Sozinho...

68 8 4
                                    

Bom dia! Boa Tarde! Boa Noite! Boa Madrugada!

Boa leitura.

Kelvin Santana

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Kelvin Santana

Fevereiro de 2020

O avião decolava e ia deixando cada vez mais para trás o meu passado, ia se afastando cada vez mais do lugar que eu passei a minha vida inteira e o meu coração ficava cada vez mais apertado, ilusão a minha que pensava que quando finalmente estivesse saindo daquele lugar as magoas e angustias sumiriam magicamente. Porém não, o amargor na boca ainda persistia e a sensação de que tudo daria errado fazia as minhas mãos tremerem, será que eu realmente tomei a decisão correta? Será se não seria mais cômodo continuar ali? Passando por tudo aquilo? Sofrendo tudo aquilo.

Encosto a cabeça na janela e respiro fundo. Não! Chega! Eu já sofri demais, era hora de deixar tudo no passado. Eu não vou voltar atrás, eu vou começar uma nova vida.

Eu mereço ser feliz. Mereço!

Março de 2022

Respirei fundo enquanto abria a porta do novo apartamento em que iria morar, alguns dias antes fui praticamente despejado do antigo lugar em que morava, o aluguel era caro demais e o meu salário era pequeno demais. Entrei no local e recostei na porta, os olhos ardendo e o maxilar travado era sinônimo da força monstruosa que eu fazia para não chorar e desabar ali mesmo, era como se 3 toneladas de sentimentos conflituosos estivessem querendo me esmagar. Escorreguei até o chão e não consegui mais controlar a torrente de lágrimas que me fez perder o ar por alguns segundos.

Será possível que eu nunca conseguiria ter o mínimo de felicidade? Será possível que meu destino era viver situações ruins?

Seria melhor desistir de vez. Jogar tudo para o alto.

"Eu falei que você não ia conseguir"

E como se estivesse do meu lado aquela voz nojenta e arrepiante sussurrou no meu ouvido.

Estremeci e balancei a cabeça.

- Ele não está aqui, não está. Está longe, não está aqui. – Sussurrei para mim mesmo enquanto tentava acalmar minha respiração e as mãos que não paravam de tremer. Com muito custo levantei e tentei enxugar as lágrimas insistentes.

Dei mais alguns passos para o meio do apartamento e coloquei a bolsa que carregava em cima do sofá, girei a fim de visualizar completamente a pequena sala e a cozinha acoplada. A cortina aberta da janela da sala permitia que a luz do sol adentrasse o cômodo, era pelo menos um raio de sol no meio da tempestade que castigava dentro de mim. Fui em direção ao corredor e adentrei a primeira porta, era o quarto, a cama era pequena e o guarda roupa também, mas daria para caber todas as minhas roupas. O quarto em si era pequeno, mas eu conseguiria colocar algumas prateleiras para acomodar meu amores – os livros, aposto que eles estavam reclamando por espaço na mala em que os coloquei. Saí do quarto e abri a outra porta, era o banheiro e ele gritava por uma faxina, depois que descansasse e a minha mente parasse de girar essa seria minha missão, arrumar toda a casa e deixa-la mais parecida comigo, quem sabe eu conseguisse comprar uns quadros, umas plantinhas. Queria dar vida a minha casa, pelo menos a minha casa.

Amor Para RecomeçarOnde histórias criam vida. Descubra agora