Capítulo 4

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Pov: Atsumu

Acordo ouvindo gritos da cela ao lado, que me deixam assustado.

Estou quase nú, espalhado pelo chão como um saco de batatas, no momento não tenho força muscular para mexer nada que não sejam os olhos.

Estou, aparentemente, sozinho, mas os gritos não me deixam aproveitar meu momento de paz.

Obviamente não é ninguém que eu conheço, até porque são gritos femininos e eu só tinha contato com Suna e Samu.

Se bem que eles parecem meio infantis... Não, é muito pouco provável que seja o motivo de eu estar aqui... Pouco provável, mas não impossível.

Forço minha visão para tentar ver algo fora da cela, mas ela ainda está muito turva.

Merda!

É uma criança, um dos seres mais puros do mundo! Independentemente se for a Hinata mais jovem ou qualquer outro jovem, não deixa de ser uma criatura que não tem nada a ver com a política atual.

Malditos! Odeio todos eles! Como podem envolver almas puras que não tem nada a ver com esse mundo podre que vivemos no meio disso?

Escuto um barulho da minha porta é finjo ainda estar desacordado.

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Eu... Eu apanhei, de palmatória e... Bom se eu achava que o que faziam na escola era tortura, hoje eu descobri que eu estava errado, muito errado, aquilo não era absolutamente nada comparado com o que aconteceu hoje.

Assim que me jogaram na cela, dessa vez uma diferente, parecia bem menor, eu fiquei na exata posição que cai e meu dia se resumiu em basicamente sentir dor e fingir que a dor não existia.

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Estou me sentindo observado a alguns minutos, mas estou com uma grande preguiça de abrir os olhos.

Ontem pouco antes de dormir reparei que em vez de voltar para algum tipo de cela, eu fui jogado em um armário de vassouras, ou seja, estou mais distante dos outros aprisionados. Ainda estou decidindo se isso é bom ou ruim.

Abro os olhos e dou de cara com o guarda de cabelo cacheado me observando.

- Perdeu alguma coisa?- Fecho a cara, ele parece acordar de um transe quando percebe que estou acordado.

- O que você fez para estar aqui?- Ele parece estar perdido em pensamentos. Eu não estava afim de responder, mas como não tenho nada melhor para fazer...

- Fui defender uma comunidade livre, que não tenha que sair nas ruas com medo, que não seja entendida como criminosa por nada.

- Só isso? Você não- Ele fica quieto parecendo tentar achar as palavras.- não roubou ninguém?- Nego com a cabeça, cansado.

- Eu não sou criminoso, nunca roubei ninguém, encostei em ninguém, quis o mal de ninguém. Só queria que minha família ficasse segura.- O desconforto é palpável e o silêncio prevalece por um tempo.

- Você conseguiu?- O cacheado pergunta olhando para porta, esta que está entreaberta.

- Que minha família ficasse segura?- Pergunto confuso, foi muito tempo em silêncio. Ele concorda.- Não, aparentemente meu irmão foi arrastado junto comigo, mas eu espero que ele esteja em um lugar melhor que esse, e meus pais não devem nem saber que nós sumimos, eles são muito ocupados com o trabalho, não devem ter voltado para casa ainda.- O ambiente fica mais desconfortável do que já estava, se é que isso é possível.

- Você não é muito novo para ser militar?- Digo com a esperança de deixar o clima mais ameno.

- Tenho idade suficiente.- Seu corpo parece ficar tenso quando toco no assunto.

- Posso saber seu nome?- Já não sei mais o que fazer para tirar o clima passado, tentando a primeira coisa que me vem a cabeça.- Eu sei que sou um prisioneiro e que vocês me odeiam... Mas eu posso saber o nome da pessoa que vai ficar encarregado de mim?

- Sakusa. O seu?- ele diz olhando para cima, como se o teto fosse muito interessante.

-Atsumu Miya, mas sempre me chamam de Atsumu, por causa do meu irmão.- O dito Sakusa acena, a interação de hoje acabou por aí.

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1970 - SakuAtsu Onde histórias criam vida. Descubra agora