𝘁𝗲𝗻 𝘁𝗵𝗼𝘂𝘀𝗮𝗻𝗱 𝗵𝗼𝘂𝗿𝘀 | 𝖻𝖺𝖻𝗂𝖼𝗍𝗈𝗋

and now i got a bellyache

Pirate, Victor.
point of view

—Você fez o que, Victor?— Arthur pergunta, quase gritando.

—Eu me aproximei...— Ele me corta.

—Eu já estendi essa merda, Victor. Não repete pelo amor de Deus.

—Você que...

—Não repete.— Levanta o dedo indicador, ele faz isso quando quer me mandar calar a boca desde que meu pai disse que ele não pode me mandar calar a boca de forma verbal.

Acabo de contar o que fiz ontem com Bárbara para Arthur. Ele está aparentemente puto comigo e eu também estou.

—Arth..— Ele me corta.

—Você tem noção do quão errado isso é? Você quer simplesmente usar a irmã da Beatriz para irritar ela? Porra!

—Já me arrependi, Arthur!

—Mas você já chegou nela com essa intenção, foi horrível da sua parte. Foi um filho da putagem do caralho, imagina se a Zara faz isso contigo, como você ficaria?

Abaixo a cabeça, pois não sei o que responder.

Zara é uma ex ficante do meu irmão, eles tinham uma relação muito parecida com a que eu tinha com a Beatriz, mas acabou assim que Arthur começou a gostar da Camila.

—Exatamente! Você se sentiria usado, um lixo.— Ele volta a falar.

Me sinto com cinco anos de novo, na época que eu fazia alguma merda e o Arthur brigava comigo. Ele é o único ser existente na face da terra, que consegue colocar um pouco de juízo na minha cabeça. Sou muito impulsivo, não penso antes de agir, se não fosse ele muito provavelmente minha carreira já estaria em ruínas.

—O que eu faço agora?

—Conta a verdade, pede desculpas e se afasta dela.— Diz simples, e senta para tomar café.

—Mas não quero me afastar dela, irmão.— Resmungo, me jogando no sofá (gigante).

—Então conta a verdade e pede desculpas, se ela descobrir sozinha vai ser pior.— Alerta.

Suspiro ruidosamente.

Hoje não tive uma boa noite de sono, pelo simples fato de que a passei pensando em Babi, Beatriz e eu. Me sinto culpado por ter feito isso, acho que não foi algo muito exorbitante mas mesmo assim. Se a Zara se aproximasse de mim apenas para tentar deixar o Arthur irritado, muito provavelmente eu me sentiria a pessoa mais descartável do mundo, como me sentia há anos atrás. Aquele curto período que passei com Babi serviu para ver que ela é uma boa pessoa de verdade, ela não parece se deslumbrar com a minha fama e isso é bom para mim. Seria ótimo tê-la em minha vida.

Por outro lado não quero ter que contar a verdade para ela, dependendo muito Bárbara não vai nem querer olhar para mim. Vai pensar que tudo foi encenação e é bem capaz de não acreditar que realmente quero que ela faça parte da minha vida. Talvez um dia eu chegue a contar para ela, mas acho que ainda não é a hora.

—Que caralho!— Chuto um móvel perto da mesa de jantar da suite. Arthur me olha.

—Chutar não adianta nada.— Ele diz com a boca cheia de pão.