🥀-°Capítulo II°-🥀

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A história será do ponto de vista do Callum agora em diante, só para avisar. Com alguns extras da narradora em 3° pessoa ou da Amber♡

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Silêncio. Tudo o que eu ouvia.

Exceto pelo canto fantasmagórico do vento em contato com frestas de madeira dos batentes, desgastados pelo tempo.

A escola estava silenciosa pelo fato de já serem, exatamente, 22:37 da noite, o horário em que a maioria dos estudantes já estavam em seus dormitórios, graças ao toque de recolher, mas se esconder entre as prateleiras não era má ideia. Afinal, ficaria para estudar, não é mesmo?

Já devem saber que não.

Não vou dizer que eu sou um garoto "diferente dos outros", já que sou bem comum, por sinal. Ler, escrever, ouvir músicas antigas e sofrer com comentários maldosos não é um privilégio só meu.

O ar estava irradiado de um odor familiar de preticor junto a madeira recém-queimada da lareira que fora apagada minutos antes. Segurava um castiçal de metal adornado com uma vela de labaredas altas.

Eu queria me afundar naquelas chamas e fugir do meu próprio vazio existencial.

Ler. Ler era o que eu poderia fazer, enquanto não cedia a vontade avassaladora de me jogar em uma fogueira.

E era o que eu estava fazendo agora.

Terceiro livro do mês? Nada mal, Cally. Nada mal.

O canto da biblioteca estava deveras frio no momento, o que me fez fechar mais meu casaco de tricô contra meu corpo. Sei que parece ridículo, mas são quentinhos e confortáveis, isso eu posso garantir.

Um rapido vulto atinge uma prateleira, derrubando um livro do canto dela. Se a curiosidade matou o gato, não me importo de descobrir se ela irá me matar também. Deixo a vela e o romance que eu estava lendo no chão e vou em direção ao local da queda do exemplar de "Mulherzinhas", o pondo de volta no local designado a ele.

Sinto uma brisa passar por mim e um frio atinge minha espinha, me viro instintivamente para conferir. Não muito longe dali, uma garota, um pouco mais baixa que eu, de longos cabelos castanhos com cachos voluptuosos, grandes olhos azuis tão claros que quase poderia ver gelo através deles, cílios longos, uma pele pálida como a neve, completando o frio de seu olhar, com maçãs do rosto rosadas, assim como o pequeno nariz. Sua aparência era, assustadoramente, bela. Com suas mãos magras de dedos longos e unhas delicadas, ela se apoia em uma prateleira.

Mas algo era diferente nela. Diferente de outras garotas que já conheci. Além se sua camisola do tipo de que eu veria em um livro do século IX, com babados e adornos até seus pés descalços, algo além de sua aparência, ou seus olhos cor de nuvem.

Algo que não consigo identificar.

Ela me encara freneticamente, com a respiração desregulada. Como se estivesse vendo um fantasma.

-Olá?... - Minha voz era baixa e tranquila. Tentava passar confiança, ou ser gentil

-Você... me vê?- Ela gagueja, se afastando, com passos lentos para trás, como se meu olhar a queimasse. Sua voz era assustada, insegura, mas ao mesmo tempo era sólida, como se a pudesse tocar erguendo a mão.

Seu rosto apavorado, de olhos arregalados e os rosados lábios carnudos entreabertos, muda drasticamente para uma expressão inacreditada.

Como se o fantasma fosse eu.

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APARECEU A MARGARIDA OLEOLEOLA

Me desculpem a demora, bloqueio criativo é horrível.

🫠🫠🫠🫠

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⏰ Última atualização: May 02 ⏰

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