— AQUI JAVALI - Clarisse gritava chamando a atenção do animal — vem aqui, seu bicho idiota
Pressiono o meu chaveiro, que logo se transforma em uma bazuca. Ela era verde escura, como as roupas dos soldados, além de ser grande, um pouco maior que o meu braço.
— Vira pra cá, coisa feia - La Rue pega uma pedra, que estava no chão, e atira na criatura. O animal não estava tão perto, mas a pedra era maior que o seu punho aberto, facilitando a trajetória até o porco selvagem. O Pumba não pareceu gostar de ser atingido, ele se virou na nossa direção, furioso. — Fudeu. Dandara, agora é a sua vez
— Calma que eu tô tentando ver como isso funciona - digo tentando ver uma maneira de segurar aquela coisa sem me machucar
— Dandara? - Clarisse diz, me fazendo olhar na mesma direção que ela. O animal parou de atacar Percy e Thalia, mas agora ele nos olhava com fúria, enquanto se preparava para nos atacar. — Tem como você ir logo com isso?
— Calma caralho, acha que é fácil é? - respiro fundo, tentando me concentrar
— DANDARA, ELE ESTÁ VINDO - quando ela gritou, eu só vi uma coisa correndo na nossa direção. FUDEU DEMAIS
— AI CARALHO, PUTA QUE PARIU. CALMA CLARISSE, VOCÊ ESTÁ ME DEIXANDO NERVOSA
— ATIRA NESSE BICHO LOGO, DANDARA - La Rue dizia irritada
— TÔ TENTANDO, PORRA. - posiciono a bazuca no meu ombro, mirando no animal. Quanto mais perto ele chegava, mais a minha adrenalina aumentava, era aquele gostinho de "só se vive uma vez". Fecho os meus olhos, canalizando o momento certo para agir, assim que ele estava há poucos metros, atiro na sua direção. O projétil saiu da arma acertando em cheio o olho direito da criatura, que se contorceu de dor. Isso deu tempo para que eu puxasse a mão da Clarisse para que ela corra. — Vamos antes que ele venha atrás da gente
— E os outros? - ela questiona
— O foco somos nós, ele não está mais atrás deles - o porco gigante se recuperou, ele corria atrás da gente com o olho direito fechado. Atiro outras vezes no animal, causando pouco dano e deixando-lhe mais furioso
— Para de atirar nele, você só está piorando a situação - ela corria na minha frente — Se eu soubesse que o plano era esse, não teria te ajudado
— Você tem uma ideia melhor, senhorita pica das galáxias? - solto uma lufada de ar — tá bom, podemos desistir da aposta. Não veio problema, nenhum nisso
— Nem pensar! - o javali estava próximo novamente, ele derrubava todas as árvores no seu caminho — vamos nos separar!
Fui pela direita e o javali continuava na minha cola, não liguei pois eu sou mais rápida. Assim é mais fácil de me esconder sem prejudicar a Clarisse.
Me enfiei na primeira porta que eu vi, ela um pequeno celeiro. Era bastante velho, parecia que era lavado há séculos. Havia luz solar, por causa de alguns buracos no teto, tinha palha espalhada pelo chão. Além de ter um cavalo, que se assustou quando eu entrei de repente no local.
— shiu Napoleão, vão nos ouvir - digo quando o cavalo relinchou, pelo jeito ele entendeu o que eu falei, pois ele parou em segundos. — estou ouvindo alguma coisa
Ouço passos apressados, espio pelo buraquinho da porta. Era a Clarisse, que passara pelo celeiro. Em um movimento rápido, puxo ela para dentro do celeiro, ela ia falar alguma coisa mas eu tapo a sua boca.
— sou eu, não fale nada - sussurro para ela. Minutos depois, ouvimos o galope do javali, ele estava bem perto, dava para sentir a respiração dele do outro lado da porta. O animal parou por um segundo, como se capitasse alguma coisa, mas logo ele saiu de perto — Ufa! Pensei que a gente ia morrer
— Em falar em morrer, eu acho que ganhei a aposta. - ela sorria enquanto segurava a minha cintura, nos deixando tão perto que eu conseguia ouvir a sua respiração — agora não temos o seu irmão para nos atrapalhar
— Quem disse que o beijo era hoje? Você só disse que eu estava te devendo um beijo - mesmo dizendo isso, eu não conseguia tirar os meus olhos dos seus lábios, era como estar sobre efeito de hipnose.
— Eu sei que você também quer, Dandara. Você não me escapa. - o calor lotava o lugar inteiro, era como se o mundo em volta tivesse parado
Nesse momento, nos encaramos intensamente, trocando olhares carregados de emoção e desejo. A minha respiração acelerada denuncia a tensão do momento. Em um gesto impulsivo, eu acaricio o seu rosto com suavidade, transmitindo toda a intensidade dos meus malditos sentimentos reprimidos.
Clarisse ataca os meus lábios ferozmente, acabando com o resto de espaço que restava. Seguro a sua nuca com força, aprofundando o beijo.
Nós nos beijávamos intensamente, nossas línguas se entrelaçam como se fosse uma dança sensual. Ela retira as suas mãos da minha cintura e agarra os meus cabelos, puxando-os com força.
— Maldita - digo durante o beijo, fazendo com que ela solte um sorriso safado
— é? - ela perguntava me provocando, enquanto mordia os meus lábios os deixando totalmente rosado
Eu me sentia totalmente dependente nos seus toques, nunca pensei que o meu corpo necessitava tanto do beijo dela. Meu corpo estava em chamas, eu perdi totalmente o controle de tudo.
Desço a minha boca até o seu pescoço, que estava a mostra. Deposito uma trilha de beijos, que termina com alguns chupões na região. Assim que acabo, volto novamente para os seus lábios continuando aquele maldito beijo.
Somos interrompidas por Napoleão, que relinchava novamente. Confesso que ele me deu um choque de realidade, fazendo que eu lembre o motivo da missão.
— pronto, já cumpri o acordo e temos que encontrar os outros - me afasto de La Rue ajeitando as minhas roupas, como se nada tivesse acontecido
— maldito cavalo, logo agora que estava dando tudo certo - ela me lança um sorriso sapeca, mostrando que havia gostado
— cala a boca e vamos logo - repreendo ela olhando no seu rosto, até que desço o meu olhar, reparando nas marcas no seu pescoço — Clarisse...
— o que foi - ela segue o meu olhar colocando a mão no pescoço, logo me lançando um olhar com malícia — não acredito que você me deixou marcada senhorita Dandara
— cobre isso, ninguém pode ver! - digo nervosa enquanto ela sorri
— nada disso, vou deixar à mostra para todo mundo ver que você me deixou um chupão
— cara eu vou te dar um tiro e falar que é acidente - digo ameaçando sair do celeiro e deixar ela lá
— tá bom Dandara, não pode nem mais brincar - ela revira os olhos, tampando as marcas com o seus grandes cachos — quem vê assim nem pensa que acabou de me beijar. Vamos logo encontrar os outros.
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HERMES DAUGTHER ||Clarisse La Rue
ПриключенияDandara Reis,uma adolescente brasileira que vivia a sua vida tranquilamente, até derrotar o seu primeiro monstro e descobrir que na verdade o seu pai era um deus grego,que fazia parte de um mundo que ela achava que eram somente histórias mitológicas...