Epilogue

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anos depois

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anos depois

  MINJEONG ACARICIOU a gatinha em seu colo, adorando aquele pelo macio. Conseguiu realizar um de seus sonhos, fazer curso de medicina veterinária. Adorava trabalhar com qualquer tipo de animal, se sentia mais próxima deles do que os humanos.

Havia prometido não esquecer seu primeiro amor, mas não pôde não seguir em frente. Namorou outras pessoas, se decepcionou. Afinal, sua vida não parou só por causa que o amor delas acabaram. A vida não para.

Colocou o gato no chão, e se levantou, ouvindo o barulho de pessoas chegando.

── Em que posso ajudar? ── perguntou, sorrindo gentilmente para o homem parado a sua frente.

── Minjeong? ── franziu a testa, confusa.

O moço parecia emotivo ao vê-lá.

── Desculpa, eu te conheço? ── questionou e ele fez uma expressão dolorosa, ou apenas fingiu, Minjeong não conseguiu diferenciar.

── Nossa, isso doeu. ── riu, a nasalado. ── Eu sou o irmão da Karina. Você não lembra?

Parou de fazer qualquer coisa que estava fazendo, seu mundo havia congelado. Fazia tempo que não ouvia esse nome.

Sentiu um nó se formar em sua garganta, tendo flashbacks. Ela engoliu em seco.

── Você mudou muito. ── comentou, forçando-se a sorrir.

── Eu tive vícios, quando... você sabe. ── não, ela não sabia.

Ficou ainda mais confusa, olhando-o como se fosse de outro mundo.

── Na verdade, não. ── respondeu, com as mãos tremulas.

O rapaz arregalou os olhos, em choque.

── Você... ── apontou, totalmente imerso em seus pensamentos. ── Tem um minuto, Minjeong? ── achou estranho, mas ignorou esse sentimento.

── Claro, meu turno já está acabando. ── deu um ultimo carinho no gatinho e virou-se ao homem. ── Vamos conversar lá fora. ── ele assentiu.

Os dois caminharam fora da clínica, em total silêncio. Era constrangedor reencontrar seu ex-cunhado, ainda mais dessa forma.

Sentou-se sobre o banco que havia ali, senso acompanhada pelo homem. Ele pigarreou, tornando a falar.

── Bom... ── a garota prestou atenção. ──, você não sabe o que aconteceu com minha irmã? ── questionou, fazendo-a sentir um aperto no peito.

── A ultima vez que ouvi dela, foi quando... ── suspirou, tentando conter as lágrimas. ── eu enviei um e-mail e ela nunca respondeu. ── ele olhou-a sentindo pena, o sentimento que a Kim odiava.

── Sinto muito, mas quando foi isso?

── Uma semana depois que ela foi embora. ── revirou os olhos, com impaciência. ── O que veio fazer aqui? ── perguntou direta.

── Vim recomeçar a vida. Está difícil desde que...  ── respirou pesadamente. ── Minjeong, preciso te dizer algo.

── Pode falar.

── Karina não leu sua mensagem, não por não querer... ── Minjeong engoliu em seco, temendo a razão.

── O que isso quer dizer? ── sua voz falhou, assim como as batidas de seu coração.

── O avião dela caiu. Ela... ── pausou, sentindo água nos olhos. ── morreu antes de chegar no destino. ── a Kim arregalou os olhos. ── Achei que sabia.

O coração dela acelerou, seu rosto encheu-se de lágrimas sem parar. Seu corpo inteiro tremeu. Como isso foi acontecer? Sentia raiva de si mesma, por culpa-lá todos esses anos por não responder seu e-mail e sentia ainda mais raiva ao lembrar que a família de Karina não fez questão de avisa-lá. Não... não pôde se despedir, ou até ir em seu funeral.

── Isso não é possível. ── foi a única coisa que disse, após um tempo. ── Ela se foi? ── um soluço escapou de seus lábios, o homem ao seu lado choramingou.

Ele teve anos para superar seu luto eterno, mas Minjeong soube agora, seria infinitamente pior para ela.

── Por favor, eu estou implorando... diz que ela está viva. ── o irmão de sua amada sentiu tanto ao olhar o rosto vermelho da Kim.

Em um movimento, o garoto abraçou os ombros dela, passando conforto enquanto ela chorava tanto, que seu pulmão parecia estar sendo afetado.

── O luto é terrível, Minjeong, eu sei. ── ele acariciou suas costas ao ouvir os soluços dela.

── Não é só terrível... parece que meu peito vai explodir. ── estava rouca de tanto chorar, seus olhos vermelhos como se tivesse usado substâncias ilícitas. ── Eu preciso dela para viver. ── disse, tentando respirar.

── Eu sei, querida. ── o rapaz derrubou lágrimas quentes. ── Desculpa por ficar sabendo só agora, eu achei que tinham te contado.

Neste ponto, Minjeong não ouvia mais nada. Seu cérebro parou nas seguintes palavras: avião; caiu; morreu.

── Não sei se vou conseguir viver sem ela.

── Você vai sempre sentir saudades, mas vai conseguir seguir em frente. Como eu consegui.

── Eu preciso vê-lá.

── Eu te levo. ── nem hesitou em responder.

  OS PÉS DA GAROTA travaram ao chegarem na lapide de Karina

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  OS PÉS DA GAROTA travaram ao chegarem na lapide de Karina. A sensação era como se o chão tivesse caído bem de baixo dos seus pés.

O cérebro da garota congelou tanto, que não percebeu os minutos passaram.

Foram trinta minutos. Uma hora. Uma hora e vinte.

Tanto tempo e ela ainda estava parada olhando-a. O irmão de sua amada não estava ali há muito tempo agora. Provavelmente, perceber ser um momento muito intimo para que interrompesse assim.

── Não... ── começou, tentando conter as lágrimas. ── recebeu meu e-mail, não é? ── continuou, soltando uma risada triste. ── Tudo bem, eu leio para você.

De uma forma ou de outra, Karina guardaria aquelas palavras. Nem que estivesse enterrada naquele cemitério. Nem que fosse em outra vida.

the end

words: 856

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