira me inundava. Tirei o aparelho do bolso e acendi a tela.

"Sara C. enviou uma mensagem"

Fiquei alguns segundos - talvez um minuto ou um pouquinho a mais - olhando a notificação. Tempo esse que foi maior que a minha gozada.

 Prendi a respiração e engoli seco. Por um instante senti a cabeça esvaziar - os pensamentos sumiram e uma neblina espessa tomou conta da minha mente, deixando tudo em branco. Mas logo a neblina se esvaiu rápido quando um turbilhão de pensamentos surgiram, pipocando, estourando como milhos de pipocas e crescendo como fogos de artifícios, até se tornarem várias bombas atômicas devastando tudo a quilômetros de distância.
 Minha cabeça estava prestes a explodir. Perdi o fôlego de vez.

 Abri a notificação; era um áudio.
Deve ser um esculacho daqueles. Eu até conseguia imaginar a voz dela dizendo "me deixa em paz, garotinho-champanhe! Duas chacoalhadas e POC! Estourou hahahahaha"
Ou então meu irmão dizendo que havia dado um jeito nela após descobrir a verdade, e que agora estaria vindo atrás de mim.

Caralho.

 Suei frio. Inspirei. Expirei. Apertei o play.