Prólogo

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- Estamos aqui, minha querida. - Matheus Nawt anunciou à filha, cujo olhar estava fixo no teto do veículo. Ela inspirou profundamente, como se estivesse à beira de enfrentar a pior situação de sua vida. Ao surgir o degrau de LED, ela abriu a porta do carro e desembarcou sem se despedir, perdida em seus próprios pensamentos para lembrar-se da despedida habitual ao pai.
- Astra! - Matheus chamou, e ela se virou abruptamente, como se tivesse esquecido por um momento da presença do pai. - Eu sei que é difícil descobrir isso depois de tantos anos. Mas quando voltar para casa, prometo que explicarei tudo que desejar saber. - Ela não respondeu. A informação ainda estava sendo processada. Apenas assentiu com a cabeça.
- Ei, não se atormente com isso. Você tem uma apresentação hoje. Precisa se sair bem. E eu sei que vai. Tenha um bom dia, minha pequena. - Ele sorriu para ela, preocupado, mas com um sorriso reconfortante. Ela, desanimada, tentou retribuir.
- Até mais tarde, pai. Amo você. - Forçou outro sorriso e virou-se para adentrar a escola.

 - Forçou outro sorriso e virou-se para adentrar a escola

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- ... nossa habilidade em aceitar e valorizar a diversidade é o que nos torna verdadeiramente extraordinários. Se não fossem os pioneiros dessa mudança em 2849, talvez os humanos não tivessem acesso à gama de tecnologia alienígena que presenciamos diariamente. - Ela apertou o botão do controle do datashow, exibindo o último slide de sua apresentação. Os 20 alunos aplaudiram ao fim.
- Obrigado, Astra, pelo esforço em nos mostrar os benefícios de sermos um dos planetas escolhidos para a primeira listagem do conselho interplanetário. Considero sua apresentação como nota máxima em história. Reúna-se com seus colegas para continuarmos as apresentações. - O professor Yuyc, pegou seu aparelho de sorteio e prosseguiu com a programação.
- Você está bem? Parece exausta, Astra. - Sussurrou Alan, olhando preocupado para sua melhor amiga.
- Acho que sim... - Colocou o caderno embaixo da mesa.
- Diria que não - ele bebeu o suco de maracujá do copo, - na última apresentação do ano, você deixou seu nível cair assim. Todos perceberam. - Implicou
- Não foi um bom dia, se não vai ajudar me deixe sozinha.
- Nunca é... quer sair hoje? Podemos ir ao Dimension XzY.
- Hoje não posso. Tenho coisas para fazer em casa.
Ela cruzou os braços sobre a mesa e escondeu o rosto ali. Alan interpretou como um sinal de que ela não queria conversar e apenas aproximou sua cadeira da dela, brincando com seu cabelo.
- Ei, Astra! - Ela se virou para seu amigo, que se aproximava. - Não ia me esperar, estrelinha? - Terminou de ajeitar a mochila
- Desculpa. Estou com pressa para ir para casa. - Vestiu o capuz como se isso fosse escondê-la da vista de Alan, que a puxou pela peça do moletom cinza a trazendo para ele.
- O motorista não vai chegar mais cedo só porque você se adiantou. Vamos tomar um sorvete, eu pago. - Ele passou o braço ao redor do ombro dela com um sorriso animado, mesmo sabendo que Astra não estava em um bom dia, ele mantinha seu bom humor, em uma tentativa de contamina-la com tal.

 - Ele passou o braço ao redor do ombro dela com um sorriso animado, mesmo sabendo que Astra não estava em um bom dia, ele mantinha seu bom humor, em uma tentativa de contamina-la com tal

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- Não quer falar sobre o que aconteceu? Já perdemos o ônibus mesmo... - Tentou puxar algum assunto com a garota que parecia que entraria em uma completa confusão mental a qualquer momento, Alan podia imaginar as engrenagens fazendo uma fumaça constante sair pelos ouvidos da garota.
- Não sei, Alan. Minha cabeça está a milhões... descobri algo que muda tudo... tudo o que sou. - deu início às
- Você foi adotada? - tirou um cubo mágico da mochila e começou a brincar.
- Não! - Afirmou em confusão retirando o moletom com certa ignorância e enfiando na mochila como se o agasalho fosse o motivo dos seus problemas.
- Está com alguma doença terminal? -
- Não... - Suspirou cansada. Sabia o que Alan estava fazendo.
- Seu pai faliu, e agora vocês precisam se mudar para o interior? - Continuou a zombaria dividindo sua atenção entre o cubo mágico e a garota.
- Não, Alan... - A garota suspirou frustrada, se inclinou para a frente apoiando os cotovelos nos joelhos para apoiar o rosto, e antes que o rapaz pudesse continuar suas provocações, Astra agarrou o cubo das mãos dele e o atirou o outro lado da rua.
Alan fez uma careta e se acostou no encosto do banco, e olhou para Astra de maneira séria.
- Então não há nada que faça você deixar de ser você mesma. A menos que você queira mudar, continuará para sempre Astra, a garota mais linda e inteligente que eu já conheci. - Ele segurou suas mãos sobre as suas e beijou sua bochecha.
- Você é o que é, e isso não vai mudar, a menos que queira. - Beijou a testa de Astra, o que a fez abrir um sorriso - A única mudança que vejo em você é seu status de futura doutora Nawt. - Levou uma mão ao céu como se ali estivesse escrito suas palavras seguintes: - Hospital Intergalático da doutora Nawt. Isso soa muito bem, não acha.
- Acho que vai demorar um pouco para abrir um hospital para alienígenas. - Se encostou no braço do banco. - Ou talvez não... - murmurou para si mesma, logo suspirando.
- Olha, o ônibus tá vindo - Alan se levantou apontando o automóvel voador se aproximando.
Pegou sua mochila e de Astra e lembrou do seu cubo mágico no meio da rua, quando ia correr e pegar desistiu não daria tempo.
- Droga seu cubo! - Astra se levantou determinada a ir buscar o brinquedo.
Alan tentou segurá-la, mas foi em vão. O objeto colorido foi disparado contra o rosto de Astra no mesmo que o ônibus parou diante o ponto.
Alan apenas segurou a garota caída no chão a ajudando a se levantar.
- Você tá bem, Astra? - Questionou o garoto.
- Estou eu acho... - Levantou esfregando a testa avermelhada agora.
- Como que você fez isso? - Questionou analisando o cubo agora em sua mão.
- Era o que eu estava tentando te fala-
- Ei vocês dois! Vão entrar ou não? - Berrou o motorista, um Zymtar
- Vamos! - Alan respondeu grosseiro - Odeio Zymtars... - resmungou antes de entrar depois de Astra pulando a poça que gosma que a espécie soltava quando apresentava humor irritado. O que não era difícil.
Os dois amigos sentaram no fundo do ônibus vazio e mais uma vez Alan interrogou Astra.
- Pode explicar?

Astra, A Aureana - Entre Estrelas e Galáxias Onde histórias criam vida. Descubra agora