Uma chance para o amor

Case-se comigo, Eloise

Eloise estava inquieta enquanto lia, preocupada com Phillip. Ele disse que não pode ir a corrida por estar resfriado. E se estivesse muito doente? Dois dias haviam se passado. Quem cuidaria dele, já que estava só? Claro que Eloise não fazia ideia de como cuidar de um doente, mas mesmo assim preocupava-se.

 Anthony convidou a família para jantar e quando Colin e Penelope chegaram na Casa Bridgerton, Eloise foi diretamente ao irmão.

— Colin, tem notícias do Phillip?

Ele segurou o ombro da irmã. — Está tudo bem, El. Ele apenas resfriou-se, mas já está melhor. Eu o visitei nesta tarde e ele me pediu que a tranquilizasse.

Eloise soltou um suspiro de alívio, a tensão que a rondou nos últimos dias passou, mas ainda estava preocupada. — Ainda bem que ele está melhor.

— Deseja que eu a leve para visitá-lo?

Ela queria, mas ao mesmo tempo, temia parecer aflita demais. Estava cada dia mais percebendo que seu apego por Phillip aumentava, mas logo ele iria voltar para casa e tudo acabaria. Talvez devessem se distanciar um pouco. Estava confusa.

— Não, estou bem. Quando ele estiver melhor nos veremos.

Colin acenou com a cabeça, mas em seu íntimo tentava entender o relacionamento dos dois. Será que estavam tão inconscientes de seus sentimentos assim como ele passou anos em relação a Penelope? A única coisa que sabia é que alguém acabaria sofrendo no fim das contas. Talvez a incapacidade de admitir a verdade a si mesmo não fosse exclusividade dos homens da família.

Todos se reuniram na sala de jantar, as únicas não presentes eram Daphne e Francesca. Conversavam, riam e se provocavam como em qualquer jantar em família, quando o assunto voltou-se para Eloise. Ela tomou um gole de suco, fingindo que não era da conta dela o que diziam.

— Eloise, está proibida de casar-se com o Henry Cavendish — Benedict falou.

— Enfim uma proibição que faz sentido. Vou aceitá-la. — Ela ergueu a taça para o irmão em um brinde solo.

— Eu posso saber o motivo disso? — Anthony questionou. Até simpatizava com o homem, tiveram boas conversas.

— Porque ele não é um homem apropriado para a El — Benedict afirmou.

— Libertinos mudam, olha o caso do Simon — o irmão respondeu.

Benedict bufou. — Se fosse só a libertinagem, o problema seria pequeno. Sem querer ofender minha querida irmã, mas não foram os belos olhos azuis dela que atraíram o interesse do visconde. Os Cavendish estão falidos.

Violet abriu a boca, surpresa. — Bem que notei que faz anos que não dão um baile. Nenhum luto dura tanto tempo.

— Soube disso, mas achei que fossem boatos — Penelope confirmou. Seus olhos e ouvidos ainda estavam apurados aos escândalos.

— O pai deixou uma dívida enorme, era viciado em jogos. Henry nunca quis se casar. O interesse que ele tem em Eloise é no grande dote que Anthony ofereceu por ela. Assim ele pagaria as dívidas que tem.

Anthony apertou a taça que tinha em mãos. — Eu devia saber que aumentar o dote traria interesseiros. Ainda bem que nos alertou, Benedict.

Eloise não sabia porque ainda ficava chocada. Sabia que Henry não estava apaixonado, porém estar ciente de que seu maior atrativo era seu dote não era muito confortável. Parece que ninguém era realmente capaz de gostar dela pelo que era. Se sentiu resumida ao status da sua família. Uma mera conquista.

— Acha que estou tão desesperada que precisa me comprar um marido, Anthony?

— Não! O dote é seu, vai garantir o seu futuro.