Prólogo

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— Ar-Chet, você só pode estar brincando! Não esta realmente considerando casar Anueng com uma mulher dezesseis anos mais velha do que ela, que ainda por cima ela nunca viu! — Piengfah falou indignada depois que seu ex namorado explicou a situação. — Ela é apenas uma criança, nem terminou o ensino médio.

Ar-Chet soltou um suspiro cansado, descansando sua cabeça em suas mãos que estavam apoiadas na mesa de escritório a sua frente.

— Piengfah, eu entendo sua raiva! Também não é um arranjo de meu agrado, porém é necessário. Eu preciso cumprir com o contrato, se não posso muito bem ir preso e a imagem da nossa família seria manchada na mídia! O futuro de Anueng poderia ser incerto. — O homem respondeu com um semblante culpado. Ele nunca imaginou que a ajuda daquela senhora de tantos anos atrás poderiam lhe custar tanto.

— Fale que dará o dobro do dinheiro que aquela velha lhe emprestou! De um preço alto. — A mulher rebateu, seu rosto estava vermelho de raiva, mas acima de tudo era angústia. Ela não conseguia acreditar que um mero papel estava prestes a arruinar a vida de sua filha.

— Sinto muito, Fah, mas não acho que ela aceitará, já ofereci até quatro vezes do que ela me emprestou, mas a senhora insiste em casar nossas famílias.

— É claro que não! — Piengfah zombou, exalando desprezo. — Tenho certeza de que ela quer garantir que seu sangue infeliz seja herdeiro de tudo o que sua família tem. Ela não aceitaria um pouco quando pode ter tudo.

O homem de terno preto suspirou outra vez, incapaz de negar as acusações feitas a sua mais antiga amiga.

— Tenho outra coisa que tenho de te falar. — Ar-Chet disse hesitante. Sua ex sabia que o assunto pioraria. — Quero que aceite Anueng na sua filial, ela deve começar a trabalhar de agora em diante.

Isso fez a mulher arregalar os olhos.

— O quê?! Por que diabos? Ela faz muitos cursos e tem estudado para escola até mesmo em seu tempo livre, porque você quer que ela trabalhe também?

— A senhorita Khun Nueng é uma mulher criada com costumes-

— Arcaicos? Misóginos? Antigos?

— Conservadores! — Ar-Chet falou em um tom cansado, fazendo Piengfah levemente revirar os olhos.

— Muita diferença... — A mulher resmungou. — Mas o que isso tem a ver com minha filha?

— Ela não trabalha e provavelmente nunca vai trabalhar. — O homem explicou hesitante, temendo a reação de Piengfah.

E lá estava, a expressão furiosa tomou posse do rosto da jovem mulher.

— Você está me falando que quer que Anueng sustente uma casa e uma esposa? Com vinte anos? Você ao menos está se ouvindo? Isso é... um absurdo, para dizer o mínimo. — A mulher aumentou o tom de voz, seus olhos queimando o rapaz.

— É claro que iremos ajudar ela, Fah. O salário dela será bom para manter uma boa casa e alimentar no mínimo quatro pessoas, eu mesmo irei garantir isso. Só peço que á aceite em sua filial para que ela se sinta confortável tendo você por perto. — O homem falou calmo, tentando não se encolher com a ira da mulher na sua frente. — Ela precisa aprender a ser independente aos poucos.

Normalmente Piengfah era tão controlada quanto ele, mas o assunto era outro quando se tratava de sua única filha.

— E como você vai explicar isso para ela, Ar-Chet? "Oi filha, você vai casar com uma mulher de trinta e seis anos que não trabalha, e é sua responsabilidade garantir que ela não morra de fome e tenha tudo o que precisa!", acha que isso vai funcionar? A única coisa que Anueng teve que cuidar para manter vivo na vida dela foi aquela droga de peixe-palhaço que morreu em quatro dias! — Piengfah falou indignada.

Marry Me [Khun Nueng + Anueng] •Blank•Onde histórias criam vida. Descubra agora