8. Capítulo

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Um estrondo estourou fora da caverna, ecoando minha turbulência interna. A tempestade rugia, enquanto Henrik me segurava firme.

Seu rosto estava próximo ao meu, fazendo meu coração acelerar.

— O que está acontecendo?

Eu pensei, perdida.

— Minha senhora! —  Henrik chamou, tentando me acalmar. Eu fiquei muda, minha mente uma tempestade de informações. Até que ele gritou meu nome, como se fôssemos íntimos. — Lilja! Acalme-se! A tempestade piorará se você não se controlar. — Seu olhar intenso me atravessou. — Tudo se resolverá no seu tempo. Vencemos cada etapa, um de cada vez. Agora, precisamos ter calma para podemos sair daqui.

Sua lógica penetrou minha névoa mental. Eu inspirei profundamente, sentindo o cheiro de terra molhada e o calor de Henrik. Talvez, apenas talvez, eu pudesse confiar nele.

— O que está acontecendo comigo? — Eu perguntei, desesperada. — Eu sei que Vossa Majestade sabe. Preciso entender por que sou diferente.
Henrik ergueu uma sobrancelha, fingindo ignorância.

— Não sei do que fala, minha senhora.

— Sei que sabe!

Eu insisti, meu olhar penetrante. Ele deu de ombros.

— Como posso saber? Acabei de te conhecer.

Henrik se afastou, e eu fiquei parada, cercada pela escuridão. O silêncio era opressivo. Fechei os olhos, concentrando-me nos sons ao redor. O barulho de sua bolsa sendo aberta foi seguido pelo som de objetos sendo remexidos.

Uma luz fraca iluminou a caverna. Abri os olhos, fascinada pelo objeto dourado em sua mão. Era uma lâmpada mágica, proibida em Sapphirus. Ele deve ter tirado de sua bolsa.

— Por favor, eu preciso saber...
Eu  comecei. E  Henrik inclinou a cabeça.

— Por que não termina, minha senhora?

O que eles estão fazendo?

— Eu só preciso da verdade!
Eu exclamei, minha voz trêmula.
A lâmpada emitia uma luz suave, iluminando o rosto de Henrik. Seus olhos brilhavam com curiosidade. O objeto parecia feito de ouro puro, com uma alça encravada de pedras verdes que cintilavam.

— É lindo.

Eu  murmurei, hipnotizada. E Henrik sorriu.

— Sim, é. E muito útil também.
O cheiro de terra molhada e poeira enchia o ar. A tempestade rugia fora, mas dentro da caverna, um mistério estava sendo revelado.

Ele emitia uma luz deslumbrante que hora brilhava em um amarelo cintilante, hora em um vermelho intenso. No meu reino também temos objetos de luz, mas eles não são mágicos e sim criações dos habitantes do reino de Diamond.

— Se a minha senhora não sabe o que está acontecendo consigo mesma, como eu poderia saber?

Henrik perguntou, cinismo em sua voz, enquanto sua expressão zombeteira me desafiava.

— Não seja hipócrita, Vossa Alteza.
Eu rebateu, sem medo. E Henrik riu, capturando o desafio em meu olhar.

— Mas, é claro que Vossa Graça sabe. Tenho certeza de que pelo menos desconfia de algo.

Seu rosto diabólico revelava crueldade e malícia, enquanto ele continuava.

— Não seja insolente! Você pode ser noiva daquele tolo, mas ainda não é rainha. Seus modos denunciam falta de decoro... talvez uma serva?
Meu olhar firme o desafiou.

— Eu não sou um serva. Meu pai é conselheiro real e líder do conselho de Sapphirus. — Apontei para a lanternula.

— O que é isso?

— Uma lanternula, presente de um amigo de Turcicus.

Respondeu Henrik, sorriso enigmático. A minha surpresa foi palpável.

— Turcicus? Pensei que eles fossem neutros.
Henrik sorriu, intrigado.

— Nada é como parece, minha senhora.

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