Amigos?

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Mais um dia de trabalho como todos os outros, tirando a exaustão que os dois garotos sentiam depois da hora extra. Mais uma vez, a loja fica vazia por um tempo. Por mais que durante o dia, isso não dure.

-Sokka: Então, ahn, zuko... Sobre ontem-

-Zuko: Não aconteceu. Nada mudou. Entendido? Você é meu parceiro de trabalho e nada mais que isso. Nem vem com esse papinho de amigo porquê amigo seu, eu não sou.
Zuko diz com a voz falhando um pouco. Ele força muito uma armadura, mas na noite passada, ela caiu.

-Sokka: Deus! A gente não pode ter uma conversa normal? Não pode me escutar uma vez na vida!?

-Zuko: ...Não. Não mesmo. Licença.
Zuko vai em direção a dispensa.

-Sokka: Por que ele é tão difícil, deus do céu...
Sokka fala consigo mesmo.

-Sokka: Me desculpa por tentar ter uma relação boa com você, intocável Zuko!
Sokka grita pra que Zuko possa escutar.

Zuko escuta mesmo de longe. A distância dele não é sem motivo, será que isso parecia muito difícil de entender?

Clientes chegam e Sokka os atende sozinho até que Zuko saísse da dispensa. Dez minutos depois, ele estava lá.

-Sokka: Cê tá maluco? Não pode abandonar seu posto assim!

-Zuko: Foi mal, caipira. Sentiu minha falta?
Zuko é brincalhão, mas ainda distante. Se ao menos Sokka pudesse ler mentes...

-Sokka: Hah, nos seus sonhos, princesa.
Sokka vai entregar um pedido na mesa 7.
Assim como Zuko para Sokka, Sokka ainda parecia um mistério para Zuko. Por que ele era tão amigável?

O expediente termina, e os dois vão fechar a loja juntos. Porém, Sokka faz um pedido inesperado, pra dizer o mínimo.

-Sokka: Aí... Posso te acompanhar até em casa essa tarde? Preciso conversar com você.

Zuko parecia relutante, mas Sokka parecia confiante em levar Zuko pra casa. Então, Zuko acaba aceitando.

-Zuko: O que pode dar errado?

Os dois saem juntos da loja e vão em direção a casa de Zuko.

-Zuko- Então, o que você quer tanto conversar que precisou me acompanhar até em casa?

-Sokka: Olha zuko, eu queria muito saber o que você quer comigo. O dia inteiro você me trata feito um estranho, mas o que te fez ficar tão amigável ontem a noite?

Zuko se assusta com o quão direto Sokka foi. Mas decide responder honestamente.

-Zuko: Tá bom, cê me pegou caipira. Eu não posso demonstrar fraqueza perto de você. Ontem a noite foi um erro, eu não posso ser amigável. Isso só vai dar brecha pra mais brigas e se você me ver vulnerável, eu vou estar em perigo. Eu não quero isso. Eu simplesmente amoleci ontem a noite, só... não sei por que.

-Sokka: Mas eu quero ser seu amigo! Eu quero muito, eu tô tentando de tudo pra gente ter uma boa relação, mas você caga pros meus esforços toda a vez! Você foi amigável comigo ontem a noite, e isso te matou?

-Zuko: ...Eu só não quero me arriscar, é isso. Eu vou... Tentar ser melhor com você. Nada garantido.

Sokka sorri genuinamente pela primeira vez na frente de Zuko.

-Zuko: Você tem sorte de ser fofinho, porque é insuportável!
Zuko volta ao normal, pelo jeito.

-Sokka: Cala essa boca! Olha só quem fala...

Os dois vão caminhando até a casa do Zuko, conversando. Cinco minutos depois, lá estavam.

-Sokka: Entregue, princesa.

-Zuko: Você nunca vai esquecer esse apelido né, idiota?
Zuko se despede de sokka.

Em casa, Zuko repensa o que ele fez. Será que podia ter sido diferente? Ele foi muito duro com Sokka? Bom, o importante é que ele entendeu. Sokka foi seu primeiro "amigo" em um bom tempo.

Meu lugar! - ZukkaOnde histórias criam vida. Descubra agora