As paredes dos muros estão rugindo.
Todos verão o que você tentou esconder de si mesmo.
Há xícaras quebradas sobre o piso sujo.
Sofás mofados pelas goteiras do telhado podre.
Os livros estão fora das prateleiras.
O relógio está estilhaçado no chão, o prego não suportou, não sei se o peso, ou as horas.
Os espelhos trincados assombram uma face envelhecida.
As paredes estão rugindo…
Todos irão ver que as flores eram cactos e as rosas, insanas.
Há fotografias amareladas sobre o criado mudo.
Se as paredes fossem ao menos do lado de fora.
Correria para o outro lado da rua e deixaria desabar.
E quando se é do lado de dentro?
Morre-se soterrado pelos próprios escombros.
As paredes rugiram
As pessoas notaram que atrás daquela bela arquitetura.
Existia apenas uma casa abandonada cheia de caos, caos, caos...
